Catástrofes naturais somam US$ 210 bi
08, Jan. 2021
Catástrofes naturais somam US$ 210 bi de prejuízos
Fonte: Sonho Seguro
Os desastres naturais deste ano ceifaram cerca de 8.200
vidas
As perdas globais com desastres naturais em 2020 chegaram
a US$ 210 bilhões, dos quais cerca de US$ 82 bilhões estavam segurados. Tanto
as perdas gerais quanto as seguradas foram significativamente maiores do que no
ano anterior (2019: US$ 166 bilhões e US$ 57 bilhões, respectivamente), segundo
estudo divulgado nesta quinta-feira pela Munich Re.
As perdas por catástrofes naturais em 2020 foram
significativamente maiores do que no ano anterior. Números recordes para muitos
perigos relevantes são motivo de preocupação, quer estejamos falando sobre a
temporada de furacões severos, grandes incêndios florestais ou a série de
tempestades nos EUA. A mudança climática terá um papel cada vez maior em todos
esses perigos. Há cinco anos, em Paris, a comunidade global estabeleceu como
meta manter o aquecimento global bem abaixo de 2 ° C. É hora de agir, comentou
Torsten Jeworrek, membro do conselho do grupo alemão.
A participação dos EUA nas perdas foi bastante alta:
Desastres naturais nos EUA foram responsáveis por US$ 95 bilhões (2019: US$
51 bilhões) de perdas totais e US$ 67 bilhões de perdas seguradas (2019: US$ 26
bilhões). Os desastres naturais deste ano ceifaram cerca de 8.200 vidas. No
geral, a parcela não segurada das perdas por desastres naturais em 2020 foi de
cerca de 60%.
Mais uma vez, foi notável que apenas uma pequena parte
das perdas foi segurada nas economias em crescimento da Ásia. O desastre
natural mais caro do ano foram as severas inundações na China durante as chuvas
de monções de verão. As perdas totais com as enchentes somaram aproximadamente
US$ 17 bilhões, dos quais apenas 2% estavam segurados. Soluções de seguro do
setor privado ou na forma de parcerias público-privadas poderiam ajudar a
melhorar a resiliência, em outras palavras, a capacidade de retornar à vida
normal o mais rápido possível.
Cinco anos após o Acordo do Clima de Paris, 2020
continuou a série de anos muito quentes. A temperatura média global (janeiro a
novembro) em 2020 foi cerca de 1,2 ° C mais alta do que os níveis
pré-industriais (1880–1900), apenas 0,01 ° C antes de 2016, o mais quente já
registrado. As regiões ao norte do Círculo Polar Ártico experimentaram um
aumento acentuado na temperatura, mais de duas vezes maior que o aumento médio
global. Em partes do norte da Sibéria, ocorreram incêndios florestais extensos
e temperaturas de mais de 30 ° C.
Ernst Rauch, Chefe do Clima e Geocientista da Munich Re,
comentou o seguinte: Mesmo que os desastres climáticos em um ano não possam
estar diretamente relacionados às mudanças climáticas e um período mais longo
precise ser estudado para avaliar sua importância, esses valores extremos se
encaixam com as consequências esperadas de uma tendência de aquecimento de
décadas para a atmosfera e os oceanos que está influenciando os riscos. Um
número crescente de ondas de calor e secas estão alimentando incêndios
florestais, e ciclones tropicais severos e tempestades estão se tornando mais
frequentes. A pesquisa mostra que eventos como as ondas de calor deste ano no
norte da Sibéria são 600 vezes mais prováveis de ocorrer do que antes.
Receita informa que IOF não incide sobre seguro rural
Seguros de prédios para armazenamento, equipamentos e
transporte da safra também estão isentos
Fonte: CQCS
Em resposta a consultas, a Receita Federal informou que o
prêmio pago pelo segurado pela contratação de seguro rural não se sujeita à
retenção do IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários), subsistindo, assim, a isenção
desse imposto nos termos do Decreto 6.306/17 (inciso III do art. 23).
De acordo com a Receita, essa isenção irá perdurar
enquanto não for implementado o fundo destinado à cobertura suplementar dos
riscos do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal
que foi criado pela Lei Complementar 137, de 2010.
