Open Insurance: Os novos rumos do mercado de seguros
16, Mar. 2022
Modelo traz a oportunidade para ampliar fortemente o cunho
social da indústria de seguros e, consequentemente, aumentar sua participação
no PIB brasileiro
Fonte: Revista Apólice
O futuro do mercado de seguros passa pelo Open Insurance. O
novo conceito de serviços, que vem sendo discutido em vários países incluindo o
Brasil, combina bases de dados e envolve a troca de informações entre
diferentes plataformas tecnológicas, de seguradoras, bancos e start ups,
possibilitando a criação de mais comodidade e novos produtos para os clientes,
bem como novos modelos de negócios no mercado de seguros.
Inspirados no modelo de open banking e no mercado de
economia compartilhada (Uber, iFood etc.), os padrões de uso do Open Insurance
abrangem toda a cadeia de valor do seguro, desde os canais de distribuição de
apólices até o desenvolvimento de -serviços específicos. Por exemplo, você tem
um seguro viagem e seu voo é cancelado. Porque você precisaria preencher um
formulário e abrir o sinistro, já que a seguradora pode obter informações em
tempo real da companhia aérea e contatá-lo imediatamente, desde que o voo seja
informado no momento da adesão?
No Reino Unido, União Europeia, Índia e Singapura; onde o
open banking já é reconhecidamente importante pelos seus órgãos reguladores, o
Open Insurance é uma expansão natural e inevitável. O Brasil também segue pelo
mesmo caminho, convergindo os dois sistemas para um modelo horizontal
interconectado. Um exemplo disso são empresas como a Tecban, rede de terminais
bancários (ATM), e a Bolsa do Brasil (B3), voltadas para infraestrutura
financeira, já se posicionando como prestadoras de serviços de Open Insurance
para seguradoras.
A mudança é grande. Parte de um mercado relativamente
estático e verticalizado para um modelo de “ecossistema” com serviços
oferecidos a partir do compartilhamento de dados entre todas as empresas
devidamente habilitadas junto ao órgão regulador, que poderão ser seguradoras,
corretoras ou empresas de tecnologias. A partir do amadurecimento deste novo
formato, com adesão massiva dos consumidores, espera-se uma alteração na
dinâmica de concorrência do mercado, onde os vencedores serão aqueles com maior
capacidade de trabalhar o uso dos dados disponíveis para desenvolver melhores
produtos e experiências aos clientes. Entre especialistas do setor, a
transformação é vista como disruptiva e até polêmica. Mas é certo que
favorecerá, sobretudo, consumidores finais (pessoa física), pequenas e médias
empresas (PME).
Em termos regulatórios, o open insurance está em sua
primeira fase no Brasil. Desde dezembro último, as instituições participantes
podem compartilhar dados sobre canais de atendimento e produtos de seguro,
previdência complementar e capitalização disponíveis no mercado. Entre junho e
julho de 2022, as empresas começam a compartilhar os dados pessoais dos
clientes, como histórico de pagamento, informações sobre apólices e sinistros,
entre outros.
No fim do ano, a terceira e última etapa desse processo é a
efetivação dos serviços, com a entrada de uma nova figura no mercado de
seguros: as Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros (SISS). Serão como
uma third party provider (TTP) de tecnologia, autorizadas pela Susep
(Superintendência de Seguros Privados) a armazenar dados cadastrais e
históricos dos clientes, cruzando-os com produtos e serviços.
A SISS poderá contratar, realizar endossos e avisos de
sinistros, além de oferecer serviços de agregação de dados, painéis de
informação e controle (dashboards) e, como representantes do segurado,
compartilhar serviços por ele consentidos sem deter em momento algum os
recursos pagos pelo cliente. Será possível conhecer melhor o cliente e então
realizar o match ideal com o que há disponível no mercado.
Os principais benefícios desse processo serão o
empoderamento do consumidor, que terá mais comodidade para comparar, consumir e
usar as proteções do seguro; o aumento no número de segurados; e a integração
com o open banking, gerando mais concorrência e novos canais de distribuição
(super-apps). Confira abaixo alguns desdobramentos esperados:
1) Intensificação da mudança no papel das seguradoras: De
pagadora de sinistros à também provedora de serviços de prevenção ao risco;
2) Uso de novas tecnologias em maior escala no mercado de
seguros;
3) Configuração de nova figura jurídica no setor de seguros:
SISS (Sociedade Iniciadora de Serviço de Seguro), análogo ao PISP (Payment
Initiation Service Provider) no mercado de meios de pagamentos;
4) Entrada de Big Techs no setor, como já vem acontecendo em
países desenvolvidos.
Tudo isso combinado, possui um amplo potencial de mudar a cultura de consumo de seguros no Brasil. Teremos mais brasileiros se protegendo e também buscando proteção para seus bens e famílias. É a oportunidade para ampliar fortemente o cunho social da indústria de seguros e, consequentemente, aumentar sua participação no PIB brasileiro.
* Diogo Machado, superintendente de BPO e Worksite da Marsh Brasil
Acesse as edições mais recentes das publicações do Mercado de Seguros
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/12/edicao-272/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-238-2/#1
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed40_2022.pdf
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-169/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2022/02/11/trofeu-gaivota-de-ouro-2021-premia-players-que-inovaram-no-mercado-segurador/
Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-918-8A8AA8A37E8E18A1017EC49F825E169D.html
Conjuntura CNseg : https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-cnseg-n63.html
Revista Insurtalks: https://www.flipsnack.com/FEDBBBDD75E/revista-insurtalks-1-2/full-view.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/132307/Bia473/index.html
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