Gestão de Cyber Risks & Mercado Financeiro
17, Dez. 2020
O risco cibernético é a nova ameaça à estabilidade
financeira
Um ataque certeiro a uma grande instituição financeira ou
a um sistema ou serviço central muito utilizado poderia espalhar-se rapidamente
por todo o sistema financeiro
Fonte: Valor Econômico
Por Jennifer Elliott, Chefe da Divisão de Estratégia de
Assistência Técnica do Departamento de Mercados Monetários e de Capitais do
FMI e Nigel Jenkinson, Chefe da Divisão
de Regulamentação e Supervisão Financeira do Departamento de Mercados
Monetários e de Capitais do FMI, no Valor Econômico
Muitos de nós damos como certa a facilidade de sacar
dinheiro da conta bancária, fazer transferências para a família em outro país e
pagar contas na Internet. Em meio à pandemia mundial, vimos o quanto a conexão
digital é importante para nosso dia a dia. Mas e se um ciberataque tirasse
nosso banco do ar e uma remessa deixasse de ser feita?
O número de ciberataques triplicou na última década à
medida que nos tornamos cada vez mais dependentes dos serviços financeiros
digitais, que continuam a ser o setor mais visado. Claramente, a cibersegurança
tornou-se uma ameaça à estabilidade financeira.
Em vista das profundas interconexões financeiras e
tecnológicas, um ataque certeiro a uma grande instituição financeira ou a um
sistema ou serviço central muito utilizado poderia espalhar-se rapidamente por
todo o sistema financeiro, acarretando uma perturbação generalizada e perda de
confiança. As transações não seriam concluídas se a liquidez fosse bloqueada,
famílias e empresas poderiam deixar de ter acesso a depósitos e pagamentos. Em
cenários extremos, investidores e correntistas exigiriam seus recursos ou
tentariam cancelar suas contas ou outros serviços e produtos que usam
regularmente.
As ferramentas de hacking são agora mais baratas, mais
simples e mais poderosas, permitindo que hackers menos habilidosos causem mais
danos por uma fração do custo anterior. A ampliação dos serviços móveis (a
única plataforma tecnológica disponível para muitas pessoas) aumenta as
oportunidades para os hackers.
Os ataques têm como alvo instituições grandes e pequenas,
países ricos e pobres, e não respeitam fronteiras. Assim, o combate aos crimes
cibernéticos e a redução do risco deve ser um esforço conjunto a ser
empreendido por todos os países e em cada um deles.
Embora o trabalho diário fundamental de gerenciamento de
riscos, manutenção de redes, atualização de software e a aplicação de
princípios sólidos de higiene cibernética, continue a caber às instituições
financeiras, existe também a necessidade de enfrentar desafios comuns e
reconhecer as repercussões e interconexões em todo o sistema financeiro.
Incentivos a cada empresa para que invista em proteção
não bastam; regulamentação e intervenção na forma de políticas públicas são
necessárias para salvaguardar contra o subinvestimento e proteger o sistema
financeiro como um todo contra as consequências de um ataque.
Em nossa opinião, muitos sistemas financeiros nacionais
ainda não estão prontos para gerenciar ataques, e a coordenação internacional
ainda é fraca. Em um novo estudo do FMI, sugerimos seis estratégias importantes
que reforçariam consideravelmente a cibersegurança e melhorariam a estabilidade
financeira em todo o mundo.
Mapeamento cibernético e quantificação de riscos
As interdependências do sistema financeiro mundial podem
ser mais bem compreendidas por meio do mapeamento das principais interconexões
operacionais e tecnológicas e da infraestrutura crucial. Incorporar melhor o
risco cibernético à análise da estabilidade financeira ampliará a capacidade de
entender e mitigar esse risco em todo o sistema. Quantificar o possível impacto
ajudará a concentrar a resposta e promover um compromisso mais forte com essa
questão. O trabalho nessa área ainda está começando devido, em parte, a
deficiências nos dados sobre o impacto de eventos cibernéticos e desafios de
modelagem, mas precisa ser acelerado para refletir sua crescente importância.
Convergência da regulamentação
A regulamentação e a supervisão mais harmônicas no plano
internacional irão reduzir os custos de conformidade e criar uma plataforma
para o reforço da cooperação transfronteiriça. Organismos internacionais como o
Conselho de Estabilidade Financeira, o Comitê de Pagamentos e Infraestrutura de
Mercado e o Comitê da Basileia, começaram a fortalecer a coordenação e promover
a convergência. As autoridades nacionais precisam trabalhar em conjunto na
implementação.