A Receita esclareceu ainda que além do seguro do produto
da atividade agropecuária enquadrado na modalidade de seguro rural (leite in
natura, carne, café, soja, algodão, milho, arroz, feijão, fumo, mel, etc.), o
seguro dos bens pertencentes ao produtor rural ou à cooperativa agropecuária e
utilizados diretamente na atividade rural, incluindo prédios para
armazenamento, equipamentos agropecuários, e transporte da safra, enquadra-se
na modalidade de seguro rural, estando, portanto, isento do IOF.
O órgão ressaltou, contudo, que os seguros de produtos
industrializados (por beneficiamento ou por transformação) ainda que originados
da atividade agropecuária, tais como: leite em pó, creme de leite,
achocolatados, etc., não podem ser enquadrados na modalidade de seguro rural,
sujeitando-se à tributação do IOF.
Da mesma forma, o seguro dos equipamentos industriais,
dos prédios para armazenamento, e o seguro do transporte desses produtos
industrializados não se enquadram na modalidade de seguro rural, mesmo que os equipamentos,
prédios e veículos para transportes pertençam ao imobilizado da indústria
agropecuária.
Reservas certificadas de gás da Eneva crescem em 2020
Fonte: Reuters
A empresa de gás e energia elétrica Eneva teve expansão
das reservas certificadas em 2020 nas bacias do Parnaíba e do Amazonas, segundo
fato relevante divulgado nesta quarta-feira.
As reservas de gás da empresa na bacia do Parnaíba, onde
estão os seus principais ativos, fecharam o ano passado em 25,976 bilhões de
metros cúbicos (bm³), ante 24,072 bm³ no fim de 2019.
A variação nessa bacia deve-se principalmente à conclusão
da perfuração de poços em Gavião Tesoura e Gavião Preto.
Já as reservas na Bacia do Amazonas cresceram para 5,851
bm³, contra 3,612 bm³ um ano antes, principalmente devido ao resultado da
perfuração de três poços produtores do campo de Azulão, que resultou num
incremento de 60% da reserva do ativo.
Transição Energética e a Estratégia de Cooperação UE /
China
Estratégia Europeia para o Hidrogênio Verde poderá
ascender a 80 GW, em 2030, 40 GW em países terceiros. Europa e o Brasil podem
se beneficiar, extensível às suas cadeias de valor, inclusive, o setor elétrico
A União Europeia assumiu uma posição muito clara em
relação às alterações climáticas ao aprovar o Pacto Ecológico Europeu¹
(European New Deal) em 2019: transformar a UE numa sociedade equitativa e
próspera, dotada de uma economia moderna, eficiente na utilização dos recursos
e competitiva, que, em 2050, tenha zero emissões líquidas de gases com efeito
de estufa e em que o crescimento econômico esteja dissociado da utilização dos
recursos [COM (2019) 640, p. 2]. Para concretizar o Pacto Ecológico Europeu é
preciso repensar as políticas com vista a um aprovisionamento energético limpo
transversal a toda a economia: indústria, produção e consumo, grandes
infraestruturas, transportes, alimentação e agricultura, construção, política
fiscal e prestações sociais [COM (2019) 640, p. 4].
Para que o Pacto Ecológico Europeu seja eficaz é
necessário assegurar o envolvimento de um número crescente de parceiros
internacionais dado que estamos perante um fenômeno de âmbito global.
A União Europeia teve uma vitória significativa em
relação à sua estratégia diplomática para a transição energética quando, em
setembro de 2020, Xi Jinping anunciou na Assembleia Geral das Nações Unidas que
a China adotaria a neutralidade carbônica antes de 2060. Esta comunicação
surgiu alguns dias após a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, ter sugerido esta meta como um sinal credível de compromisso da China em
relação à transição energética. Este anúncio da China ocorreu em vésperas das
eleições americanas, quando já se previa que uma vitória de Biden constituiria
um virar de página em relação à (ausência de) estratégia climática nos Estados
Unidos, e terá certamente um efeito dominó em alguns países asiáticos como é
nomeadamente o caso do Japão e da Coreia do Sul bem como nas iniciativas
globais da China no âmbito da Iniciativa Rota da Seda.
