Mudança regulatória ajuda setor de seguros
19, Jan. 2021
Mudança regulatória ajuda setor de seguros
Agência Fitch vê mais competição e transparência, além de
redução custos para as companhias e de preços aos consumidores.
Fonte: Valor Econômico
O Valor Econômico relata que, de acordo com a Fitch Ratings,
as mudanças regulatórias feitas pela Superintendência de Seguros Privados
(Susep) ao longo de 2020 devem ajudar a aumentar a competição no setor. No ano
passado, pontua a agência, o regulador publicou 16 novas resoluções e mais de
20 circulares para ajustar antigas regulações e criar novas normas. Além disso,
a Susep colocou no ar diversas consultas públicas.
De acordo com o Fitch, os números de 2020 são
relativamente superiores aos de anos anteriores. A agência afirmou ver as
mudanças como positivas para, provavelmente, aumentar a competição e a
transparência do mercado, reduzir custos para as companhias e diminuir preços
aos consumidores.
A exigência de registro eletrônico das apólices por meio
da implementação do Sistema de Registro de Operações (SRO) vai tornar o setor
mais moderno e deve expandir a capacidade de supervisão, transparência e
agilidade da autarquia. Em novembro de 2020, a regra tornou obrigatório às
companhias que atuem no ramo de seguro garantia a adesão aos sistema, mas
manteve opcional para as demais. Todos os seguradores terão de fazer parte do
sistema a partir de 2023.
A Fitch destacou ainda que o regulador brasileiro
publicou resoluções em relação a expansão de fontes de financiamento para o
setor, na forma de emissão de dívida subordinada a riscos de seguros, papéis
conhecidos no exterior pela sigla em inglês ILS (Insurance Linked Securities).
Para a Fitch, essa nova regulação deve reforçar o mercado
de seguros brasileiro, na medida em que pode reduzir os custos operacionais
para as companhias.
A agência cita ainda as regras de segmentação do mercado,
que dividem o setor em quatro categorias. Segundo a Fitch, essas normas devem
também promover maior eficiência no processo de supervisão do regulador, bem
como uma redução de custos operacionais ao setor.
Com menores custos, os consumidores também serão
beneficiados por meio de preços menores e outras vantagens competitivas. A nova
regra de segmentação criou as categorias S1, S2, S3 e S4, de acordo com a
complexidade e alcance das operações. Com isso, cada segmento terá demandas
regulatórias específicas proporcionais.
Além dos segmentos, a Susep introduziu o sandbox, que
está fora do regime regulatório tradicional. A categoria tem como objetivo
ajudar o desenvolvimento de inovações e novos produtos no setor. As empresas
iniciantes selecionadas pelo regulador para participar do sandbox recebem
licenças provisórias de funcionamento.
A Fitch viu ainda a chegada do sistema de pagamentos
instantâneo do Banco Central, o Pix, como positiva para a indústria de seguros.
O novo sistema de pagamentos deve ser importante para o setor.
Previsão de inflação para 2021 tem leve alta e anúncio da
vacinação impacta pouco no curto prazo
Fonte: CNSeg / Sonho Seguro
Estimativas sobre PIB, produção industrial e taxa básica
de juros também foram alteradas pelos economistas ouvidos pelo Banco Central,
para a elaboração do boletim Focus, divulgados às segundas-feiras
A estimativa sobre a inflação medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para este ano, subiu de 3,34% para 3,43%.
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 registrou avanço de
3,41% para 3,45%. Os dados, colhidos pelo Banco Central com economistas até a
última sexta-feira, ainda não refletem o início da vacinação contra o
coronavírus.
Segundo avalia Pedro Simões, economista do Comitê de
Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, o efeito
vacinação tem pouca influência no curto prazo, onde o peso está nas chocantes
cenas registradas em Manaus, com mortes por falta de oxigênio em meio à
explosão de casos da Covid-19. “Tais imagens acendem ainda mais luzes de alerta
para outras regiões do País, que podem sofrer com esta segunda onda, acredita.
Para o economista da CNseg, o fracasso do governo no
episódio da importação de doses da vacina da Oxford-AstraZeneca produzidas na
Índia deixa bastante claro que vacinar o número de pessoas necessário para que
se chegue à imunidade coletiva levará tempo e exigirá esforço, coordenação e
recursos. Já por outro lado, o Brasil conta a estrutura logística e a
experiência de algumas das maiores campanhas de vacinação do mundo, o que é
muito positivo, acrescenta.