Capacidade de resposta
Como os ciberataques são cada vez mais comuns, o sistema
financeiro precisa ser capaz de reiniciar suas operações rapidamente, mesmo
diante de um ataque certeiro, a fim de preservar a estabilidade. As chamadas
estratégias de resposta e recuperação ainda são incipientes, sobretudo nos
países de baixa renda, que precisam de apoio para desenvolvê-las. São
necessários mecanismos internacionais para apoiar a resposta e a recuperação em
instituições e serviços transfronteiriços.
Disposição para compartilhar
Quanto maior o intercâmbio de informações sobre ameaças,
ataques e respostas nos setores público e privado, maior será a capacidade de
dissuadir e responder com eficácia. Mesmo assim, graves barreiras persistem,
muitas vezes em decorrência de preocupações com a segurança nacional e leis de
proteção de dados. Órgãos de supervisão e bancos centrais precisam elaborar
protocolos e práticas para o intercâmbio de informações sejam eficazes em meio
a essas restrições. Um modelo aceito internacionalmente para o intercâmbio de
informações, o aumento do uso de plataformas de informação comuns e a ampliação
das redes confiáveis poderiam reduzir barreiras.
Maior dissuasão
É preciso tomar medidas eficazes para confiscar os
produtos dos crimes e processar os criminosos, de modo a tornar os ciberataques
mais caros e mais arriscados. A intensificação dos esforços internacionais para
prevenir, dissuadir e interromper os ataques reduziria a ameaça na sua fonte.
Isso exige uma forte cooperação entre os órgãos encarregados da aplicação da
lei e as autoridades nacionais responsáveis pela segurança ou infraestrutura
crítica, envolvendo diversos países e organismos. Como os hackers não conhecem
fronteiras, a criminalidade mundial exige medidas de alcance mundial.
Desenvolvimento das capacidades
Ajudar as economias em desenvolvimento e de mercados
emergentes a construir capacidades em termos de cibersegurança fortalecerá a
estabilidade financeira e apoiará a inclusão financeira. Os países de baixa
renda são especialmente vulneráveis ao risco cibernético. A crise da COVID19
realçou o papel decisivo da conectividade nos países em desenvolvimento. O
aproveitamento seguro da tecnologia continuará a ser fundamental para o
desenvolvimento e isso implica a necessidade de abordar o risco cibernético.
Assim como com qualquer vírus, a proliferação de ameaças cibernéticas em um
determinado país deixa o resto do mundo menos seguro. Abordar todas essas
deficiências exigirá a colaboração dos órgãos normativos, autoridades
regulatórias nacionais, supervisores, associações setoriais, setor privado,
órgãos de aplicação da lei, organismos internacionais e outros doadores e
instituições que trabalham para o desenvolvimento das capacidades.
O FMI está concentrando seus esforços nos países de baixa
renda ao oferecer capacitação aos supervisores financeiros e ao trazer os
problemas e pontos de vistas desses países para os organismos internacionais e
debates sobre políticas nos quais eles não estão suficientemente representados.
SURA colabora com a volta da normalidade no Amapá
Seguros SURA é responsável pelo transporte dos
transformadores para volta da energia no Amapá
Fonte: Sonho Seguro
Seguro de cargas de valor alto foi aceito em tempo ágil,
devido às regras rígidas para serem cumpridas de Gestão de Risco.
A Seguros SURA uniu forças com a SC Transportes e a
corretora Allcor Seguros, para transportarem os geradores e transformadores
necessários para restabelecer o fornecimento de energia para toda a população
do Amapá, após a crise energética que o estado sofreu recentemente.
Cliente há anos da Seguros SURA, a SC Transportes contou
com o Seguro de Transportes de Carga da Seguros SURA para realizar os embarques
dos equipamentos, que liberou e aprovou rapidamente os limites, que
ultrapassaram R$ 50 milhões.
Nós da SURA temos um compromisso com o bem-estar da
sociedade e a agilidade da nossa equipe é fundamental para que a liberação de
apólices como essa ocorra rapidamente, principalmente em momentos delicados
como este para o povo amapaense, diz Amilcar Spencer, Diretor de Solução de
Transportes e Gerenciamento de Riscos da Seguros SURA.
