O desafio das mudanças climáticas
27, Mai. 2022
Fonte: CNseg
As mudanças climáticas têm aumentado ano a ano a frequência
de eventos extremos que provocam destruição, mortes e perdas econômicas
substantivas. Em 2021, as perdas resultantes de catástrofes naturais chegaram a
US$ 270 bilhões, segundo o mais recente relatório do Swiss Re Institute. Desse
total, R$ 111 bilhões são perdas cobertas por seguros, o que representa cerca
de 40%.
O relatório destaca as inundações, que representaram perdas
globais de US$ 82 bilhões, das quais apenas 25% são seguradas. E afirma ser
necessário dar maior atenção a esses fenômenos, que afetam quase um terço da
população mundial, mais do que qualquer outro perigo. A escala de devastação
das enchentes exige que se adote o mesmo rigor de avaliação de risco dos
perigos primários, como furacões. Em todo o mundo, foram mais de 50 eventos
graves de inundação em 2021.
As perdas cobertas pelo seguro vêm aumentando, mas o gap
ainda é grande. Nos dez países avaliados no relatório, o menor descompasso é o
do Reino Unido (25%) e o maior, da China (95%). Nos mercados emergentes, onde o
Brasil está incluído, apenas 5% das perdas graves por inundações estavam
seguradas na última década, contra 34% nas economias avançadas.
Os dados e as projeções do Swiss Re Institute são preciosos
para nosso país, onde as grandes catástrofes são provocadas por temporais, enchentes
e deslizamentos decorrentes. O ano de 2021 terminou com inundações em 11
estados, com situações especialmente graves na Bahia e em Minas Gerais. Este
ano, Petrópolis foi vítima da pior tragédia de sua história, com 233 mortos e
mais de 600 desabrigados.
É previsível que o crescimento populacional e a urbanização
acelerada farão com que esses eventos se tornem mais frequentes e mais
extremos. Daí a urgência de proteger as populações. O setor segurador tem
grande contribuição a dar, atuando também junto ao poder público para ajudar a
mitigar os efeitos das catástrofes naturais. Importante lembrar que esses
eventos têm seu impacto estendido no tempo pelas consequências sociais e
econômicas, que acabam por onerar os governos. Por esse motivo, em todos os
países onde o seguro contra eventos extremos é bem-sucedido, o Estado é
responsável por boa parte do investimento necessário.
Tecnicamente, as seguradoras e resseguradoras têm larga
experiência em avaliação de risco, que é a alma de sua atividade. O acesso a
dados de qualidade permitirá a criação de produtos adequados a cada situação. A
atualização constante das informações é especialmente importante nesses casos,
uma vez que o risco relacionado a mudanças climáticas exige monitoramento
permanente.
A tecnologia é outro fator fundamental, que permite a
utilização de ferramentas já disponíveis, como drones, por exemplo, para
garantir uma vistoria adequada das regiões a serem seguradas. Essas ferramentas
podem ser úteis também na avaliação de terrenos para construção de habitações
para pessoas que perderam suas casas em enchentes e deslizamentos.
Frequentemente as novas construções são feitas em áreas de risco, como encostas
ou solos encharcados, provocando novas tragédias.
A boa notícia é que as mudanças climáticas deixaram de ser
encaradas como um perigo distante e ganharam protagonismo entre as preocupações
de líderes mundiais, como ficou patente no Relatório de Riscos Globais de 2022
do Fórum Econômico Mundial. No Brasil, ainda é preciso avançar nesse campo da
conscientização, tanto da população quanto das autoridades.
O setor segurador tem orgulho de ser um farol nas questões
relativas a esse tema, sobre o qual se debruça desde 2012. Cerca de 30% das
empresas que participam do Relatório de Sustentabilidade setorial levam em
conta as mudanças climáticas ao avaliar ativos para investimentos de recursos
próprios, fundos de previdência e outros.
Igualmente sensível ao tema, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) abriu, no final de 2021, consulta pública para o estabelecimento de diretrizes de atuação das entidades supervisionadas nos aspectos ASG (Ambiental, Social e Governança) e climáticos. Dessa forma, o regulador demonstra estar em linha com as melhores práticas internacionais de incentivo à sustentabilidade, e certamente reforçará ainda mais o compromisso do Setor Segurador com a construção de um mundo melhor para todos.
Solange Beatriz Palheiro Mendes é diretora-executiva da Confederação Nacional das Seguradoras - CNseg
WEBINAR: Agora é Lei: Canal de Denúncias Obrigatório para Empresas em Portugal.
O Futuro do Trabalho - Um bate-papo com o executivo e líder do mercado de seguros Newton Queiroz e o Comitê do Setor Elétrico da ABGR.
Matéria na Revista Insurance Corp Edição 41, pág 38 - Capacitação em alto nível- Parceria ABGR e QSP
A Edição 41 da Revista Insurance Corp traz na pág 38, matéria sobre a parceria ABGR e QSP – Centro da Qualidade, Segurança e Produtividade em prol do desenvolvimento educacional em Gestão de Riscos. Informações sobre o Curso de Capacitação em Gestão de Riscos, que além de capacitar os participantes na norma ISO 31000:2018 também é um curso preparatório para o Exame para obtenção da Certificação Profissional Internacional C31000. O curso preparatório lançou sua 51ª turma em abril, com o exame nacional realizado no dia 27. Uma próxima turma será aberta de 16 a 23 de maio, das 8h30 às 11h30. O exame acontecerá no dia 25 de maio. Outras informações por meio do e-mail abgr@abgr.com.br. Associados ABGR têm desconto para inscrições antecipadas.
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