O cenário externo, segundo Simões, também traz otimismo,
com o avanço da vacinação pelo mundo, forte crescimento da China, e pela
perspectiva de estímulos adicionais na economia americana com a pose de Joe
Biden na quarta-feira e com a Casa Branca e o Congresso dominados por
democratas. Em contrapartida, diz, o noticiário local deve seguir entre a guerra
de narrativas e ações envolvendo a vacinação e a eleição para a presidência das
casas do Congresso. Comi isso, pouco tempo ou atenção devem sobrar para outros
temas e, por isso, a agenda econômica, na melhor das hipóteses, só deve voltar
a ser trabalhada em fevereiro.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas
Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da
CNseg, no portal de CNseg.
Caixa promete aplicativo DPVAT para próximas semanas
Fonte: Sonho Seguro
Promessa é acelerar o pagamento e evitar fraudes. Em
2021, Susep pretende discutir um novo projeto de lei com Congresso
A partir desta segunda-feira (18), a Caixa passa a ser
gestora dos recursos e do pagamento das indenizações do Seguro de Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, o Dpvat, que serão
pagos nas mais de 4 mil agências da Caixa e em breve pelo aplicativo DPVAT que
será lançado, em alguma semanas, tendo como data base final de janeiro.
O pagamento será feito, único e exclusivamente, pelo
banco digital da Caixa, o Caixa Tem, aplicativo lançado em abril de 2020 e que
suportou o pagamento de auxilio emergencial pago pelo governo federal durante a
pandemia, benefício que se encerrou em dezembro. Segundo Guimaraes, o
aplicativo do Caixa Tem é o banco digital para a menor renda, que é 80% da base
de clientes da Caixa.
Quem não tem conta na Caixa, receberá a conta gratuita
para receber o pagamento, com vistas a reduzir as fraudes, melhora para os
beneficiários, redução de custos, informou o presidente da instituição, Pedro
Guimarães, em coletiva de imprensa, que contou também com a participação da
superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Solange
Vieira.
Estamos felizes de fechar este contrato com a Caixa.
Desde novembro, acionistas deixaram a Líder Seguradora, que faz a gestão, e
passamos a procurar um novo gestor. Depois de muitas pesquisas, decidimos que a
Caixa tem o perfil de políticas públicas, com cobertura em 99% das cidades
brasileiras. O objetivo do aplicativo e do processo é funcionar via conta
digital, mas em caso de problemas terá o atendimento presencial, afirmou
Solange. A previsão, segundo a titular da Susep, é ter o processo digital
pronto até o final de janeiro.
De novo mesmo, em relação ao release divulgado no último
sábado, é a informação dada por Solange de que um projeto de lei deve ser
encaminhado ainda no primeiro trimestre para o Congresso sobre o novo seguro,
sem detalhar como será o seguro de responsabilidade civil para acidentes
automotivos.
Segundo a Susep, o valor que será cobrado pela Caixa para
a prestação dos serviços para a sociedade mostra uma redução de 33% em relação
aos custos da Seguradora Líder.
De acordo com Pedro Guimarães, a mudança vai proporcionar
eficiência e transparência na gestão dos recursos e maior rapidez na análise e
pagamento do seguro a quem realmente precisa.
PIB da China cresce 2,3% em 2020, apesar da pandemia
A economia da China cresceu 2,3% em 2020 na comparação
com o ano anterior, recuperando-se de uma contração histórica nos primeiros
meses do ano para se tornar a única grande economia mundial a crescer no que
foi um ano devastado por uma pandemia.
A capacidade da China de crescer, mesmo enquanto o mundo
luta para controlar uma pandemia violenta que matou mais de dois milhões de
pessoas, ressalta o sucesso do país em dominar amplamente o coronavírus dentro
de suas fronteiras e consolidar ainda mais seu lugar como economia dominante na
Ásia.
A economia da China, a segunda maior do mundo, terminou o
ano em alta. O produto interno bruto aumentou 6,5% no quarto trimestre em
relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo
Escritório Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira.
Os resultados superaram as expectativas. Economistas
ouvidos pelo The Wall Street Journal previam crescimento de 6% no quarto
trimestre e expansão de 2,2% no ano.
Em comparação, o PIB da China cresceu 3,2% e 4,9% no
segundo e terceiro trimestres do ano, respectivamente, após sofrer uma
contração histórica de 6,8% no primeiro.
Ao registrar um crescimento de 6,5% no último trimestre,
a economia da China recuperou a trajetória de crescimento que tinha antes de o
coronavírus começar a se espalhar pela cidade de Wuhan cerca de um ano atrás.
Nos últimos três meses de 2019, o último trimestre
completo antes de o coronavírus começar a perturbar a economia global, o PIB da
China cresceu 6% em relação ao ano anterior, contribuindo para uma expansão de
6,1% no ano inteiro.
