Reunião do CEM da CNseg lista fatores de riscos à retomada global
03, Fev. 2022
Reunião do CEM da CNseg lista fatores de riscos à retomada
global
Fonte: Revista Seguro Total
Ocorrida nesta quinta-feira, 27, reunião tratos dos fatores
que poderão afetar o ritmo de retomada da economia
A primeira reunião do ano do Comitê de Estudos de Mercado
(CEM) da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, ocorrida nesta
quinta-feira (27), tratou dos fatores que poderão afetar o ritmo de retomada da
economia global em 2022 e as consequências disso para o Brasil.
Tensão geopolítica na Europa, com o risco de invasão da
Ucrânia pela Rússia, manutenção da inflação global, o avanço mundial da
variante Ômicron (e seus desdobramentos indesejáveis), os preços em alta do
petróleo, provável alta acelerada dos juros básicos da economia americana e a
perspectiva de desaceleração da China, dadas as medidas severas para conter a
Covid-19, estão entre os problemas que países emergentes deverão colocar no
radar, já que são os mais propensos a sentir os efeitos de uma desaceleração
global. “Será um ano particularmente difícil para os emergentes (até para a
China), sob os quais o aperto das condições monetárias globais tende a ter um
peso maior”, relatou o economista Luiz Roberto Cunha, membro do CEM,
destacando, entre as consequências, menores fluxos de investimentos externos,
desvalorizações cambiais, pressões inflacionárias adicionais, em um cenário de
inflação global resiliente.
Dois dos principais parceiros brasileiros- EUA e China –
seguem em caminhos opostos em termos de retomada. EUA demonstram forte
crescimento, de 6,9% anualizado no último trimestre, ao passo que a China perde
pontos de expansão, em virtude de sua política de buscar zerar novos casos de
Covid-19. Um pode elevar os juros e, com isso, reduzir fluxos de capitais para
o Brasil, e o outro pode adiar o fim dos gargalos estruturais que travam a
produção das cadeias globais. O resultado disso seria uma inflação
permanentemente alta e ameaças reais no nível de atividades, principalmente em
países emergentes.
Ao lado do cenário externo, a eleição presidencial de
outubro, juros e inflação mais elevados e as questões fiscais foram outros
temas tratados na reunião do CEM. A conclusão é de que, com tantas variáveis
capazes de afetar o ritmo de recuperação, o cenário básico de 2022 é ainda de
incerteza.
O desempenho positivo do setor, cuja arrecadação cresceu
13,3%, para R$ 275,3 bilhões até novembro (sem Saúde e DPVAT), foi outro tópico
abordado no encontro, além do avanço da sinistralidade em algumas carteiras,
como a de Automóvel. Nesse caso, o sinistro apresentou uma evolução de 40%, a
maior da série histórica, ao passo que a arrecadação subiu 17,2% na comparação
de novembro de 2021 versus o mesmo mês de 2020. Pela variação de 12 meses,
constata-se uma recuperação em v da sinistralidade.
Também o Seguro Rural segue com forte pressão nas despesas com indenizações. O Rural acumulou R$ 9 bilhões em prêmios até novembro, crescimento de 38,8% sobre 2020. Ao passo que os sinistros têm apresentado forte aumento- atingiram R$ 4,1 bilhões – devido à seca no Sul e às fortes chuvas no Sudeste e em parte do Nordeste do País.
Na carteira de Vida, a arrecadação mantém a tendência de
crescimento, ao passo que o volume de sinistro dá sinais de desaceleração, após
pico ocorrido de abril e agosto do ano passado, quando chegou a pagar mais de
R$ 1 bi /por mês.
Os especialistas destacaram ainda o ano muito positivo dos seguros Residencial e Empresarial que, juntos, representam aproximadamente 60% do grupo Massificados. Foi constatada ainda a trajetória do Habitacional, com receita acumulada de R$ 446,1 milhões e alta de 12,6% no acumulado do ano. Na pauta ainda, o comportamento do Garantia Estendida, seguro de Transportes e Capitalização.
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