Gestão de Riscos Cibernéticos
21, Jul. 2021
Gestão de Riscos Cibernéticos
A prevenção é mais barata que a cobertura dos danos para
as empresas
Risco de ataques vai de pagamentos de multas até a
fechamento de companhias
Fonte: InfoMoney
A cada minuto, 347 mil novos Stories são postados no
Instagram, 147 mil fotos são publicadas no Facebook e 41 milhões de mensagens
são trocadas no WhatsApp pelo mundo. O levantamento realizado pela empresa
Domo, especializada em computação na nuvem, mapeia os dados globais da internet
e dá as dimensões do volume de informações que transitam na rede. Nesse
contexto, ganha relevância a necessidade de segurança digital, especialmente em
um momento em que os usos pessoal e profissional estão compartilhados.
A pesquisa também revela o alto volume de dados no
mercado corporativo: a cada 60 segundos, 208 mil pessoas participam em
conferências por meio do Zoom, por exemplo.
Em um universo tão amplo e dinâmico, é um risco real que
aconteçam problemas de segurança. Nos primeiros meses desse ano, dois
megavazamentos de dados privados assustaram o Brasil. Em janeiro, veio à tona a
exposição na internet de 223 milhões de CPFs de pessoas vivas e falecidas. Em
seguida, o vazamento de quase 103 milhões de registros de celulares também foi
notícia.
Em entrevista recente, Marco DeMello, CEO da PSafe,
empresa líder em cibersegurança na América Latina, disse que esses
megavazamentos evidenciam que o mundo vive duas pandemias: uma de covid-19 e
outra de ciberataques.
O Brasil tem uma defasagem muito grande entre a sua
posição econômica e a sua posição em termos de cibersegurança. É a 8ª maior
economia e o penúltimo, dentre 47 países monitorados, em velocidade de detecção
de vazamento de dados, disse.
Para os especialistas no assunto, este cenário acende uma
luz vermelha sobre o tema. Ainda que uma evolução esteja em andamento, a
prevenção contra vazamento de dados está muito mais na mão das empresas, e pode
sair mais barata do que remediar os danos.
Em suma, há um risco de continuidade dos negócios: um ataque
cibernético pode levar ao fechamento das portas caso a empresa não esteja
preparada para recuperar backups, por exemplo.
As multas que podem ser cobradas pela Autoridade Nacional
de Proteção de Dados, por sua vez, podem impactar sobremaneira os resultados
financeiros da companhia.
Além disso, é importante notar que a confiança dos
clientes diminui conforme acontecem incidentes cibernéticos, o que pode
fazê-los buscar empresas concorrentes. Problemas de reputação causam prejuízos
para além de dados vazados ou multas, podem reduzir o valor de mercado de uma
companhia e sua imagem junto aos clientes, explica Pedro Silveira,
vice-presidente de Marketing da GC Security.
LGPD na prática
Apesar da promulgação da LGPD ter acontecido há mais de
dois anos, sua entrada em vigor foi marcada por alguns adiamentos na aplicação
das multas, na instauração da agência que será responsável pela fiscalização e
muita informação desencontrada.
Em meio a tudo isso, houve a pandemia, que impediu a
priorização de processos de conformidade com a nova regulamentação. É uma lei
que ainda “não pegou” em nosso país, avalia Pedro.
Para se ter uma ideia, a partir de agosto já haverá
sanções para quem não cumprir a lei. Uma pesquisa feita pela ICTS Protiviti,
feita com 508 empresas, apontou que 84% das companhias ainda não estavam
preparadas para atender aos novos requisitos.
Pedro ressalta que a LGPD é um marco importante para o
país, que coloca o Brasil alinhado às melhores práticas mundiais para o
armazenamento, processamento e gestão de dados pessoais. Com essa lei se fazem
necessárias uma série de medidas que garantam a transparência, confiabilidade e
disponibilidade no uso dos dados pessoais de identificação, com a devida
importância que eles demandam, diz.