Fonte: Valor Econômico
O entusiasmo da mercado diante da vacinação
Vacinação no Brasil é comemorada pelos investidores, mas
economistas alertam: é preciso olhar para ritmo da imunização
Início da vacinação começou no domingo, mas ainda com
doses limitadas: economistas apontam para diferentes cenários para 2021
Fonte: InfoMoney
O último domingo foi agitado e acompanhado de perto
também pelos investidores em Bolsa brasileira, em meio à aprovação do uso
emergencial das vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan em parceria com a
chinesa Sinovac, e a da Fiocruz, produzida em parceria com a farmacêutica
AstraZeneca e a Universidade de Oxford (Reino Unido) pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
De início, 6 milhões de doses da Coronavac foram
distribuídas. A primeira a ser vacinada, com a Coronavac, foi a enfermeira de
São Paulo Mônica Calazans, de 54 anos, minutos depois da aprovação do uso
emergencial pela Anvisa. A ação foi criticada pelo ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, que acusou o governo paulista, comandado por João Doria, de fazer
marketing com a vacina. Em coletivas quase simultâneas na véspera, Doria e
Pazuello protagonizaram uma troca de farpas entre os governos federal e
estadual. Também no domingo, Pazuello havia dito que o programa nacional de imunização
contra a Covid-19 começaria na quarta-feira (20) mas, nesta segunda, afirmou
que os estados podem iniciar a vacinação ainda hoje, com o início da
distribuição.
A notícia foi recebida com alívio pelos investidores, com
o Ibovespa registrando alta na sessão desta segunda também por conta do anúncio
da véspera. Isso porque a vacina é um dos fatores determinantes para o
crescimento econômico de 2021 em um cenário de tamanhas incertezas com a
aceleração dos casos de coronavírus no país (com preocupação especial ao estado
do Amazonas) e no mundo e com o impacto do fim do auxílio emergencial.
Em relatório na semana passada, o Bank of America
destacou que o Ibovespa atingiu máximas históricas acima de 125 mil pontos no
começo de janeiro (mais precisamente, dia 8), mas muito dependente do setor de
commodities sendo que as ações dos setores que permanecem abaixo dos níveis
pré-pandêmicos ainda são os mais sensíveis aos bloqueios: shoppings e varejo
tradicional, além de companhias aéreas. Assim, uma força para novas altas
dependeria e muito de uma vacina.
Conforme destaca a equipe de análise da Levante Ideias de
Investimentos, o principal impacto econômico da Covid -19 é a imposição de
medidas de isolamento social. Sem uma vacina, evitar o contato físico é a única
maneira de impedir uma contaminação descontrolada. Assim, ao trancar as pessoas
em casa, a pandemia provoca um efeito devastador sobre os negócios. Mesmo a
dinâmica economia chinesa sofreu, registrando em 2020 seu menor crescimento em
44 anos [crescimento de 2,3% no ano passado].
Por isso a vacina é tão importante para o retorno das economias à
normalidade. O que interessa é que o início do processo de imunização da
população permite calcular uma data possível ou provável para um retorno da
economia a uma situação de quase normalidade, avaliam os analistas.
Contudo, aponta o Goldman Sachs, o programa de vacinação
teve um início lento e errático. As autoridades deveriam ter recebido 2 milhões
de doses prontas da vacina AstraZeneca do Instituto Indiano do Serum na semana
passada para iniciar o programa de imunização, mas as autoridades indianas
atrasaram a entrega.
Além disso, o plano do instituto biomédico federal da
Fiocruz de começar a fabricar internamente a vacina Oxford / AstraZeneca foi
comprometido por atrasos na obtenção da documentação exigida pelas autoridades
chinesas para o embarque do agente biológico ativo sendo produzido em uma
instalação chinesa. Isso pode atrasar o cronograma de produção previsto pelo
instituto da Fiocruz, aponta Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para
a América Latina do Goldman.
Para Ramos, no geral, questões sobre o programa de
vacinação e a politização da logística e outros aspectos do programa de
imunização aumentam o risco de atrasos na campanha de vacinação. Isso pode
gerar ventos contrários à atividade durante o primeiro semestre de 2021,
somando-se ao impacto já esperado sobre os gastos das famílias registrados no
final de 2020 com o fim dos programas de apoio fiscal do governo federal e com
o recente aumento da inflação (principalmente de alimentos, impactando a
população mais pobre).