O compromisso da China com as alterações climáticas não
resulta apenas de um alinhamento estratégico pontual com a Europa, mas tem
subjacente preocupações estruturais muito objetivas com alguns constrangimentos
que podem afetar decisivamente a trajetória de desenvolvimento da China, bem
como, as suas ambições geoestratégicas globais. De facto, a aposta da China nas
energias renováveis tem subjacente a necessidade de reduzir a sua dependência
das importações de combustíveis fósseis de forma a assegurar a segurança
energética. Mais de 70% do petróleo utilizado na matriz energética chinesa é
importado e a sua grande maioria é transportado através de uma rota que passa
pelo Estreito de Malaca, de grande interesse estratégico face a uma potencial
escalada militar entre os Estados Unidos e a China. Para além disso, deve ainda
sublinhar-se que cerca de 40% do gás natural utilizado pela China é importado,
um terço do qual é transportado através de gasodutos provenientes da Rússia e
da Ásia Central e o remanescente é transportado por via marítima a partir de países
do Pacífico, nomeadamente, a Austrália, a Malásia e a Indonésia.
A circunstância da China ter uma dotação de 13% das
reservas globais em carvão não permite reduzir a sua dependência energética já
que esta forma de energia primária vai passar a ter um papel cada vez mais
reduzido em sua matriz energética não só devido à redução muito expressiva dos
custos da geração fotovoltaica, tecnologia aonde a China exerce uma
inquestionável liderança tecnológica² , mas também em consequência da
sensibilidade crescente da opinião pública à poluição atmosférica gerada pelas
centrais a carvão. Ainda assim, a China é responsável pela emissão de cerca de
30% das emissões globais de CO2 e, apesar da travagem expressiva nos
investimentos em centrais a carvão, cerca de metade dessas usinas em construção
estão localizadas em território chinês. Tal significa que há ainda um espaço de
melhoria significativo na promoção da descarbonização da economia daquele país.
Importa sublinhar ainda que existe a percepção de que as
alterações climáticas podem afetar, de forma também expressiva, a segurança
alimentar e a dotação de recursos hídricos na China contribuindo assim para
reforçar o compromisso deste país tendo em vista a implementação de estratégia
de transição energética³.
O empenhamento da China na promoção da descarbonização da
economia não reflete apenas uma reação aos constrangimentos estruturais
acabados de referir mas, para além disso, constitui um pilar central da sua
estratégia de desenvolvimento industrial. Em 2015, a China adotou um plano de
desenvolvimento industrial a 10 anos, o Made in China 2025(4), em que definiu
claramente o objetivo de garantir uma maior autonomia face às importações de
tecnologias verdes e de assegurar a liderança estratégica nestes setores. O mínimo
que se pode dizer é que este objetivo foi plenamente alcançado já que a China
detém uma liderança inquestionável, ao nível global (5), nas tecnologias de
geração renovável (nomeadamente no solar) e em toda a cadeia de valor da
mobilidade elétrica (carregadores, veículos elétricos, baterias).
Importa sublinhar que o sucesso industrial da China nas
tecnologias verdes de geração foi, em grande parte, alcançado à custa da
indústria europeia. A redução expressiva de preços dos painéis importados da
China, suscitou o protesto dos industriais europeus (sobretudo alemães) que
acusavam os exportadores chineses de dumping e concorrência desleal (6). Em
2012, a Comissão Europeia reagiu fixando tarifas elevadas sobre os painéis e a
China retaliou com tarifas discriminatórias sobre os vinhos europeus em que
vinhos franceses foram os mais penalizados. Após um breve período de tensão
entre os industriais alemães e os agricultores franceses, a Comissão Europeia
recuou em 2013 na sua política protecionista.
Este episódio, pouco edificante para as pretensões
europeias, deve servir de lição para memória futura. Os acordos de cooperação
não são sustentáveis se forem perspectivados como jogos de soma nula em que os
ganhos de um dos parceiros se obtém à custa das perdas do outro participante
mas devem ser sobretudo, pelo menos a longo prazo, jogos de soma positiva em
que ambas as partes beneficiam.