Antes da LGPD não havia tipificação criminal para o
vazamento de dados pessoais, o que tornava muito mais difícil qualquer processo
legal de um consumidor que buscasse reparação para prejuízos causados por um
incidente de segurança.
A nova lei não só obriga a empresa que sofreu um vazamento
de dados a tornar público o incidente, mas também pode levar a multas que
chegam a 4% do faturamento ou R$ 50 milhões, por episódio.
Além do prejuízo óbvio com as sanções legais, com a
obrigatoriedade da divulgação de um incidente, as empresas estão sujeitas a
sofrerem prejuízos de valor de marca e, mais adiante, falta de confiabilidade
dos clientes, o que impacta o faturamento e resultados financeiros. É um risco
imensurável, afirma Leonardo Baptista, especialista em segurança digital, que
também é CEO de uma fintech especializada em gateway.
Ele afirma que é uma tendência avaliar a segurança de uma
empresa antes de uma operação de fusão e aquisição ou de captura de rodadas de
investimento, vazamentos sucessivos podem impactar o valuation da companhia.
Essas marcas ficam comprometidas, diz Leonardo.
Home office x segurança digital
Com a adoção massiva do teletrabalho durante a pandemia,
aumentaram os riscos digitais para as companhias. O uso de redes wi-fi
residenciais é um deles, pois as empresas não têm qualquer controle sobre o
tipo de senha utilizada nas redes domésticas.
Além disso, estão conectados nessas redes diversos
equipamentos, celulares pessoais, outros computadores, dispositivos
inteligentes, etc. Nesse cenário, um dispositivo não atualizado ou mal
configurado pode representar risco digital adicional.
Há muitos riscos. Invasões de rede, implantação de
malwares, pishing, que é muito utilizado por criminosos atualmente, além do
eventual comportamento inadvertido do usuário, que costuma ser o elo mais fraco
de uma cadeia de segurança. Por isso, a prevenção sai mais barata do que lidar
com os problemas de segurança. O usuário deve ser treinado, atualizado e
acompanhado regularmente, para que os principais riscos sejam mitigados, diz o
advogado Gustavo Fiuza Quedevez, do BVA Advogados, especialista em privacidade
de dados e tecnologia.
É consenso entre os especialistas que é importante
investir no controle e proteção remota dos dispositivos usados pelos
funcionários, além da adoção de controles de segurança e melhores práticas.
Entre essas medidas, há possibilidades como o uso de VPN
para acesso das informações da empresa, segundo fator de autenticação para as
aplicações, controle de acesso para limitar o uso de sites não relacionados ao
trabalho e a configuração de um antivírus ou next generation antivírus.
Uma das opções para reforçar a segurança e prevenir
ataques nas empresas é o uso de plataformas como a Intel vPro de 11ª geração. A
plataforma oferece recursos de segurança integrados para proteção abaixo do
sistema operacional e também é a primeira a oferecer detecção de ameaças com
Inteligência Artificial habilitada em silício para ajudar a impedir ataques de
ransomware e de mineração de criptografia.
O Intel Hardware Shield, que começou na 8ª geração e
contou com melhorias desde então, ajuda a minimizar o risco de instalação de
código malicioso bloqueando a memória no BIOS quando o software está em
execução para ajudar a evitar que malware em questão comprometa o sistema
operacional.
Além disso, a plataforma da Intel também reforça a
segurança baseada em virtualização (VBS) com recursos para proteger os
computadores em tempo de execução. E, para completar, os recursos do sistema
operacional oferecem suporte a uma inicialização segura, permitindo que os
sistemas sejam iniciados em um estado confiável.
Ataques de hackers levam seguradoras a reavaliar
estratégia
Fonte: Bloomberg
Os ataques de hackers vieram um após o outro, semeando o
caos em hospitais, paralisando o maior oleoduto dos Estados Unidos, uma gigante
do setor de carnes e afetando as operações de centenas de empresas no fim de
semana de 4 de julho. Agora, as seguradoras reavaliam o setor cibernético.