Para garantir o sucesso da operação, a companhia contou
com a área de ADR em apoio conjunto com a subscrição, para que o seguro de
cargas de valor alto fosse aceito em tempo ágil, devido às regras rígidas para
serem cumpridas de Gestão de Risco.
O apagão no Amapá se deu após um incêndio em sua
principal subestação, deixando 16 municípios sem eletricidade e atingindo quase
90% da população. O blecaute afetou os sistemas de água e de telecomunicações,
provocando crise de abastecimento de itens básicos em comunidades isoladas e
impossibilitando o amplo atendimento hospitalar à população, em plena pandemia.
Para Amilcar, participar da ação é de extrema
responsabilidade e importância para garantir a continuidade das atividades das
indústrias, comerciantes e toda a população da região em plena pandemia.
A Seguros SURA é especialista no serviço de proteção à
carga e busca entregar aos segurados do Seguro de Transportes uma operação mais
fluida, ágil e de confiança, um dos grandes pilares da companhia.
Aneel
Leilão de linhas de transmissão deve atrair gigantes do
setor de energia
A estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) com o leilão é de um movimento R$ 7,34 bilhões
Por Agência Estado
Apesar do cenário econômico desafiador, o leilão de
linhas de transmissão marcado para esta quinta-feira, 17, que ofertará 11 lotes
de concessões em 9 Estados, deverá ter a presença de grandes investidores do
setor elétrico. Segundo fontes, o consenso é de que o risco no segmento é baixo
e, além disso, há alternativas de financiamento de longo prazo para os
projetos.
Entre as empresas interessadas no evento, que acontecerá
na B3, em São Paulo, estão gigantes como Neoenergia (NEOE3), Engie (EGIE3), EDP
Brasil (ENBR3), Alupar (ALUP11), Equatorial (EQTL3), Taesa (TAEE11), Isa Cteep
(TRPL4), CPFL (CPFE3) e Eletrobras (ELET3;ELET6).
A estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) com o leilão é de um movimento R$ 7,34 bilhões. Para o presidente da
agência, André Pepitone, a participação das empresas está ligada à expectativa
de retomada da economia em 2021. O futuro é de recuperação, de investimentos e
criação de empregos, disse ele, durante evento promovido na terça-feira pela
Enel Green Power.
As regras adotadas pela Aneel este ano proíbem a troca do
controle da concessionária de transmissão antes do início da operação
comercial, o que impede a participação de construtoras no certame. Até aqui,
era comum que empreiteiras arrematassem ativos para depois revendê-los com
lucro.
Na visão de analistas de mercado e de bancos de
investimento, as companhias devem buscar ativos com sinergias com
empreendimentos já existentes. É o caso da Eletrobrás, que já manifestou
interesse por uma linha de transmissão na região Norte, na qual a subsidiária
Amazonas GT já possui um trecho. A vantagem é que o investimento já está feito,
disse o presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior.
No entanto, segundo relatório do banco Credit Suisse,
este leilão também será marcado pelo pequeno espaço para obtenção de retornos,
o que pode limitar o valor dos lances. O presidente da Neoenergia, Mário
Ruiz-Tagle, disse recentemente que o apetite da companhia para este leilão
depende do cumprimento da disciplina de alocação de capital da companhia. A
exemplo da Eletrobrás, a companhia deve se concentrar em lotes específicos,
conectados às operações atuais.
A Taesa também já afirmou que a rentabilidade será o nome
do jogo. Estamos na fase de estudos dos lotes desde que recebemos a minuta de
edital e vamos nos concentrar naqueles que fizeram sentido em termos de
competitividade e lucratividade, disse recentemente o diretor de negócios,
gestão de participações e de implantação da Taesa, Marcus Vinícius.
Essa cautela do setor, aponta relatório do banco Brasil
Plural, é decorrente das incertezas macroeconômicas, que trazem volatilidade às
taxas de juros de longo prazo, o que pode fazer com que a disputa por ativos
seja mais discreta do que em leilões anteriores. Embora a instituição financeira
veja uma tendência de lances mais conservadores, o relatório afirma que a Taesa
e a Engie, podem investir mais fortemente em ativos em São Paulo e no Rio
Grande do Sul, respectivamente.
Do ponto de vista de crédito, a agência de classificação
de riscos Moodys, acredita que os novos projetos serão financiados
essencialmente pelo mercado local, beneficiando-se das taxas de juros baixas e
da disponibilidade de recursos de longo prazo. O bom acesso aos mercados de
dívida é apoiado pela previsibilidade do setor e pelos fluxos de caixa estáveis
e a percepção de riscos de crédito reduzidos, diz a Moodys.