A promoção da transição energética e a descarbonização da
economia pressupõe uma abordagem matricial visando a coordenação e a integração
entre diferentes domínios de intervenção como sejam, nomeadamente, a energia e
a sustentabilidade, a inovação e P&D, comércio e investimento, o
desenvolvimento industrial, a promoção da concorrência e a competitividade.
Esta é a linha de orientação estabelecida pelo Pacto Ecológico Europeu que,
como veremos mais adiante, está bem presente na Estratégia Europeia para o
Hidrogênio que tem subjacente uma estratégia holística que valoriza estas
diferentes dimensões de intervenção de política pública.
Face à emergência de um mundo multipolar, a União
Europeia, sob a liderança de Ursula von der Leyen, assume claramente uma visão
geoestratégica mais assertiva e global muito marcada pelo novo conceito de
Autonomia Estratégica Europeia (7) face à disputa da liderança entre os EUA e a
China e uma posicionamento mais atuante em relação aos países emergentes que
garante uma maior diversidade e abrangência estratégica. Em relação aos países
emergentes, destacam-se os países africanos devido à crise das migrações, o eixo
atlântico da América Latina, pelo seu potencial econômico e, naturalmente, os
parceiros tradicionais asiáticos que protagonizaram estratégias de crescimento
econômico de incontestável sucesso.
Existem sinais claros e consistentes desta atuação
estratégica como sejam, por exemplo, o convite feito ao Presidente Eleito Biden
para participar numa Cimeira Europeia a realizar em 2021 e, simultaneamente, o
Acordo de Investimento (8) assinado entre a União Europeia e a China a 6 de
janeiro de 2021, no início da Presidência Portuguesa da União Europeia, após 7
longos e árduos anos de negociação. Este acordo sobre investimento tem uma
preocupação muito clara em assegurar a reciprocidade nos fluxos de investimento
e no acesso aos mercados que, de fato, nem sempre tiveram o acolhimento mais
adequado por parte das autoridades chinesas. Embora não conste do comunicado
oficial de imprensa da Comissão Europeia, algumas fontes sugerem que podem vir
a ser regulamentadas regras de acesso aos mercados com reciprocidade em alguns
segmentos das energias renováveis (9).
O Pacto Ecológico Europeu tem também subjacente uma
ambiciosa agenda geoestratégica que reflete este novo posicionamento da União
Europeia, procurando o compromisso ótimo entre cooperação e concorrência
internacional, a aplicação do princípio da reciprocidade e a aposta numa
abordagem sistêmica e matricial que não esteja circunscrita às políticas
climáticas e que, pelo contrário, aposte numa integração de outras dimensões de
intervenção estratégica, como sejam, nomeadamente as políticas industrial e da
inovação e a redução das barreiras à mobilidade dos investimento e dos bens e
serviços.
Inserida no âmbito mais geral do Pacto Ecológico, temos a
Estratégia Europeia para o Hidrogênio Verde que prevê a existência de um plano
global em relação à capacidade instalada de eletrolisadores por parte da União
Europeia, que poderá ascender a 80 GW, em 2030(10). Deve sublinhar-se que 40 GW
serão instalados em Estados Membros da União Europeia e os restantes 40 GW em
países terceiros, prevendo-se a concretização de parcerias internacionais a
dois níveis distintos: i) na Pesquisa e Desenvolvimento; e ii) na aposta no
comércio e investimento internacional com países terceiros. É bem evidente que
a Europa e o Brasil podem se beneficiar em ambas estas dimensões. Os acordos de
parceria incluem o co-financiamento do investimento, cooperação em pesquisa e
desenvolvimento e uma visão holística que não está confinada ao hidrogênio, mas
é extensível às suas cadeias de valor (química e petroquímica, ferro e aço,
transportes rodoviários pesados, aviação e transportes marítimos) e do próprio
setor elétrico.
Autor: Vitor Santos é Professor do Instituto Superior de
Economia e Gestão da Universidade de Lisboa. Pesquisador Associado do GESEL
(Grupo de Estudos do Setor Elétrico) do Instituto de Economia da UFRJ.