Com o aumento das invasões e da demanda por cobertura, o
negócio de US$ 3 bilhões de proteção de empresas contra hackers está em um
ponto de inflexão. Diante de custos mais altos e maiores riscos, as seguradoras
revisam padrões, aumentam preços e reduzem o valor de quanto estão dispostas a
pagar depois de um ataque cibernético.
Tornar a cobertura mais restrita pode expor mais empresas
a maiores riscos financeiros. As seguradoras reavaliam como lucrar com as
políticas cibernéticas em meio a um debate mais amplo sobre quem deve ficar
arcar com os custos quando os ataques ocorrerem, como as invasões contra a
Colonial Pipeline e a JBS, e quais são os papéis do governo e do setor privado.
Os caminhos do passado não funcionam mais no futuro, mas essa cobertura nunca
foi tão necessária, disse Joshua Motta, cofundador e CEO da seguradora Coalition.
As políticas cibernéticas são relativamente novas no
centenário setor de seguros. O segmento teve forte expansão na última década,
os prêmios mais que dobraram desde 2015 e totalizaram US$ 3,15 bilhões no ano
passado, de acordo com a National Association of Insurance Commissioners.
Agora, algumas seguradoras estão mudando de estratégia. A Hiscox decidiu
refinar seu apetite pelo negócio e se concentrar em clientes menores nos
Estados Unidos, disse a empresa do Reino Unido em comunicado.
Ao mesmo tempo, algumas empresas estão cobrando mais por
menos cobertura. Clientes pagaram 35% a mais por cobertura cibernética no
primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a
corretora Marsh McLennan.
Perguntas mais difíceis
As seguradoras também alteram os padrões de subscrição
para tentar reduzir o risco, de acordo com Tom Reagan, que lidera a prática
cibernética da Marsh nos EUA. Isso geralmente inclui exigir que as empresas
aumentem suas próprias proteções.
Após um aumento das perdas com ataques de ransomware, a
American International Group começou a fazer perguntas mais difíceis às
empresas sobre medidas de segurança como parte do processo de subscrição e
exigir que os clientes empreguem certas medidas de segurança, disse Tracie
Grella, chefe global de seguro cibernético da AIG, em entrevista.
Com o maior escrutínio, as empresas precisam esperar mais
para obter cobertura, de acordo com Kristen Peed, diretora de gestão de risco
corporativo da CBIZ. As operadoras estão fazendo muito mais perguntas, disse
Peed. E está demorando muito mais.
O seguro cibernético geralmente cobre custos associados a
um ataque de hackers, como os recursos para investigar e notificar consumidores
de que seus dados foram comprometidos. Também pode cobrir pagamentos de
resgate.
Durante anos, as seguradoras tiveram que imaginar os
piores cenários e suas consequências, alguns dos quais têm se revelado bastante
precisos. Quando a Colonial foi atacada, foi obrigada a paralisar as operações
do maior oleoduto de combustíveis dos EUA e pagou US$ 4,4 milhões em resgate
aos hackers.
Seguro Garantia
Projeto estabelece normas para a contratação do seguro em
editais de licitações
Fonte: CQCS
O deputado Luciano Ducci (PSB/PR) apresentou projeto de
lei que, entre outros dispositivos, estabelece normas para a contratação de
seguro-garantia em editais de licitações para concessão de rodovia federal. De
acordo com a proposta, o edital poderá exigir prestação de garantia, em
percentual de até 30% do volume total de investimentos que deverão ser
realizados, cabendo ao concessionário optar por uma das seguintes modalidades:
seguro garantia, caução em dinheiro ou fiança bancária.
O projeto estabelece ainda que, caso o concessionário
opte pelo seguro-garantia, a apólice deverá cobrir todos os riscos e atender
todos os requisitos estabelecidos nos termos do edital e do contrato, admitida
a rejeição da apólice pela Administração quando não observadas as exigências
referidas.
