Impacto do aumento do dolar no seguro de transporte internacional
15, Mai. 2020
Impacto do aumento do dolar no seguro de
transporte internacional
A constante desvalorização da moeda nacional real frente ao
dólar, que é usado no comércio exterior, mostra uma cruel realidade: jamais a
moeda norte-americana voltará à casa dos R$ 3,50, valor que era negociado dois
anos atrás. Ontem (12.05.2020), o
dólar comercial fechou ao câmbio de R$ 5,7723. Em relação ao início do governo
Bolsonaro, quando a moeda era negociada a R$ 3,89 a desvalorização é de 48,38%.
Em 2020, o dólar já acumula valorização superior a 40% frente à moeda
brasileira que se encontra em um patamar próximo de R$ 5,80.
O aumento da cotação do dólar diante ao real traz desequilíbrio
aos mercados e sugere atenção nas atividades envolvidas com o comércio
exterior, dentre elas, o seguro de transporte internacional de importação.
Ao contratar o seguro de transporte de internacional, o
importador tem a opção de escolher a moeda de sua apólice, fator que servirá de
base para a cobrança de prêmio e para indenização de sinistro. Pode ser em
moeda estrangeira (dólar) ou moeda nacional (real).
Sendo a apólice em moeda estrangeira, terá o dólar
norte-americano como referência e todos os valores constantes nos documentos de
importação, em qualquer que seja a moeda, serão convertidos para dólares. Nesse
modelo de seguro, o custo do seguro (prêmio) é cobrado em dólares, através de
Ordem de Pagamento, com instruções para conversão para reais, ao câmbio do dia
anterior (taxa Ptax do Banco Central) a data do pagamento. Em caso de sinistro,
a indenização será efetuada considerando o mesmo critério para a conversão da
moeda. Nessa condição, o segurado está protegido contra eventuais perdas por
variação cambial, uma espécie de hedge cambial.
Sendo a apólice em moeda nacional, todos os valores constantes
no contrato de compra e venda serão convertidos para reais ao câmbio da data do
embarque, o qual também será utilizado para a cobrança do prêmio do seguro e
para a indenização de sinistro. Nessa opção, qualquer desvalorização da moeda
brasileira será prejuízo ao importador, o que é potencializado durante períodos
de subida do dólar.
Em momentos de estabilidade cambial, as pequenas variações da
moeda são previstas e suportadas pelo próprio negócio de importação, mas em
momentos de incerteza como o atual, é recomendado às empresas com apólices em
moeda nacional estudar a possibilidade de alteração para moeda estrangeira,
considerando que as indenizações de seguros podem ocorrer meses depois da data
da ocorrência do sinistro. Exemplificando, um embarque ocorrido há três meses,
com sinistro a ser pago agora, resultaria uma perda financeira de 33,30% pela
desvalorização do real verificada no período.
A alta do dólar causa muita tensão e traz consequências para a
economia, portanto o seguro se torna um elemento imprescindível para evitar
prejuízos por perdas e danos às mercadorias importadas ou por uma eventual
desvalorização cambial.
Aparecido Rocha / insurance reviewer
Coalizão Indústria apresenta diagnóstico do setor industrial ao
Governo Federal
A Coalizão Indústria apresentou, no dia 7 de maio, em Brasília,
ao Presidente da República, Jair Bolsonaro; ao Ministro da Economia, Paulo
Guedes; o Ministro da Casa Civil, general Braga Netto; e ao secretário Especial
de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Alexandre Da Costa, o atual
diagnóstico da indústria brasileira, que em alguns setores tem uma taxa de
ociosidade de 60%, e a necessidade da retomada produtiva no Brasil, após o
período de isolamento, de forma segura a todos os profissionais envolvidos.
Os representantes setoriais ainda apresentaram as ações sociais
realizadas pela indústria no enfrentamento à Covid-19; a vulnerabilidade da
produção nacional frente ao mercado asiático, que já retoma sua produção; o
impacto do custo Brasil no setor produtivo; a importância de conscientizar a
população brasileira a comprar produtos nacionais; e a necessidade dos recursos
disponibilizados pelo governo federal para gerar fluxo de caixa às empresas,
principalmente pequenas e médias, chegarem ao setor produtivo.
Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, que
participou por meio de videoconferência da reunião, o governo federal se
mostrou preocupado com a manutenção da produção do setor industrial, em criar
um cenário mais competitivo para a indústria nacional, por meio da redução do
Custo Brasil e em não permitir uma invasão de forma predatória dos produtos
importados.
Marino esclarece que o setor industrial trabalha no
desenvolvimento de guias para a retomada da produção mantendo a segurança dos
colaboradores do setor, do momento em que esse profissional deixe sua
residência até o relacionamento com os colegas de trabalho, e que o setor tem
trabalhado incessantemente para fornecer os insumos necessários na fabricação
de itens que são fundamentais no combate à pandemia, e as plantas têm
funcionando respeitando os protocolos exigidos para proteger a vida de seus
funcionários.
Em relação às ações para aumentar a competitividade do setor
químico, Marino destacou a manutenção das reformas estruturais, como a reforma
tributária, que além de elevada é complexa gerando riscos jurídicos ao setor
produtivo.
Além da Abiquim, a Coalizão Indústria é formada pela Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea); Associação
Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq); Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados); Associação da Indústria Farmacêutica de
Pesquisa (Interfarma); Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB);
Associação Brasileira Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee); Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq); Associação
Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast); Associação Brasileira da
Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT); Associação Brasileira de Cimento
Portland (ABCP); Associação Nacional de Fabricantes de Produtos
Eletroeletrônicos (Eletros); Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC); Instituto Aço Brasil; e Grupo FarmaBrasil.