Fonte: Canal Energia
Mercados se animam com vacinação
CoronaVac tem eficácia de 78% e pedido de uso emergencial
foi enviado à Anvisa, diz governo de SP
O percentual ultrapassa o mínimo de 50% exigido para
aprovação. Expectativa do governo paulista é de que a Anvisa analise os
resultados em até 10 dias
Nesta quinta-feira (7), o governo de São Paulo divulgou o
resultado final de eficácia da CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida
pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceira com o Instituto Butantan.
A eficácia do medicamento é de 78%. O percentual
ultrapassa o mínimo exigido para aprovação, que é de 50%, segundo os parâmetros
definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seguidos pela Anvisa, a
agência de vigilância sanitária brasileira.
De acordo com o governo estadual, nenhum dos voluntários
da vacina apresentou quadro grave da doença, portanto não houve registro de
internações ou morte entre eles. Com base nessa conclusão, o governo disse que
a vacina apresentou eficácia de 100% contra casos graves.
As pessoas que receberam as vacinas não tiveram nenhum
caso grave da doença, em comparação com as que não receberam a vacina, explicou
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Ainda de acordo com o diretor, a
vacina CoronaVac evitou também a internação de todos os voluntários.
O estudo clínico realizado no Brasil contou com a
participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de
pesquisa.
No momento, a pessoa pode até se infectar. Mas a vacina
previne que essa pessoa vá para o hospital e seja internada, detalhou Covas. Em
relação aos casos leves, a vacina preveniu 78%. Na prática, a vacina evita
casos graves, internações e mortes. Estamos reduzindo as complicações. Uma
excelente vacina para o momento, concluiu.
A forma de divulgação dos dados, que distingue a eficácia
entre casos leves e graves, é diferente da forma adotada por outras
farmacêuticas, que apresentaram os percentuais de eficácia por faixa etária.
Foi o caso da Moderna, por exemplo, que apresentou eficácia de 94,5% e da
Pfizer, de 95%.
Vale dizer, porém, que o resultado de eficácia da
CoronaVac não deve ser comparado diretamente com os números obtidos pelas
vacinas da Moderna e da Pfizer, já que a vacina do Butantan utiliza uma
tecnologia diferente, com limitações de eficácia já conhecidas pela comunidade
internacional.
A CoronaVac usa a tecnologia de vírus inativado. Esse
tipo de vacina usa o vírus inteiro para induzir a resposta do sistema de defesa
do corpo. Mas, como o patógeno está inativado, ele não é capaz de gerar a
doença.
Já as vacinas da Moderna e da Pfizer, utilizam a
tecnologia de RNA mensageiro, uma tecnologia nova que permite ao imunizante
entrar na célula e imitar, de uma forma muito mais efetiva, a infecção natural,
provocando, além de uma reposta de anticorpos, uma própria reposta celular.
Submissão dos resultados à Anvisa
De acordo com o governo estadual, também na manhã desta
quinta-feira, o Instituto Butantan submeteu à Anvisa um pedido de aprovação do
uso emergencial da CoronaVac no Brasil. A expectativa do Butantan e de membros
do governo estadual é que os dados sejam analisados pela agência em até dez
dias.
Por isso que estivemos hoje junto à Anvisa. Já tivemos
uma primeira reunião. O processo de submissão do uso emergencial prevê como
rito essa reunião inicial. Foi feita hoje, às 10h, explicou Covas.
Entretanto, em nota, a Anvisa afirmou que até o momento
não houve pedido pelo Butantan para o uso emergencial para CoronaVac. Segundo a
agência, o pedido de pré-submissão ainda não é o pedido de uso emergencial. A
reunião de pré-submissão é uma estratégia que segue a prática de outras
autoridades regulatórias do mundo. Essa reunião é feita antes do envio de
pedido formal de qualquer laboratório, para dar conhecimento prévio do projeto
de vacina e otimizar os direcionamentos técnicos e legais, disse a Anvisa.
