Proposta consolida normas para eólicas, solar e térmicas / Efeito multiplicador da eólica é de três vezes, aponta estudo
23, Fev. 2022
Proposta consolida normas para eólicas, solar e térmicas
Processo iniciado em 2020 será completado esse ano pela Aneel, que abriu consulta pública
Por: SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA (DF)
Uma nova proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica
que complementa o processo de consolidação de normas sobre outorga de usinas
eólicas, fotovoltaicas e termelétricas entrará em consulta pública na próxima
quinta-feira, 24 de fevereiro. O texto conclui uma discussão iniciada em 2020,
reunindo em um texto apenas as resoluções que não tinham entrado na primeira
simplificação.
A proposta na consulta vai reunir a Resolução Normativa
876/2020, resultante da consolidação inicial, e a REN 235/2006, que estabelece
os requisitos para a qualificação de centrais termelétricas cogeradoras de
energia. Os dois normativos foram alterados no ano passado por novas
resoluções, e a versão sugerida pela Aneel considera essas atualizações.
Os interessados em participar da discussão poderão enviar
contribuições até 11 de abril.
Efeito multiplicador da eólica é de três vezes, aponta
estudo
Pesquisa divulgada pela ABEEólica mostra que cada R$ 1,00 investido em EOLs tem impacto de quase R$ 3 na soma de todos bens e serviços finais produzidos no país
Por: HENRIQUE FAERMAN, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO
(RJ)
A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
divulgou um estudo que demonstra um efeito multiplicador de três vezes em
impactos positivos da energia eólica sobre a economia brasileira. A metodologia
calcula efeitos de diferentes tipos de aportes, o levantamento chegou a um
valor superior a R$ 210,5 bilhões referentes a implicações indiretas e
induzidas, totalizando R$ 321 bilhões.
O material foi elaborado pelo pesquisador-associado do
FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores, Bráulio Borges, e objetivou
quantificar as consequências dinâmicas dos investimentos na fonte para o PIB,
geração de empregos e redução das emissões de CO2.
“Isso significa que cada R$ 1,00 investido num parque eólico
tem impacto de R$ 2,9 sobre o PIB, após 10 a 14 meses, considerando todos os
efeitos”, explica o pesquisador. No caso de efeitos ao PIB a análise considerou
o valor de R$ 110,5 bilhões na construção de parques eólicos entre 2011 e 2020.
Para a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, os números
mostram que além de ser uma fonte renovável fundamental para a operação do
sistema elétrico, a eólica também tem um forte componente de aquecer atividades
econômicas nas regiões aonde chegam parques, fábricas e toda a cadeia de sua
indústria. “Esse número é fundamental no momento em que discutimos a retomada
econômica verde”, pontua.
Sobre a geração de empregos, considerando pesquisas prévias
sobre o tema em outros países e no Brasil, bem como uma avaliação de cenário
mais geral, o estudo chegou a uma estimativa de quase 196 mil vagas criadas
entre 2011 e 2020, ou 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos
parques. O levantamento também aponta um média de 0,6 empregos por MW instalado
para Operação & Manutenção.
“Este é um número que permite a realização de alguns
cenários para o futuro próximo, uma vez que o setor tem um bom mapeamento de
quanto será instalado nos próximos anos”, pondera Bráulio.
Ele explica que, internacionalmente, os pesquisadores
trabalham com valores que vão de 10 a 15 postos de trabalho por MW. E que o
resultado, nesse caso, aponta para um cenário razoavelmente conservador de
estimativa, recaindo foco agora em refinar estes dados para um cenário ainda
mais detalhados das perspectivas de empregos que podem ser criados no país.
Durante o evento de apresentação, Elbia trouxe alguns dados
de oportunidades geradas por meio dos quase 5 GW em construção no país. São
mais de 50 mil trabalhadores nas obras dos parques, além dos mais de 15 mil em
Operação & Manutenção.
Com relação às emissões de gases de efeito estufa como o
CO2, o setor elétrico terá evitado entre R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões no
acumulado de 2016 a 2024. Vale lembrar que o conceito do Custo Social do
Carbono tenta quantificar, em termos monetários, os custos econômicos
associados às emissões de poluentes.
Para calcular esse valor são construídos diversos cenários
prospectivos para o PIB dos países, considerando distintos cenários de
temperatura e seus impactos sobre a atividade econômica. As diferenças são
trazidas a valor presente, o que gera a estimativa, geralmente apresentada em
US$ por tonelada de CO2 equivalente.
Na visão do pesquisador responsável pelo estudo, outros
setores da economia exibem um potencial de impacto maior para a geração de
empregos, visto que os projetos eólicos são intensivamente ligados a
equipamentos. Cerca de 80% dos volumes são destinados a maquinários enquanto o resto se destina a mão
de obra nos parques. “A questão do setor eólico é que são muito recursos sem
dinheiro público, sem contar nos impactos ambientais”, complementa.
Os próximos estudos a serem realizados devem apontar
projeções para a próxima década, talvez incorporando o segmento offshore, que
tem despertado interesse no Brasil até de empresas petrolíferas, pela questão
de associação ao hidrogênio verde no futuro.
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Revista de Seguros: https://www.cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-918-8A8AA8A37E8E18A1017EC49F825E169D.html
Conjuntura CNseg : https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-cnseg-n63.html
Revista Insurtalks: https://www.flipsnack.com/FEDBBBDD75E/revista-insurtalks-1-2/full-view.html
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