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Brasil precisa caminhar para a integração

27, Mai. 2022

Para especialistas, país precisa de mais abertura para participar das cadeias mundiais de produção

Por Anaïs Fernandes — De São Paulo | Suplementos | Valor Econômico

O Brasil perdeu o bonde da globalização e, agora, se quiser se integrar mais efetivamente às cadeias de valor, precisa dar um passo quase na contramão do mundo, alertam especialistas. Enquanto no mundo o debate de trazer a produção de volta (reshoring) ou para regiões mais próximas (nearshoring) ganha espaço entre países e empresas, o Brasil precisa de mais abertura. Esse movimento, dizem eles, é preferível à busca por políticas ainda mais protecionistas. “É mais difícil, tem um pouco de portas fechadas nesse momento no mundo”, reconhece a economista Fernanda De Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Quando analistas comentam que o risco de protecionismo globalmente está aumentando, trata-se de uma situação muito diferente da observada no Brasil. “O mundo convergiu, a partir da década de 1990, para um movimento de liberalização, mas o Brasil ficou à margem”, diz Sandra Rios, diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes) e sócia da Ecostrat Consultores. Por aqui, segundo ela, o risco é que o protecionismo venha sobre níveis vigentes de abertura econômica baixos e que praticamente não mudaram ao longo das décadas.

Dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, da sigla em inglês) mostram que a participação do Brasil nas exportações globais em 2021 foi de 1,3%, e o peso nas importações foi de 1%. “Não é que não participamos do comércio internacional, mas o percentual é muito aquém do tamanho da nossa economia”, afirma Rios.

Do lado das exportações, Rios chama a atenção para a concentração da pauta. O processo de globalização foi acompanhado por preços de commodities em alta, o que beneficiou o Brasil, observa. “Nossas exportações de básicos, em valores, aumentaram. Mas quando a gente diz que o Brasil não aproveitou a onda de globalização, é porque não conseguimos diversificar a nossa produção, pelo contrário.”

O mundo experimenta um processo gradual de redução da participação do comércio no PIB, acentuado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, aponta Negri. Mas a crise financeira de 2008/2009, diz, já havia reforçado questionamentos sobre o futuro da globalização.

De lá para cá, o Brasil - notadamente sua indústria - não conseguiu ocupar espaços deixados por outros países. Pelos dados da Unctad, a participação do Brasil nas exportações mundiais de manufaturados passou de 0,7% em 2011 para 0,4% em 2020, enquanto a participação de bens primários avançou de 2,7% para 3,3%. “Perdemos participação em todos os mercados relevantes para nossas exportações de manufaturados. O Brasil manteve um grau de proteção elevado e as empresas industriais sofreram com isso, porque perderam competitividade”, afirma Rios.

Esse fechamento do Brasil acaba impondo barreiras também a novas tecnologias, segundo Negri, que pesquisa o tema. “As tarifas de importação elevadas e a dificuldade em transacionar com o resto do mundo acabam atrapalhando nosso acesso a tecnologias externas, que continuam importantes. Deveríamos ir em um sentido de nos integrar a essa cadeia, mesmo nesse cenário um pouco mais complicado”, afirma Negri.

Historicamente, no entanto, a maneira pela qual o Brasil se integrou à economia mundial foi mais pelo investimento estrangeiro direto no país, observa Negri. Isso também aconteceu na China e outros países asiáticos, que atraíram empresas em busca de mão de obra barata, explica. “Mas eles viraram plataformas de exportação. O Brasil acabou não se abrindo, manteve-se um dos países mais fechados do mundo ao comércio.”

Negri pondera que a pandemia mostrou que os países precisam ter autonomia em certos setores para continuar produzindo em casos de emergência. Mas se os governos adotarem medidas muito ativas de política industrial, voltadas à autossuficiência, isso pode provocar perda de eficiência e aumento de custos, com impacto na renda da população, avalia Rios.

A receita, para Rios, já é conhecida: implementar um programa de abertura econômica previsível, anunciado e distribuído no tempo, ao longo de quatro anos, por exemplo. “Não podemos achar que a solução, agora que o mundo está mais preocupado com proteção, é embarcar em políticas protecionistas que vão levar na direção contrária”, afirma. Além disso, o tratamento tarifário precisa ser mais horizontal, sem os diversos regimes especiais criados ao longo dos anos, e o país precisa concentrar esforços em negociações comerciais relevantes de fato, com o Canadá e a Coreia do Sul. O acordo com a União Europeia, já negociado e pronto para ser ratificado, depende de mudanças em outras políticas, como a ambiental, diz Rios.

Essa área, inclusive, pode apontar oportunidades para o Brasil entrar nesse “novo modelo” de globalização, aponta ela. Uma tendência que deve continuar forte é a demanda por “produção verde”, e o Brasil, com o binômio energia renovável biodiversidade, “tem todas as condições de se posicionar bem nesse mundo”, afirma Rios.

 Eduardo Mello, coordenador da graduação em relações internacionais da FGV, diz ver oportunidades mais limitadas para o Brasil nessa ordem que deve priorizar fornecedores próximos não só geográfica, mas também politicamente. “O Brasil tem oportunidades no sentido de que está isolado de grandes conflitos internacionais e  tem grande vantagem na produção de commodities. Mas o Brasil também tem seus próprios problemas políticos”, afirma. Para ele, países que já estão mais conectados às cadeias globais podem se dar melhor, como Coreia do Sul, Austrália e “periferia” da Europa, como Portugal e Polônia. “O Brasil tem medo da globalização, sempre teve, e nenhuma força política significativa defende uma mudança estrutural disso.


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