Covas esclareceu os protocolos da agência para iniciar o
processo de aprovação de uso emergencial. O rito da Anvisa é que todo pedido de
uso emergencial deve começar com uma reunião preparatória para apresentação de
dados, que foi feita na manhã de hoje. (…) As datas dependem da reunião que
será na tarde de hoje, explicou o diretor.
Representantes do instituto irão se reunir novamente para
apresentar à agência brasileira os resultados percentuais finais da última
etapa de testes clínicos no Brasil, detalhou Covas. Em nota, a Anvisa confirmou
que uma nova reunião entre as partes será realizada em breve.
O Butantan sempre atuou em todas as situações de epidemia
que o Brasil enfrentou. Vamos em frente, ainda temos muita tarefa, terminou o
diretor. Fundado em 1901, o Instituto Butantan é o maior produtor de vacinas da
América do Sul e o maior fornecedor de doses ao Ministério da Saúde.
Segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde,
mais 35 milhões de doses da CoronaVac devem chegar ao estado de São Paulo até a
primeira quinzena de fevereiro. Ainda de acordo com o secretário, essas doses
estarão disponíveis para o Ministério da Saúde para que a CoronaVac possa ser
usada no Plano Nacional de Imunizações (PNI).
No Butantan, já há 10,8 milhões de doses da vacina. Temos
a condição de iniciar, a partir de 25 de janeiro, a imunização no estado, disse
o secretário, em referência ao Plano Estadual de Imunização (PEI), alternativa
do governo paulista ao plano federal.
Histórico da CoronaVac
A divulgação da eficácia da CoronaVac, porém, foi cercada
por dúvidas e adiamentos. Inicialmente, segundo o próprio governo estadual, a
divulgação dos números preliminares seria no dia 15 de dezembro. Mas foi adiada
após o instituto confirmar que o teste clínico havia atingido um número de
infectados suficiente para a análise final dos resultados, e não a preliminar.
Portanto, os resultados foram postergados, segundo o governo, para incorporar
as novas amostras aos dados.
Ficou marcada, então, uma divulgação de resultados para o
dia 23 de dezembro. Porém, na data, o governo paulista não divulgou resultados
completos e informou apenas que a vacina havia superado a eficácia mínima de
50% exigida pela Anvisa para aprovação do uso do imunizante no Brasil.
A gestão do estado de São Paulo e o diretor do Instituto
Butantan, Dimas Covas, afirmaram que não poderiam divulgar os resultados
completos e outros dados do estudo antes do aval da Sinovac por conta dos
contratos de confidencialidade assinados entre o governo de São Paulo e a
farmacêutica chinesa.
Dados variam entre países
Além do Brasil, a CoronaVac está sendo testada em outros
países, como Chile, China, Indonésia e Turquia. Dados preliminares do ensaio
clínico da CoronaVac na Turquia, divulgados no final de dezembro, mostraram
eficácia de 91%. A análise, porém, foi feita com apenas 10% dos voluntários
previstos no país.
Na época, Jean Gorinchteyn, secretário estadual de saúde,
adiantou que o produto não havia chegado a 90% de eficácia no braço brasileiro
da pesquisa, mostrando divergência entre resultados de testes clínicos feitos
em países diferentes. As diferenças nas bases de dados entre os países que
estavam recebendo os testes clínicos resultou em um pedido de revisão geral dos
resultados por parte da chinesa Sinovac.
Plano Estadual de Imunização
Na tarde da última quarta-feira (6), o governo paulista
detalhou o Plano Estadual de Imunização (PEI) aos novos prefeitos eleitos no
estado. O plano de vacinação do governo de São Paulo utiliza apenas as doses da
CoronaVac. Vale lembrar que o imunizante também aparece no plano de imunização
federal desenhado pelo Ministério da Saúde.
Conforme anunciado por Gorinchteyn, a primeira fase do
PEI, entre 25 de janeiro e 22 de março, contempla a vacinação de 9 milhões de
pessoas no estado. Além dos idosos acima de 60 anos, também estão incluídos
nesse primeiro momento indígenas, quilombolas e profissionais da saúde.
De acordo com o secretário estadual de saúde, como o
regime de aplicação da CoronaVac é de duas doses com intervalo de 21 dias,
serão necessárias 18 milhões de doses para que a primeira fase do plano seja
concluída.