Na verdade, dado o recente cenário muito desafiador,
esperamos que o governo e o Congresso aprove em breve outra rodada de medidas
fiscais para mitigar o impacto social, econômico e de saúde pública de uma
segunda onda de Covid-19 muito intensa, aponta o economista. Em entrevista ao
InfoMoney, Ramos já havia destacado o cenário bastante incerto para a economia.
O cenário base do banco para o crescimento da economia é
de alta de 3,8% a 4% do PIB em 2021, mas já destacando que esse ritmo vai
depender de quão intensa e quão longa é essa segunda onda que está se formando
e também sobre até que ponto se consegue mais vacinas e acelerar a campanha de
vacinação.
Riscos de uma vacinação lenta
Mais conservadora, a gestora de recursos ASA Investments,
do grupo Safra, destacou em relatório na última sexta-feira que prevê um avanço
do PIB de 2,4% este ano, acreditando que só haverá a imunização de grupos de
risco apenas em meados do ano, levando a uma reabertura total da economia
apenas no terceiro trimestre. Contudo, faz alerta para riscos advindos de um
possível atraso no processo de vacinação, podendo levar a uma recuperação
econômica ainda mais gradual.
De acordo com Kawall, o Brasil fez uma opção errada ao
priorizar a produção nacional da vacina e não a sua rápida disponibilização
para a população, em contraste com os demais países, desenvolvidos ou
emergentes. Isso restringiu a escolha a vacinas de tecnologia mais padrão e a
fabricantes estrangeiros que se dispusessem a transferir tecnologia para os
institutos Butantan e FioCruz/Manguinhos.
Kawall, economista e também ex-secretário do Tesouro
Nacional, apontou que a vacinação lenta do Brasil deve levar a uma revisão
baixista para o consenso de mercado para o crescimento econômico nacional, de
alta de 3,45% em 2021 segundo a última projeção do Focus, relatório apresentado
pelo Banco Central que reúne as projeções dos economistas para os principais
indicadores de atividade.
E pontuou: Não é só um privilégio nosso, há previsões
baixistas na Europa, sendo que nos EUA há a contraposição a esse problema de
recrudescimento dos casos de coronavírus com a expectativa de alta de
estímulos, destacando o programa anunciado por Joe Biden, presidente eleito dos
EUA, de estímulos de US$ 1,9 trilhão.
No cenário básico da gestora, com a vacinação começando
neste mês e uma projeção de 700 mil pessoas por dia, a ASA Investments calcula
que seriam necessários cinco meses para o Brasil imunizar todos os grupos
prioritários, como profissionais da saúde e idosos. Neste caso, haveria chances
de medidas de isolamento social começarem a ser relaxadas no terceiro
trimestre.
Por outro lado, avaliou que, se o início da vacinação
fosse colocado para frente, apenas em meados de março (cenário que não se
concretizou), ou se houver atrasos relevantes no ritmo da vacinação, o cenário
de crescimento para o terceiro trimestre de 2021 também pode começar a ser
comprometido.
Um simples exercício contrafactual, por exemplo, sugere
que a manutenção de um nível de redução de mobilidade tal como o observado
agora no Brasil reduz o PIB naquele trimestre entre 1 a 1,5 ponto percentual,
na comparação trimestral dessazonalizada, avalia a equipe de análise. Assim,
com o cenário base da gestora de crescimento do PIB de 2,4% em 2021, a previsão
poderia cair para um crescimento em torno de 1,5% no ano, com consequente
elevação da taxa de desemprego esperado para o ano em torno de 0,3 ponto
percentual, com 270 mil empregos gerado a menos.
Além disso, aponta que a incerteza sobre a vacinação está
também afetando o quesito incerteza fiscal. Com os casos de Covid mostrando
nova aceleração e sem vacinação em massa, aumenta o risco de alguma aventura
fiscal a partir do contexto politizado em torno da eleição para as mesas de
Câmara e Senado. Assim, avalia o relatório, especulações quanto à reedição do
decreto de calamidade e defesa da volta do auxílio emergencial novamente
impulsionaram o dólar e a estrutura a termo da taxa de juros para cima,
apertando as condições financeiras na margem.
Desta forma, o impacto do atraso da vacina é
potencializado e os riscos para recuperação da economia são elevados. Em seus
níveis atuais, as condições financeiras estão ainda em terreno estimulativo,
mas menos do que ao final do ano passado. Mostram-se compatíveis com uma
expansão do PIB de mais próxima a 1,0% este ano, tudo o mais constante, e não
os 2,4% que projetamos, já abaixo do consenso, aponta o ASA Investments no
relatório de sexta, ponderando que o exercício feito é limitado e sujeito a
muitas incertezas.