Além disso, o seguro deverá conter cláusula de retomada,
para que, no caso de inadimplemento da concessionária, a seguradora
obrigatoriamente assuma a responsabilidade pela execução e conclusão das obras
previstas na rodovia federal concedida.
Riscos financeiros da mudança climática
Fonte: Valor Econômico / Autor: Márcio Garcia, PhD por
Stanford e professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio, foi
pesquisador do Ipea e coautor do livro Risco e Regulação
Amplia-se a cada dia o consenso de que os riscos
climáticos constituem a maior ameaça de longo prazo ao planeta e à vida humana.
Governos e instituições, internacionais e nacionais, públicas e privadas, vêm
tomando iniciativas cada vez mais abrangentes para mitigar tais riscos. Os
reguladores do sistema financeiro (SF), notadamente os bancos centrais, têm,
por dever de ofício, que se preocupar com os efeitos de tais riscos sobre a
higidez do SF. Mas que formas mais efetivas de regulação deveriam ser adotadas
para lidar com tais riscos?
Para discutir este importante tema, a conferência de
verão (no hemisfério norte) do National Bureau of Economic Research (NBER)
organizou na semana passada um painel de experts. René Stulz (Ohio State
University), o coordenador, formulou quatro perguntas para os panelistas.
Constituem os riscos climáticos riscos sistêmicos para o SF, hoje ou no futuro?
Quão importante são os riscos climáticos para as instituições financeiras (IFs)
hoje? Qual a melhor forma de medir tais riscos, tanto para o SF, quanto para
IFs individuais, e qual a utilidade de testes de estresse para aferir o impacto
dos riscos climáticos? Que esforço de pesquisa acadêmica se faz necessário?
O debate já começou aguerrido, com John Cochrane (Hoover
Institution) manifestando sua conhecida e polêmica opinião. Cochrane reconhece
a enorme importância de serem tomadas medidas para lidar com os riscos
climáticos. Mas é contra a criação de uma nova camada de regulação financeira
para lidar com os efeitos de tais riscos sobre as IFs e sobre o SF.
Primeiro, por que a regulação financeira pode somente
influenciar a atuação das IFs nos horizontes curto e médio, enquanto os riscos
climáticos são de longo prazo. Choques em preços de ativos afetados pelos
riscos físicos (eventos climáticos adversos) ou de transição (para uma economia
de baixo carbono) têm efeitos apenas localizados, sobre investidores ou IFs,
mas não colocariam em risco o SF.
Segundo, pode até ser que um evento climático nos
próximos cinco anos venha a causar uma corrida bancária, mas nada do que se
sabe hoje indicaria que tal evento possa vir a ocorrer. Seria o que se conhece
por incógnitas desconhecidas (unknown unknowns) que, por definição, não seriam
previsíveis, nem modeláveis. Ou seja, regulação adicional, com o objetivo de
ajudar a antever e mitigar um risco sobre o qual nada se sabe, seria
contraprodutiva. Além de custosa, tanto para as IFs quanto para os reguladores,
daria a falsa impressão que os riscos estariam mapeados e controlados.
Cochrane usa o exemplo da pandemia. Nota que apesar de
vários analistas apontarem há tempos o risco de uma pandemia, nenhum teste de
estresse anterior apontava tal fonte de risco como relevante para o SF. E,
quando a pandemia se abateu, com efeitos gravíssimos sobre o SF, em março de
2020, o Fed e demais bancos centrais atuaram para debelar o pânico. As medidas
de prevenção existentes foram ineficazes para antever o risco da pandemia.
De qualquer forma, frente a tais incógnitas
desconhecidas, tudo que a regulação financeira pode fazer é exigir mais
capital, o que deveria fazer. Segundo ele, não se deveria sobrecarregar as IFs
com exigências regulatórias ineficazes, nem muito menos usar a regulação
financeira para alocar crédito politicamente ou subsidiar projetos verdes.
