A importância do minimalismo no tratamento de dados pelas empresas
22, Mar. 2022
Renata Negri Fonte: SEGS.com.br
A importância do minimalismo no tratamento de dados pelas
empresas
por André Cilurzo*
Você sabia que, de acordo com Joshua Millburn e Ryan
Nicodemus, também conhecidos como The Minimalists, um americano médio possui em
sua residência mais de 300 mil itens, sendo que menos de 1% desse total são
considerados essenciais?
No mundo digital, essa dinâmica não é diferente. Em uma
recente pesquisa que realizamos, constatamos que 93% dos dados são armazenados
sem uma finalidade ou objetivos definidos nas organizações. Essa prática
aumenta os custos de armazenamento, exigindo cada vez mais espaço para que eles
fiquem guardados, além de gerar a perda de eficiência nas atividades
profissionais.
Desta maneira, se não temos um objetivo para armazenar uma
informação, por que guardá-la? É bem verdade que muitas vezes acreditamos
fielmente que utilizaremos a informação no futuro e ficamos com receio de não a
ter disponível. Mas, e se esse dado vazar? E se a empresa deixar de fazer
investimentos para ter que contratar mais espaço em nuvem? Esses
questionamentos podem nos ajudar a compreender quais impactos o armazenamento
de informações sem utilidade trará para a vida do profissional, para empresa e
até mesmo para a sociedade. Por isso, o conceito de minimalismo cabe como uma
maneira de reduzir possíveis impactos gerados por tais práticas.
O minimalismo é um meio para que o indivíduo possa encontrar
liberdade sem receios, preocupações, sobrecargas, culpa e sem a necessidade do
consumo excessivo de nossa sociedade analógica e que hoje nos consome também no
mundo digital.
Desta maneira, em linha com o conceito estabelecido pelos
The Minimalists, podemos entender que os dados também podem seguir a lógica do
que é Essencial, Não Essencial e “Junk”. Veja a definição dos conceitos a
seguir:
- Dados essenciais: correspondem às informações que
realmente são necessárias para as atividades do dia a dia, como planilhas de
controle de atividades e cronograma de projetos em andamento;
- Não essenciais: diz respeito às informações que melhoram a
experiência no trabalho, aumentando a eficiência das atividades, como templates
e documentos de projetos concluídos recentemente;
- Junk: são dados e informações armazenados sem um objetivo. Nesta situação, vemos muitos profissionais os guardando com o intuito de futuramente precisar, porém sem saber o porquê.
É comum encontramos arquivos que estão há mais de cinco anos
nas pastas do HD, anotações antigas sobre projetos já concluídos ou empresas
que não existem mais, arquivos duplicados, com diversas versões do mesmo
conteúdo e aplicativos sem utilidade.
Por exemplo, é comum áreas de Recursos Humanos armazenarem
currículos de candidatos por tempo indeterminado. Esta prática, além de
desnecessária, tendo em vista que a experiência dos profissionais de mercado
muda a cada dia, é reverberada pela LGPD (Lei geral de Proteção de Dados), que
exige que os dados tenham uma finalidade e base legal para armazenamento nas
empresas.
Para a redução do volume de dados tipo Junk, empresas têm
utilizado de programas de conscientização sobre o uso e armazenamento adequado
de informações, desafiando seus profissionais a eliminarem aquilo que não é
necessário em seus repositórios.
Este desafio tem trazido vantagens para as organizações,
tais como a melhoria da performance na rotina de atividades, a redução de
possíveis impactos causados por eventuais vazamentos de dados da empresa e a
limitação que os dados sejam utilizados indevidamente.
Os dados são como objetos, devem ter uma finalidade para
serem mantidos. Do contrário, será mais uma “tralha” no meio do caminho,
limitando nossos movimentos, impedindo que sejamos mais eficientes e tenhamos
mais tempo para focar no que é de fato essencial.
*André Cilurzo, diretor de Data Privacy e especialista em
LGPD da ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de
riscos, compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de
dados
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2022/03/edicao-273/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-238-2-2/#1
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed40_2022.pdf
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-170/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2022/03/03/transacoes-movimentam-o-mercado-segurador/
Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-918-8A8AA8A37E8E18A1017EC49F825E169D.html
Conjuntura CNseg :
Revista Insurtalks: https://www.flipsnack.com/FEDBBBDD75E/revista-insurtalks-1-2/full-view.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/132307/Bia473/index.html
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