Os 11 blocos a serem licitados incluem a contratação de
1.958 quilômetros de novas linhas de transmissão. As oportunidades estão
distribuídas em todas as regiões do Brasil, nos seguintes Estados: Amazonas,
Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e São Paulo. Os lotes serão leiloados em três blocos, com início
respectivamente às 9h (lotes 1, 9 e 10), 10h30 (lotes 2, 3, 4 e 5) e 11h30
(lotes 6, 7, 8 e 11). (Colaborou Luciana Collet)
NEWE estreia no seguro garantia, em todos os ramos
Fonte: Sonho Seguro
Seguradora, especializada em nichos, passa a atuar em
linhas financeiras depois de se consolidar em agronegócios
A NEWE Seguros estreia no mercado de seguro garantia e
promete entregar ao corretor um serviço diferenciado, que realmente impulsione
o crescimento da base de clientes (tomadores e segurados) em todo o setor. Nos
preparamos em três frentes que são prioritárias para elevar o patamar do
garantia, visto hoje como uma commodity, principalmente para as médias e
pequenas empresas: estímulo ao corretor com processos ágeis e simples, emissão
na ponta e preço competitivo, afirma Átila Santos, superintendente de riscos
financeiros da seguradora.
Segundo o executivo, praticamente 90% das vendas do
seguro garantia no Brasil nos últimos anos vem do seguro garantia judicial, o
que acentuou ainda mais pelo cenário atual. Com a pandemia, o seguro se tornou
uma saída imprescindível para as empresas liberarem recursos depositados em
juízo, garantindo o fluxo de caixa e a possibilidade de utilizar o limite de
crédito concedido pelos bancos para alavancar os negócios ou, simplesmente,
pagar as contas. Isso elevou muito a demanda e acabou consumindo bastante do
capital disponível no mercado, explicou.
Diante deste cenário, o nicho tem atraído players, mas a
aposta da NEWE já estava em andamento antes mesmo da pandemia. Nossos
principais executivos são oriundos do mercado de seguros financeiros e
resseguro e o projeto visa otimizar esta experiência para trazer diferenciais
competitivos que beneficiem o corretor e o consumidor, afirma Santos. Além do
seguro garantia, está no radar do grupo ingressar no médio prazo em riscos cibernéticos,
e seguro de responsabilidade civil de executivo, conhecido como Directors &
Officers (D&O).
A NEWE começou a operação no seguro garantia em julho, de
forma conservadora e agora, depois dos ajustes, expande sua atuação para todo o
Brasil. O plano da NEWE em garantia está fundamentado em atuar em todas as
linhas do produto, como judicial, garantia de contratos, tanto com o setor
público, como privado. Queremos atuar com operações que não são triviais para
atrair o corretor com amplitude de oferta. Isso fará com que o corretor seja um
protagonista do crescimento deste segmento, acredita Santos.
A NEWE irá encerrar o ano de 2020 com cerca de R$ 6
milhões em prêmios emitidos no ramo de seguro garantia, o que já representará,
aproximadamente, 3% da carteira de R$ 175 milhões em prêmios emitidos no ano de
2020. Para 2021, estimamos uma receita em seguro garantia na ordem de R$ 25
milhões, considerando os novos nichos. Esse número pode chegar até 35 milhões.
Mas, esta meta só se justifica com o investimento que fazemos para ter o apoio
dos corretores de seguros. Há quem acredite que o corretor perderá espaço, mas,
nós da NEWE Seguros, apostamos na forte parceria com esses profissionais.
Todavia é muito importante que todas as partes envolvidas estejam preparadas
para utilização de tecnologia em virtude da elevada transformação digital que o
setor experimenta, promete Santos.
Atualmente, cerca de 87% dos contratos de garantia
envolvem o setor público, o que significa que o setor privado tem muito espaço
para crescer. Caminhos para fazer esse mercado crescer é incentivar as
prestadoras de serviço a oferecerem às empresas contratantes um seguro garantia
para cobertura de prestação de serviço com cobertura trabalhista. É uma forma
dessas empresas deixarem de oferecer comodities e passarem a se diferenciar no
mercado. Um outro exemplo citado é buscar capacidade para empresas que podem
ter adiantamento de valor para entregas futuras. Uma rede hoteleira, por
exemplo, pode ter um seguro garantia para oferecer em troca de vagas futuras no
hotel. O segurado antecipa o valor de R$ 1 milhão e garante que terá R$ 3
milhões no uso de apartamentos em determinados anos, disse.