Apesar das incertezas, destacam que há uma inter-relação
forte entre a disponibilidade da vacina e seus impactos nas condições
financeiras, que podem comprometer substancialmente a recuperação econômica,
mantendo elevados os níveis de poupança circunstancial e precaucional. Convém
que as autoridades sanitárias e a classe política (governo e Congresso), não
desperdicem a chance de restaurar a confiança via agilização da vacinação, de
um lado, e manutenção e aprofundamento do ajuste fiscal estrutural, de outro,
deixando de flertar com o populismo fiscal, aponta a equipe econômica da ASA
Investments.
Vale destacar que, já no final do ano passado, o Morgan
Stanley apontou três cenários para a recuperação econômica: o mais provável, em
que projetava alta de 4,3% do PIB, o mais otimista, com alta de 5,5% da
atividade, enquanto o pessimista apontava para alta de 2,1% da economia no ano,
sendo todos eles bastante dependentes de vacina. No cenário base, as regras
fiscais permaneceriam em vigor e haveria ampla disponibilidade de vacinas já no
segundo trimestre de 2021.
Corroborando esse cenário da importância da vacinação em
ritmo célere, o Itaú Unibanco manteve na semana passada sua projeção de alta do
PIB em 4,0% em 2021 e de 2,5% em 2022, mas destacando que eventuais atrasos ou
problemas no processo de vacinação representam o principal risco negativo em
torno desse cenário. Por outro lado, há ambiente para crescimento acima do
esperado, caso a vacinação ocorra de forma relativamente célere, em um ambiente
de juros baixos e crescimento global expressivo.
A avaliação do banco, de qualquer forma, é de que o
primeiro trimestre seja de perda de força para a atividade econômica ficará
estável em relação ao quarto trimestre de 2020 na série com ajuste sazonal. A
atividade econômica deve sofrer significativamente menos que na primeira onda
da epidemia de covid-19, uma vez que a indústria segue funcionando, há menos
restrições no setor de serviços agora do que no primeiro semestre de 2020, e a
atividade do setor já está em níveis historicamente deprimidos. Já a avaliação
é de que, a depender do cenário de vacinação, juros baixos e crescimento
global, o cenário do segundo trimestre em diante deve ser positivo.
O Bradesco BBI, que possui estimativa de alta de 2,8% do
PIB para a economia do Brasil, destacou em relatório do início do mês ser
importante olhar para as diferentes faixas da população a serem vacinadas. De
acordo com os economistas, o debate sobre como se dará a vacinação será
extremamente ruidoso ao longo do primeiro semestre, mas o programa de imunização
deve trazer algum alívio importante na segunda metade do ano.
Com isso, o início da vacinação é importante e bastante
positivo, mas os próximos passos serão acompanhados de perto pelos investidores
para tentar entender como se dará o ritmo de recuperação da economia
brasileira.
Indústria tem primeiro recuo após 6 meses
Os Indicadores Industriais da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) mostram que as vendas recuaram e a atividade industrial
desacelerou em novembro na comparação com outubro de 2020. De acordo com a
confederação, esse foi o primeiro recuo após seis meses seguidos de
crescimento.
Podemos dizer que isso era esperado. Houve uma
recuperação muito rápida da pandemia, e o nível de produção já está maior do
que antes da crise. Praticamente voltamos ao início do ano passado, quando o
crescimento não era muito elevado e ainda temos um nível de incerteza muito
mais elevado, disse o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca,
em comunicado.
As horas trabalhadas na produção cresceram 0,8%, um
percentual abaixo do que ocorreu em outubro, de 1,8%, e setembro, de 3,1%. O
emprego na indústria cresceu pelo quarto mês seguido, registrando 0,4% em
novembro de 2020 na comparação com outubro. No entanto, no acumulado dos 11
meses do ano passado, o número de trabalhadores da indústria recuou 2,2%. A
massa salarial se mantém estável e o rendimento médio caiu 0,9% em novembro na
comparação com outubro.
O indicador mostra ainda que a Utilização da Capacidade
Instalada (UCI) recuou 0,2 ponto percentual em novembro comparado a outubro.
Mesmo assim, a UCI de 79,9% está acima do percentual registrado em novembro de
2019, de 78,3%. As informações são da Agência Brasil.
Fonte: Monitor Mercantil
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Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
https://www.revistaapolice.com.br/2020/12/edicao-261/
https://www.revistacobertura.com.br/2020/12/21/edicao-227/
https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-163/
https://revistasegurototal.com.br/wp-content/uploads/2020/12/segurototal_ed213.pdf
http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed33_2020.pdf