ESG ganha espaço no setor de seguros
05, Abr. 2022
Fonte: CQCS
Em 2021, a S&P Global divulgou seu primeiro relatório
detalhando impactos dos princípios ESG – sigla em inglês para práticas
ambientais, sociais e de governança – nas seguradoras. Desde então, as práticas
vêm ganhando espaço nas companhias. No Brasil, a Susep abriu consulta pública,
a de número 44, a fim de estabelecer diretrizes para que o mercado de segurador
passe a inserir a avaliação de impactos ambientais, sociais e de governança em
seus negócios.
De acordo com informações do Valor Econômico, a minuta da
circular da Susep exige inclusão de riscos de sustentabilidade na gestão de
risco tradicional das seguradoras, criação de uma política de sustentabilidade
e elaboração de relatório anual detalhando riscos e oportunidades. Além disso,
as carteiras de investimentos das seguradoras também serão compostas por
empresas que seguem princípios ESG.
A Tokio Marine já adota alguns princípios ESG. O diretor de
estratégia de crescimento e marketing da seguradora japonesa, Flávio Otsuka,
observa que a empresa não aceita novos contratos de grupos que operam com
combustíveis fósseis, e que mantenham com seus funcionários relações análogas
ao trabalho escravo. A Tokio criou equipe multidisciplinar com foco na questão
ESG e lançou o primeiro produto com o selo, o de riscos ambientais.
A Generalli adotou critérios semelhantes. A superintendente
Débora Pinto informa que a empresa criou diretrizes de subscrição responsável
que descreve princípios para avaliação de clientes nas três vertentes da sigla
ESG. “Acredito que uma maior sinergia de iniciativas entre as seguradoras
poderá trazer resultados mais rápidos e assertivos para nossa sociedade.”
Solange Beatriz, diretora executiva da CNseg, confederação
que reúne empresas do setor, acredita que o normativo da Susep levará a
mudanças relevantes nas políticas das empresas na mensuração de riscos
climáticos dentro dos negócios. “Em dois anos teremos evidências concretas de
ações proativas do setor. As companhias estão criando estruturas para
desenvolver processos, metodologias, metas e métricas. Sem isso, só fica no
discurso. E esse pontapé já foi dado”, diz diretora da CNseg em entrevista ao
Valor, que criou comissão técnica com executivos das seguradoras para tratar da
questão.
O tema já migrou da área de sustentabilidade para a área de negócios das seguradoras. Um dos focos está no desenvolvimento de métricas. “O normativo da Susep permite que cada companhia adote sua própria ferramenta, mas a CNseg está trabalhando com consultorias para auxiliar o setor a definir parâmetros de mensuração de práticas ESG”, explicou ela.
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