Os bancos fazem este tipo de operação com a fiança
bancária. No entanto, o valor cedido consome a capacidade de crédito da rede
hoteleira, neste caso hipotético citado. O formato do produto visa dar um
adiantamento ao pagamento e não crédito, que é uma outra modalidade de seguro.
Ainda que subestimado por previsões cada vez mais baixas
de crescimento econômico do país, o mercado de seguros, em especial, o seguro
garantia, tem muito espaço para crescimento, uma vez que, para que a economia
do País volte a crescer, o governo federal deverá retomar o investimento para
grandes obras. Para isso, depois de anos em discussão, foi aprovada pelo Senado
a Lei de Licitações, que obriga a contratação de um seguro garantia de até 30%
para as obras contratadas pelo poder público, o que permitirá às seguradoras
garantirem a retomada das obras em caso de impedimento pelo executante.
Aprovada no senado dia 10, a lei segue agora para sanção
presidencial. O texto aprovado é o substitutivo elaborado pela Câmara dos
Deputados ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 559/2013. Entre outras medidas, o
substitutivo cria modalidades de contratação, tipifica crimes relacionados a
licitações e disciplina itens do assunto em relação às três esferas de governo:
União, estados e municípios.
De acordo com a superintendente da Susep, Solange Vieira,
o novo marco regulatório é de extrema relevância para o setor de infraestrutura
brasileiro e para o desenvolvimento do país, que poderá contar com o suporte do
setor de seguros nas grandes obras. Além das garantias de execução da obra
propriamente, com a ampliação das possibilidades de cobertura do seguro,
inclusive o step-in, o próprio modelo de governança trará um acompanhamento
maior da obra por parte das seguradoras, permitindo maior transparência nos
custos e minimizando sobrepreços, explica.
Outro tema de extrema relevância para aceleração do
mercado de seguro garantia é o novo marco legal do saneamento básico, editado
pela Lei Nº 14.026. Hoje, no país, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água
tratada e mais de 100 milhões não contam com serviços de coleta de esgoto. A
meta, com o marco, é garantir o atendimento de 99% da população com água
potável e de 90%, com tratamento e coleta de esgoto, até 31 de dezembro de
2033. Para isso, o governo estima investimentos entre R$ 500 bilhões e R$ 700
bilhões em 10 anos, o que refletirá numa aceleração no mercado de seguros como
um todo e em especial para o seguro garantia.
Swiss Re & Bradesco
Swiss Re Corporate Solutions consolida parceria com
Bradesco e prevê crescimento de dois dígitos em 2021
Fonte: Sonho Seguro
Para atender melhor os corretores durante o processo de
cotação, a seguradora embarcou
inteligência artificial em sua plataforma, o que permite fazer a cotação
guiada junto com o usuário do cotador, esclarecendo dúvidas e ajudando no passo
a passo.
A joint venture entre a Swiss Re Corporate Solutions,
divisão de seguro comercial do Grupo Swiss Re, e a Bradesco Seguros, empresa
controlada pelo Banco Bradesco, começou em 2017. A Swiss Re Corporate Solutions
detém 60% e a Bradesco 40% de participação.
A parceria foi aplaudida pelos corretores e clientes
corporativos, por trazer uma empresa com o suporte financeiro do Grupo Swiss
Re, que dispõe de profundo conhecimento em subscrição e ampla capacidade para
aceitação de riscos, e da Bradesco Seguros, que acumula conhecimento do mercado
de seguros local e grande capilaridade para distribuição, estando presente em
todo o território nacional.
Passados três anos, temos uma empresa líder no Brasil no
segmento de riscos corporativos, que prevê encerrar este ano com vendas acima
de R$ 750 milhões, mantendo a meta traçada para o ano mesmo diante de uma crise
sanitária que afetou a todos. Foi, realmente, um ano de muitos desafios, mas
conseguimos atingir a expectativa dos acionistas para uma operação sustentável
a longo prazo e nos reinventar durante a pandemia. Os números mostram isso,
afirma Angelo Colombo, CEO da Swiss Re Corporate Solutions para Brasil e
América Latina.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida
por ele durante o webinar Importância da capacitação no mercado de seguros e a
Academia Digital da Swiss Re Corporate Solutions, disponível no canal do
YouTube do Sonho Seguro.