Já Robert Engle (New York University, Prêmio Nobel em
2003) mostrou-se favorável a testes de estresse e a medidas macroprudenciais
para aferir e prevenir efeitos dos riscos climáticos sobre o SF e as IFs.
Relatou diversos trabalhos que vem fazendo sobre o assunto, inclusive a
estimação de betas climáticos para grandes bancos.
Robert Litterman (Kepos Capital) citou o relatório que
liderou sobre o assunto, encomendado pela U.S. Commodity Futures Trading
Commission (CFTC). Tal relatório tem recomendações, algumas bem mais
abrangentes, como a principal, de que os EUA criem preço para o carbono. Frente
à enorme incerteza trazida pelos riscos climáticos, Litterman considera ser
essencial que IFs façam o disclosure devido dos efeitos dos riscos climáticos,
segundo critérios recomendados pela Network of Central Banks and Supervisors
for Greening the Financial System (NGFS).
Finalmente, Kevin Stiroh (Fed Board) defendeu novas
regulações, não para promover a mitigação dos riscos climáticos per se, mas,
sim, para minimizar os riscos sobre as IFs e sobre o SF. Enfatizou que não se
trata de um novo mandato para o regulador (o Fed), mas, sim, de um novo fator
de risco a ser considerado nos testes de estresse. Como o painel deixou claro,
trata-se de tema extremamente importante e complexo.
Sem dúvida alguma, as IFs devem contribuir para ajudar a
atacar os riscos climáticos, como muitas delas já vêm fazendo. E certamente
cabe à regulação financeira prevenir riscos sistêmicos eventualmente causados
pelos riscos climáticos. Mas tudo isso deve ser feito sem interferir
indevidamente na alocação de capital pelas IFs. No Brasil, o Banco Central ora
se debruça sobre consultas públicas4 que foram feitas recentemente sobre tais
temas, como parte da dimensão Sustentabilidade da Agenda BC#.
Desenhar a regulação financeira adequada é tarefa
importante e também cheia de riscos, tanto de fazer muito pouco, quanto de
errar a mão e exigir demais. E é necessário aumentar o esforço de pesquisa
acadêmica sobre esse importante assunto, também no Brasil, para dar respaldo
mais sólido a medidas regulatórias nessa área.
Enchentes revelam tarefa gigante da Europa para evitar
consequências das mudanças climáticas
Fonte: Reuters
As enchentes catastróficas que varreram o noroeste da
Europa semana passada foram um alerta de que represas, diques e sistemas de
drenagem mais fortes são tão urgentes quanto medidas de prevenção em longo
prazo contra as mudanças climáticas, porque eventos climáticos que já foram
raros estão cada vez mais comuns.
Com a água baixando, autoridades avaliam a destruição
deixada por chuvas torrenciais que aterrorizaram áreas do oeste e do sul de
Alemanha, Bélgica e Holanda, destruindo edifícios e pontes e matando mais de
160 pessoas.
O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, que
visitou a cidade de Bad Neuenahr-Ahrweiler na segunda-feira, afirmou que o
custo da reconstrução chegaria aos bilhões de euros, além dos milhões
necessários para auxílio de emergência.
Mas o custo de projetar e construir uma infraestrutura
melhor para mitigar esses eventos pode ser muitas vezes maior.
Precisamos construir uma nova infraestrutura, bacias de
contenção, diques, áreas de drenagem de transbordamento, e fortalecer sistemas
de esgoto, barragens e barreiras, afirmou Lamia Messari-Becker, professora de
Tecnologia e Física da Construção na Universidade de Siegen.
É uma tarefa gigantesca. Chegou a vez dos engenheiros.
Cortes drásticos em emissões de gases do efeito estufa
são certamente necessários, mas não influenciarão significativamente o clima,
muito menos resfriarão o planeta, por décadas.
Muito antes disso, os países precisarão adotar ou
construir uma infraestrutura básica que vá além da gestão de água, em
agricultura, transporte, energia e moradia.
