Executivos avaliam tendências para seguros no setor elétrico em evento da ABGR
02, Set. 2022
Para ter melhores taxas e condições contratuais diferenciadas como franquias e limites, veja algumas sugestões de Moacyr Ceola, da Fator Seguradora
Por Denise Bueno e Carlos Pacheco - Fonte: Sonho Seguro
O setor de energia do Brasil se reúne hoje e amanhã no XX Encontro do Comitê do Setor Elétrico da ABGR. Estão presentes neste tradicional evento empresas de Geração, Transmissão, Distribuição, Comercialização e negócios de energia em operação no país, composto por 35 grupos empresariais e mais de 120 representantes em suas equipes.
O objetivo do encontro foi debater o desenvolvimento dos
risk managers e como eles podem contribuir positivamente para a melhoria do
setor de energia no país e nos negócios das organizações que representam e na
sociedade. “O papel dos gerentes de riscos é primordial para desenharmos um
programa de risco sob medida, que realmente atenda às necessidades de proteções
das empresas. Este tem sido um trabalho cada dia mais árduo com a crise
energética que assola o mundo e traz restrições por parte dos seguradores e
resseguradores”, comenta Moacyr Ceola, superintendente técnico da Fator
Seguradora, especialista em colocações facultativas de resseguro, durante sua
palestra no evento.
Segundo Ganeu, a guerra entre Rússia e Ucrânia impacta fortemente nos resultados dos resseguradores europeus e norte-americanos. Porque muitos deles fazem seguro de retrocessão com a Rússia. E o mercado russo está ‘fechado’ porque sofre sanções da comunidade internacional. Diante disso, os resseguradores amargaram enormes prejuízos e tentam recuperar isso ao investir em outros mercados.
“No Brasil, enfrentamos igualmente a redução de capacidade aliada à elevação das taxas. O brasileiro, ironicamente, já está acostumado a conviver com a inflação. Empresas já fazem suas estratégias, orçamentos e balanços já considerando a inflação – algo que europeus, asiáticos e americanos não estão acostumados. Em meados de 2020, a inflação deu uma disparada no mundo – afetando a todos”, ponderou.
A oferta de capital dos resseguradores e das seguradoras para riscos de energia passa por uma análise de tudo que acontece no mundo, no Brasil e no histórico da empresa que busca o seguro. No mundo, este segmento vive um grande desafio. Especialistas citam o momento atual como a “tempestade perfeita”, causada por subinvestimento durante a pandemia, forte demanda e interrupções na oferta devido à guerra entre Ucrânia e Rússia. Outro debate mundial gira em torno da confiabilidade da rede elétrica, desafiada por temperaturas extremas e secas severas. O que tem colocado um tempero a mais nas discussões: quais os prejuízos possíveis com a escassez de eletricidade e possíveis apagões?
Ao mesmo tempo, há muitas oportunidades de negócios, pois os governos priorizam investimentos no setor para garantir não só a oferta por um preço menor e assim controlar a inflação, uma preocupação global, como também para enveredarem para a energia verde, o que tem estimulado a construção tanto de rede gigantes até o avanço da adoção dos painéis fotovoltaicos em residências.
O mercado de seguros é um dos suportes para este segmento, com oferta de um amplo leque de proteções. Para investimentos, as companhias ofertam seguros de garantia de contratos. Iniciada a construção de uma usina ou rede de transmissão, o principal contrato é o de riscos de engenharia. As que já estão em atividade, o seguro principal é o operacional, que protege o patrimônio de perdas com máquinas e equipamentos, bem com a oferta de coberturas de responsabilidade civil geral voltada a danos causados a terceiros, a administradores e até mesmo para perdas causadas por ataques cibernéticos.
“São muitos riscos que podem afetar o patrimônio das empresas atuantes neste segmento. Por isso é preciso ter uma equipe preparada e especializada no tema para desenhar o programa de riscos de energia, que em muitos casos envolve o resseguro. Quanto mais informações confiáveis o cliente tiver, mais capital os corretores e as seguradoras conseguiram para compor o limite máximo de indenização”, alerta o especialista da Fator Seguradora. Segundo ele, o mercado global e local de energia se mantém agravado em razão as perdas médias registradas nos últimos anos. “E não temos muitas perspectivas de redução de taxas e franquias nos curto e médio prazos, principalmente pela inexistência de novos resseguradores subscrevendo linhas complexas”, alertou.
O executivo da Tokio comentou sem sua palestra que o Brasil passa por uma mudança na matriz energética no País. Ainda prevalece a matriz hidrelétrica, muito forte e presente. Até porque 55,8% das operações são oriundas das hidrelétricas, enquanto as termelétricas, o uso é de 25,8%. Para um futuro próximo, os projetos aprovados pelas empresas terão uma mudança radical na matriz energética. A base do risco das seguradoras só contempla, majoritariamente, as hidrelétricas e termelétricas por enquanto.
Ganeu afirma que deverá crescer substancialmente o parque eólico e fotovoltaico. Dados da Tokio Marine apontam para projetos em construção: 36,5% na base eólica e 24,6, fotovoltaica. “São operações que, historicamente, as seguradoras não estavam acostumadas a avaliar. Quais seriam as melhores práticas de gerenciamento de risco neste caso? As companhias devem se capacitar em face deste cenário, buscando tecnologia e profissionais do mercado para avaliar esses novos riscos.
Para ter melhores taxas e condições contratuais diferenciadas como franquias e limites, veja algumas sugestões de Moacyr Ceola, da Fator Seguradora:
– Ter um corretor especializado no segmento com bom
relacionamento no mercado internacional
– Reunir o maior número possível de informações para fazer
road show do grupo para seguradoras e resseguradores
– Reunir informações substanciais esperadas pelos
subscritores para a precificação dos riscos, coberturas e limites
– Ter o valor patrimonial do grupo atualizado pela inflação,
pois isto tem sido uma prioridade dos resseguradores em razão dos valores que
envolvem a reposição de um bem
– Dimensionar as despesas indiretas ou métodos de
reconstrução do objeto segurado
– Transparência nos acordos de cosseguro e contratos
facultativos para que os resseguradores não agravem o risco de subscrição
– Sempre avalie a velocidade operacional, solidez financeira e capacidade de atendimento das demandas convencionais da seguradora como legal, indenizatória ou processual
EXPO ABGR 2022 - XIV SEMINÁRIO DE GESTÃO DE RISCOS E SEGUROS
Inscrições: https://www.expoabgr.com.br/
XX ENCONTRO DO COMITÊ DO SETOR ELÉTRICO DA ABGR
Assista a gravação do Evento clicando em: https://eventos.congresse.me/cse-abgr
VOZ SEGURA - PODCAST - VIOLÊNCIA COM PERSPECTIVA DE GÊNERO
Nesse episódio, Marcia Ribeiro entrevista Mário Assumpção,
Juiz de Direito titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher de São Bernardo do Campo.
Ouça o novo episódio do podcast: anchor fm/sousegura
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Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-244/
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed42_2022.pdf
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Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/data/files/A7/31/1B/C6/14A42810167213283A8AA8A8/REVISTA_DE_SEGUROS_N921_V3.pdf
Conjuntura CNseg :https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-cnseg-n74-8A8AA8A38293DE62018293F47B77128F.html
Revista Insurtalks: https://www.flipsnack.com/FEDBBBDD75E/revista-insurtalks-2/full-view.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/133338/Bia476/2/index.html
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