Quais são as expectativas da Swiss Re Corporate Solutions
para 2021? Podem falar de algum plano ou projeto?
Em 2021 vemos uma melhora da atividade econômica do
Brasil e estamos otimistas, projetando crescimento de dois dígitos em relação a
2020. Estaremos ainda mais próximos dos corretores com mais ofertas de produtos
digitais, mais completas e de mais fácil acesso. Com a Academia Digital
oferecemos aos corretores oportunidades de expandir sua carteira para produtos
novos produtos de nosso portfólio e explorar novas oportunidades de negócio.
O mercado de seguros tem passado por uma verdadeira
revolução tecnológica. Como têm sido os investimentos da Swiss Re Corporate
Solutions nesse sentido?
A tecnologia vai continuar exercendo um papel central no
nosso negócio. Já não é novidade para ninguém que a pandemia acelerou a
transformação das empresas e dos hábitos de consumos dos clientes. O mercado de
seguros precisa acelerar sua resposta e o corretor de seguros é onde tudo
começa para nós, é o nosso primeiro cliente. Também estamos usando a tecnologia
para facilitar o acesso dos corretores aos produtos Swiss Re. Desenvolvemos
ferramentas de cotação digital para os ramos de Seguros Agro, Compreensivo
Empresarial, D&O e Seguro Garantia. Estamos trabalhando na oferta digital
de Seguros de Transportes para 2021 e evoluindo as ofertas atuais, por exemplo,
ampliando a oferta de culturas agrícolas e aumentando o limite do Compreensivo
de R$ 30 milhões para R$ 50 milhões.
E como tudo isso ajuda o corretor?
Para atender melhor os corretores durante o processo de
cotação, embarcamos inteligência artificial, que faz a cotação guiada junto com
o usuário do cotador esclarecendo dúvidas e ajudando no passo a passo. Em 2020
já foram mais de 4.500 interações feitas pelo robô de atendimento com bom nível
de satisfação porque medimos a qualidade da experiência do corretor nesses
atendimentos. Estamos atualizando também nosso modelo de distribuição fazendo
uso da tecnologia. Com corretores e clientes disponíveis para reuniões virtuais,
mudamos nossa estrutura comercial para o formato de atendimento remoto com
ganhos expressivos de produtividade e qualidade de atendimento.
Quais são as perspectivas para o mercado de seguros como
um todo para o próximo ano?
Vemos 2021 com otimismo. Apesar dos constantes desafios
que a economia brasileira apresenta para nossos clientes e para a nossa
indústria, o setor segue sólido e com avanços regulatórios importantes que vão
permitir mais inovação e melhores soluções.
Médico comete crime envolvendo seguro para receber R$ 800
mil
Como parte da Operação Navio Fantasma, de
responsabilidade da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), prendeu, na
última terça-feira (15/12), o médico Wilian Pires. Segundo as investigações,
ele forjou o incêndio que destruiu um barco de luxo de 50 pés para receber a
indenização do seguro. A lancha foi incendiada em 11 de dezembro do ano
passado, por volta das 20h, às margens do Lago Corumbá, em Caldas Novas (GO).
As informações são do site Metrópoles, em matéria divulgada na última
quarta-feira, 16.
O cirurgião teria assinado o seguro do barco e se
intitulado proprietário para, logo em seguida, com a ajuda de comparsas,
simular o incêndio e receber o dinheiro do seguro. Os valores seriam perto de
R$800 mil. Os investigadores da DRF foram até o apartamento do médico na Quadra
403 Norte, mas não o encontraram.
Nas redes sociais, Wilian Pires, que se apresenta como
especialista em lipoaspiração de alta definição, ostenta uma rotina de luxo,
com muitas viagens ao exterior. O médico será indiciado por estelionato e
associação criminosa, no entanto, o Metrópoles apurou que a participação do
médico estaria restrita à explosão da lancha e não teria ligação com os golpes
envolvendo os veículos de luxo. A reportagem do site procurou o cirurgião para
falar sobre o caso, mas ele não respondeu aos questionamentos.
Fonte: CQCS
AL e Caribe crescerão em 2021, mas não recuperam nível
pré-pandemia
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(Cepal) divulgou, nesta quarta-feira, novo relatório, que revela que a região
da América Latina e Caribe terá queda de -7,7% em 2020, porém terá uma taxa de
crescimento positiva de 3,7% em 2021, devido principalmente a um arraste
estatístico. O crescimento não será suficiente para recuperar os níveis de
atividade econômica pré-pandemia do coronavírus (em 2019).