O crescimento da China e seu efeito no Brasil
Fonte: Estadão
Houve quem apontasse desaceleração da economia chinesa no
segundo trimestre. De fato, o crescimento em relação a igual período de 2020
foi menor do que o dos primeiros três meses do ano. E a diferença foi
substancial. De janeiro a março de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês
cresceu 18,3% na comparação com igual período de 2020; de abril a junho, a
expansão foi de 7,9%.
Essa redução está longe, porém, de sinalizar perda
expressiva de dinamismo da economia. E isso é bom não apenas para a China. Por
sua presença cada vez mais intensa em todo o mercado mundial, a economia
chinesa tem impacto sobre as de muitos outros países. Há mais de um decênio a
China é, por exemplo, o maior parceiro comercial do Brasil.
No começo do ano, a base de comparação era baixa, pois
também a economia da China foi fortemente afetada pela crise do novo
coronavírus, que teve origem no país e rapidamente se espalhou pelo mundo. Daí
o expressivo crescimento no primeiro semestre.
Mas a recuperação continuou no segundo trimestre, quando
a base de comparação, o resultado do período abril-junho de 2020, já se
aproximava da normalidade. No ano passado, a despeito da pandemia, o PIB chinês
cresceu 2,5%, tornando a China a única, entre as dez maiores economias do
mundo, a registrar expansão.
A nota do Escritório Nacional de Estatísticas da China
diz que a economia do país manteve a recuperação e continuou a apresentar um
desempenho restaurador com base consolidada e um bom ritmo de crescimento.
Associada ao desempenho econômico destacado, mesmo na
comparação com as economias mais dinâmicas, a integração cada vez mais
acentuada da China com boa parte dos países do mundo deve resultar em demanda
crescente do país, para suprir seu mercado interno cada vez mais voraz, e agora
também mais seletivo.
O aumento do nível de exigência do consumidor chinês deve
levar à importação, pelo país, de produtos de melhor qualidade e,
consequentemente, de maior valor agregado, observou o embaixador chinês no
Brasil, Yang Wanming, em entrevista ao Broadcast, serviço de informação
econômica em tempo real da Agência Estado. Isso cria oportunidades recíprocas,
porque as relações comerciais China-Brasil são altamente complementares e
cheias de vigor, segundo ele.
Mulheres não recuperarão empregos perdidos na pandemia
Este ano terminará com 13 milhões de vagas a menos.
Fonte: Monitor Mercantil
Novo levantamento da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) mostra que desigualdades no mercado de trabalho foram ampliadas
com a Covid-19, e a situação deverá persistir. Em 2021, haverá 13 milhões a
menos de mulheres empregadas, na comparação com 2019. Ao mesmo tempo, a taxa de
emprego entre os homens vai se recuperar e atingir os níveis pré-pandemia.
Mesmo se houver mais vagas de trabalho, elas serão
insuficientes para levar as mulheres aos níveis de emprego anteriores à
pandemia, afirma a OIT. Apenas 43,2% das mulheres estarão empregadas este ano,
na comparação com 68,6% dos homens.
Entre 2019 e 2020, houve redução global de 4,2% na taxa
de emprego entre mulheres, representando o fim de 54 milhões de postos de
trabalho.
Nas Américas, houve queda de 9,4% na taxa de emprego
entre mulheres, sendo a região mais afetada desde o início da pandemia. A
segunda maior redução foi vista nos Estados Árabes: entre 2019 e 2020, o total
de mulheres trabalhando foi 4,1% menor, e o de homens, 1,8% menor.
Na Europa e na Ásia Central, o nível de emprego feminino
caiu 2,5%; na África, a queda foi de 1,9%. No continente africano, a taxa de
emprego entre os homens praticamente não apresentou mudanças, com redução de
apenas 0,1%.
O levantamento da OIT mostra que as mulheres sofrem de forma desproporcional com o desemprego, porque elas formam a maior parte do quadro de funcionários dos setores mais afetados pela pandemia: hoteleiro, de restaurantes e manufatura.
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Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
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Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html
Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html
2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html
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