O secretário ainda informou que o horário da aplicação
das doses será de 7h às 22h de segunda a sexta e de 7h às 17h aos sábados,
domingos e feriados.
O PEI tem como público alvo a população com mais de 60
anos, visto que essa faixa etária corresponde a 77% dos óbitos, explicou
Gorinchteyn. Lembrando que os trabalhadores da área da saúde serão médicos,
enfermeiros, mas também toda aquela população que trabalha dentro das unidades
hospitalares. Nós realmente precisamos que eles continuem com saúde, para não
serem afastados em decorrência dessa doença.
Em relação à logística empregada para a distribuição das
doses pelo estado, o secretário informou que os 5,2 mil postos de vacinação já
existentes nos municípios de São Paulo devem ser ampliados para 10 mil com a
utilização de escolas, quartéis da PM, estações de trem, terminais de ônibus,
farmácias e sistema drive-thru.
Gorinchteyn ainda disse que o estado conta com mais de 27
milhões de agulhas e seringas e com mais de 54 mil profissionais da saúde
elencados para auxiliar na operacionalização do plano.
Após uma piora nos indicadores da pandemia no estado, o
secretário estadual da Saúde cobrou dos novos gestores municipais empenho na
fiscalização das medidas de isolamento estabelecidas pelo Plano São Paulo. Esse
é o programa de flexibilização de atividades definido pelo governo do estado
desde o início da pandemia e condicionado aos índices de internações, óbitos e
novos casos nas regiões do estado.
O Plano São Paulo é dividido em cinco fases, que vão do
nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelho) a etapas
identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarelo), abertura
parcial (Verde) e normal controlado (Azul). O programa divide o estado em regiões,
e cada uma delas é classificada em uma fase.
Vou deixar de forma muito clara: passamos por um momento
no qual a responsabilidade sobre a vida é de todos nós. A vida está na mão de
cada um de vocês, prefeitos de São Paulo. Aqueles prefeitos que não cumprirem
as regras do Plano SP estarão no fim da fila da assistência do estado, explicou
Vinholi.
Após uma momentânea classificação de fase vermelha, a mais restritiva, durante as festas de fim de ano, o estado voltou à fase amarela. A próxima reclassificação do Plano SP está marcada também para esta quinta-feira.
Fonte: InfoMoney
Sem renda emergencial, desemprego pode superar 20%
A elevação da taxa de desemprego, que já bateu o recorde
de 14,6% nos últimos meses, faz parte do cenário desastroso em 2021. Com o fim
do auxílio emergencial, as pessoas que receberam o benefício voltarão a
procurar emprego e este contingente vai crescer, analisa o professor de
economia da Unicamp Marcelo Manzano.
Não seria surpresa dizer que a taxa de desemprego supere
os 20% da população economicamente ativa. Há um grupo de desalentados que está
fora do mercado de trabalho, porque sabe que está difícil encontrar emprego e
está recebendo a ajuda do governo, mas que deve voltar a procurar uma vaga
assim que o auxílio terminar, explica o professor, em entrevista à CUT. Então,
o aumento do desemprego será uma consequência direta do fim do auxílio.
O medo de perder o emprego é crescente entre os
brasileiros. A preocupação é ainda mais intensa entre mulheres, jovens com
idade entre 16 e 24 anos, profissionais com baixa escolaridade e moradores de
periferias. É o que aponta a pesquisa Índice do Medo do Desemprego, divulgada
nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o estudo, o índice ficou em 57,1 pontos, na medição feita em dezembro de 2020, número que se encontra acima da média histórica de 50,2 pontos. No trimestre, o indicador subiu 2,1 pontos na comparação com setembro do ano passado e está um ponto acima do registrado em dezembro de 2019, disse a CNI.
Fonte: Monitor Mercantil
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
https://www.revistaapolice.com.br/2020/12/edicao-261/
https://www.revistacobertura.com.br/2020/12/21/edicao-227/
https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-163/
https://revistasegurototal.com.br/wp-content/uploads/2020/12/segurototal_ed213.pdf
http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed33_2020.pdf
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