O relatório chamado Balanço Preliminar das Economias da
América Latina e do Caribe 2020, um dos principais relatórios anuais da
Comissão das Nações Unidas, foi apresentado virtualmente pela
secretária-executiva, Alicia Bárcena.
De acordo com o documento, em um contexto de contração
global, América Latina e Caribe é a região mais atingida do mundo em
desenvolvimento pela crise derivada da Covid-19. Na década anterior à pandemia,
a região apresentava uma trajetória de baixo crescimento e em 2020 enfrenta uma
combinação de choques negativos de oferta e demanda sem precedentes, o que se
traduz na pior crise econômica dos últimos 120 anos.
Embora os importantes esforços fiscais e monetários realizados
pelos países tenham permitido mitigar os efeitos da crise, as consequências
econômicas e sociais da pandemia foram exacerbadas pelos problemas estruturais
que a região arrasta historicamente. Para o ano de 2021 espera-se uma taxa de
crescimento do PIB positiva que reflete fundamentalmente um arraste
estatístico, mas, a recuperação do nível do produto interno bruto (PIB)
pré-crise será lenta e só será alcançada por volta do ano de 2024.
A dinâmica do crescimento em 2021 está sujeita a uma alta
incerteza relacionada com o risco de surtos da pandemia, da agilidade para
produzir e distribuir as vacinas e da capacidade para manter os estímulos
fiscais e monetários para apoiar a demanda agregada e os setores produtivos.
Avançar para um crescimento sustentável e inclusivo exige uma transformação
produtiva para setores ambientalmente sustentáveis, que favoreçam a geração de
emprego e a inovação tecnológica, afirmou Alicia Bárcena.
Segundo a secretária, as fragilidades e brechas
estruturais históricas da região, seu limitado espaço fiscal, a desigualdade, a
escassa cobertura e acesso à proteção social, a elevada informalidade do
trabalho, a heterogeneidade produtiva e a baixa produtividade são centrais para
entender o alcance dos efeitos da pandemia nas economias da região, suas
dificuldades para implementar políticas que mitiguem esses efeitos e os
desafios na hora de empreender uma retomada econômica sustentável e inclusiva.
Antes da pandemia, a região já apresentava um baixo
crescimento econômico: em média 0,3% no período de 2014-2019, e especificamente
em 2019 uma taxa de 0,1%. Com a chegada da pandemia, foram somados a esse baixo
crescimento econômico os choques externos negativos e a necessidade de
implementar políticas de confinamento, distanciamento físico e fechamento das
atividades produtivas, que fizeram com que a emergência sanitária se
materializasse na pior crise econômica, social e produtiva vivida pela região.
A contração da atividade econômica foi acompanhada por um aumento significativo
da taxa de desocupação, que é prevista em torno de 10,7% em 2020, uma profunda
queda da participação no mercado de trabalho e um aumento considerável da
pobreza e da desigualdade.
De acordo com as projeções apresentadas pela Cepal, a
América do Sul teria uma contração de -7,3% em 2020 e cresceria 3,7% em 2021; A
América Central cairia -6,5% no período atual e se expandiria 3,8% no próximo
ano. Já o Caribe registraria uma contração de -7,9% em 2020 e um crescimento de
4,2% em 2021.
O documento enfatiza que, para evitar que a região
persista em sua dinâmica de baixo crescimento, são necessárias políticas
fiscais e monetárias expansivas junto com políticas ambientais e industriais
que permitam as transformações estruturais de que a região necessita e promovam
um desenvolvimento sustentável.
Propõe a necessidade de priorizar o gasto para a
reativação e a transformação econômica e social, mediante o fomento do
investimento intensivo em emprego e ambientalmente sustentável em setores
estratégicos; estender a renda básica às pessoas em situação de pobreza;
conceder financiamento às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs); fornece
incentivos para o desenvolvimento produtivo, revolução digital para a
sustentabilidade e tecnologias limpas; e universalizar os sistemas de proteção
social.
Argumenta-se que, além dos esforços nacionais, a
reativação e a transformação econômica da região exigirão financiamento e
cooperação internacional. Nesse âmbito, enfatiza a necessidade de utilizar
instrumentos como a emissão e realocação dos Direitos Especiais de Saque (DES)
do Fundo Monetário Internacional para fortalecer as reservas dos países da
região e os acordos regionais; incluir os países de renda média vulneráveis na
iniciativa de moratória da dívida do G-20 (DSSI, na sua sigla em inglês) e
também implementar a troca da dívida para adaptação à mudança climática no caso
do Caribe, juntamente com a criação de um fundo de resiliência; e capitalizar
as instituições de crédito multilaterais, regionais e nacionais.
Fonte: Monitor Mercantil
Exportações brasileiras devem crescer 13,7% em 2021,
puxadas por soja, petróleo e minério
As exportações brasileiras deverão crescer 13,7% em 2021
na comparação com 2020, para 237,3 bilhões de dólares, com as vendas externas
do país ficando mais dependentes de produtos como soja, petróleo e minério de
ferro, previu nesta quarta-feira a Associação de Comércio Exterior do Brasil
(AEB).
Com preços mais altos e crescimentos menores dos volumes
embarcados, esses três produtos aumentarão sua fatia no total exportado pelo
Brasil para um recorde de 40,2%, notou a AEB em comunicado.
Em 2021, pelo sétimo ano consecutivo a soja continuará
sendo o produto líder de exportação do Brasil, com 36,55 bilhões de dólares, um
novo recorde, versus 28,7 bilhões de dólares em 2020, disse a associação.
A AEB apontou alta de 25% no preço médio da oleaginosa,
para 430 dólares por tonelada em 2021, em momento que a China (principal
importador) mantém firme demanda e mesmo diante da projeção de safra recorde no
Brasil, maior produtor e exportador global da commodity.
O segundo principal produto de exportação do país será o
minério de ferro, com 35,7 bilhões de dólares, contando com um aumento no preço
médio de 42%, para 105 dólares por tonelada em 2021, enquanto a mineradora Vale
ainda trabalha para voltar à liderança global neste mercado e tem projeções de
produção conservadoras para 2021.
Já as vendas externas de petróleo deverão fechar 2021 com
23,25 bilhões de dólares, ante 19,8 bilhões em 2020, com a AEB considerando
que, entre os três produtos principais de exportação, a commodity energética
terá o maior aumento no volume (5%), para 75 milhões de toneladas.
A soja terá alta de 2,4% nos embarques, para 85 milhões
de toneladas, e minério ficará praticamente estável, em 340 milhões de toneladas.
Preços melhores de soja e minério e recuperação de preço
de petróleo, explicou o presidente da AEB, José Augusto de Castro, após as
cotações do petróleo terem despencado este ano por conta da pandemia.
A China continua sustentando as cotações de soja e
minério. Sem ser protagonista, também ajuda no petróleo. As ofertas de soja e
minério estão ajustadas, com petróleo tendo maior base de manobra, acrescentou
Castro, à Reuters.
Em 2020, mesmo com preços mais baixos do petróleo, os
três principais produtos exportados pelo Brasil responderam por pouco mais de
35% dos embarques nacionais.
Somando as previsões de embarques de produtos do
agronegócio (51,97 bilhões de dólares) com os da indústria extrativa (63
bilhões de dólares), as exportações brasileiras desses dois grandes grupos
aumentariam cerca de 23% em 2021 ante 2020, para cerca de 115 bilhões de
dólares.
Segundo a AEB, as projeções para o comércio exterior em
2021 foram realizadas tendo como expectativa de que a retomada do crescimento
das atividades econômicas se consolide e que os PIBs mundiais se estabilizem
positivamente.
A velocidade de aplicação da vacina contra a Covid-19
será outro fator importante a contribuir para concretização do quadro que se
vislumbra, disse Castro, observando que alguns aspectos ainda indicam
incertezas, como o impacto do atraso na vacinação para o coronavírus no Brasil
e o qual será a relação do novo presidente dos EUA, Joe Biden, com o país.
A AEB notou também que o Brasil continua altamente
dependente das exportações de commodities, com os produtos manufaturados
sofrendo o impacto negativo da falta de competitividades decorrente do elevado
Custo-Brasil.
Fonte: Reuters
Acessem as edições mais recentes das Revistas do Setor de Seguros:
https://www.revistaapolice.com.br/2020/11/edicao-260/
https://www.revistacobertura.com.br/revista/revista-cobertura-226/
https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-162/
http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed32_2020.pdf
http://cadernosdeseguro.funenseg.org.br/secoes.php?edicao=197
https://revistasegurototal.com.br/wp-content/uploads/2020/10/212web.pdf
Tweet to @abgr_brasil Tweet