Gestão de Riscos Políticos Ganha Destaque
26, Mar. 2021
AGCS alerta clientes sobre aumento do risco de distúrbios
políticos
O aumento significativo do número de protestos,
manifestações e vandalismo, à medida que eventos terroristas diminuem,
significa que a agitação civil é agora a principal exposição ao risco político
para as empresas, resultando em perdas significativas e avisos de sinistros
Fonte: AGCS / Sonho Seguro
Manifestações anti-lockdowns na Alemanha, protestos Black
Lives Matter nos EUA ou ataques incendiários a torres de telefonia celular no
Reino Unido: Danos, perturbações e, em última instância, perdas decorrentes de
manifestações, protestos, vandalismo ou outras formas de distúrbios civis estão
agora entre as principais exposições de risco político para as empresas, com o
impacto contínuo da pandemia de Covid-19 provavelmente impulsionando ainda
mais, de acordo com a última edição do Global Risk Dialogue da Allianz Global
Corporate & Specialty (AGCS). Os planos de continuidade de negócios precisa
abordar proativamente os riscos de violência política, particularmente em
setores altamente expostos, como o varejo.
Felizmente, os eventos terroristas em larga escala
diminuíram drasticamente nos últimos cinco anos. Entretanto, o número, escala e
duração de manifestações e protestos nos últimos dois anos é espantoso e temos
visto empresas sofrendo perdas significativas, diz Bjoern Reusswig, Director
Global de Violência Política e Soluções para Ambientes Hostis da AGCS. A
agitação civil disparou, impulsionada por protestos sobre questões que vão de
dificuldades econômicas à brutalidade policial, que afetaram cidadãos em todo o
mundo. E o impacto da pandemia de Covid-19 está piorando as coisas, com poucos
sinais de um fim da crise econômica à vista, é provável que o número de
protestos continue aumentando. ”
O distúrbio civil como um risco comercial chave
Causando danos físicos, interrupção de negócios ou perda
de receitas, os incidentes de agitação civil estão se tornando um risco mais
significativo para as empresas no ambiente atual, como refletido nas
descobertas do Allianz Risk Barometer 2021. Na pesquisa anual de risco, riscos
políticos e violência retornaram ao top 10 pela primeira vez desde 2018. Esta
tendência é suportada por resultados de pesquisas recentes que prevêem que as
manifestações globais irão inflar nos próximos dois anos: Verisk Maplecroft,
uma empresa de pesquisa especializada em análise de risco global, espera que 75
países vivenciem um aumento nos protestos até o final de 2022. Destes, mais de
30, grande parte na Europa e nas Américas, provavelmente verão uma atividade
significativa. A violência política também causou importantes sinistros de
seguros em 2020. Enquanto os protestos, após a morte de George Floyd, que
ocorreu em 140 cidades dos EUA, foram em sua maioria pacíficos; os incêndios, o
vandalismo e os saques que ocorreram custarão ao segmento segurador pelo menos
US$1 a US$2 bilhões em sinistros, de acordo com Axios.
As empresas não precisam ser vítimas diretas da agitação
civil para sofrer perdas financeiras. As receitas podem sofrer se a área ao
redor for isolada por um longo período ou enquanto a infra-estrutura for
reparada para permitir a reentrada de clientes, vendedores e fornecedores. Por
exemplo, durante as manifestações dos Coletes Amarelos, lojas ao longo da
Champs Elysees em Paris foram saqueadas e muito danificadas, o que afugentou os
clientes. Após apenas algumas semanas de protestos, a federação francesa de
varejo informou que os varejistas haviam perdido, em todo o país, US$ 1.1
bilhão em receitas.
Pandemia da Covid-19 sujeita a aumentar a violência
A pandemia de Covid-19 é um fator-chave por trás do
aumento da agitação civil, uma vez que aumentaram os sinistros subjacentes de
long tail, como lhes deu um ponto focal. A pandemia afetou negativamente a
estabilidade política, aumentando a polarização e trazendo para o alívio agudo
questões relativas à igualdade, agravando as condições de trabalho e os
direitos civis.
Infelizmente, o risco de motins e violência provavelmente
se tornará mais agudo por causa da Covid-19, diz Michael Stone, consultor de
risco da AGCS América do Norte. As medidas usadas pelos governos para combater
o coronavírus tiveram um impacto socioeconômico significativo e a frustração
está crescendo em grandes segmentos da população.
O fato de a pandemia ter permitido o surgimento de teorias
conspiratórias entre setores da população também prepara o terreno para futuras
turbulências, e até mesmo danos físicos em alguns casos, de acordo com
Reusswig. Uma teoria que, sem fundamento, liga a tecnologia 5G com o
coronavírus resultou em uma série de ataques incendiários a torres de telefonia
celular no Reino Unido e em outros países europeus.
Necessidade crescente de planejamento da continuidade dos
negócios
A preparação contra os riscos de violência política é
fundamental, em particular para setores expostos, como o varejo. Durante dois
dias de manifestações de Black Lives Matter no final de maio em Chicago, quase
todas as lojas da Michigan Avenue, que inclui o bairro comercial Magnificent
Mile, sofreram danos. As empresas precisam rever seus planos de continuidade de
negócios (BCP). Normalmente, estes só se concentram em catástrofes nacionais,
mas há uma necessidade crescente de que os BCPs tratem de distúrbios políticos
e outros tipos de perturbações, como incidentes cibernéticos. Definir e testar
os procedimentos em vigor é crucial, estes devem se concentrar em pessoal, nos
clientes e incluir planos gerais de comunicação e de mídia social.
As empresas também devem rever suas apólices de seguro.
As apólices de Property podem cobrir sinistros de violência política em alguns
casos, mas as seguradoras também oferecem cobertura especializada para mitigar
o impacto de greves, motins e comoção civil através do mercado especializado em
violência política. Anteriormente, esta cobertura era vista como um ‘é bom ter’
para os clientes e ‘nada com que se preocupar demais’ pelas seguradoras.
Entretanto, isto mudou desde 2018, pois tanto a frequência quanto a gravidade
destes eventos aumentaram significativamente. Vemos o crescente interesse e
demanda por coberturas de violência política por parte das empresas, diz
Reusswig.
Mercado de Seguros: O que vem pela frente
Após crescimento em 2020, nova onda de Covid traz
incertezas. Se acelerarmos o passo das vacinas, dá para prever um segundo
semestre melhor do que o ano passado”, diz presidente da CNseg, Marcio
Coriolano
Fonte: Valor Econômico
O Valor Econômico relata que antever o desempenho do
setor segurador em 2021 se tornou um exercício de futurismo. Se as projeções da
Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) feitas em novembro apontavam para
um crescimento entre 2,8% (cenário pessimista) e 13,1% (otimista) na
arrecadação do ano, excluindo saúde suplementar e DPVAT, a avassaladora segunda
onda da covid-19 embaralhou as cartas e jogou por terra qualquer projeção de
demanda por produtos de proteção e acumulação, em um cenário repleto de
incertezas sobre o ritmo da recuperação do PIB, emprego e renda.
Se o cenário de aumento do contágio, adoção de novas
medidas de isolamento e falta de um calendário de vacinação prevalecer, 2021
tende a ser pior. Se acelerarmos o passo das vacinas, dá para prever um segundo
semestre melhor do que o ano passado, diz o presidente da confederação, Marcio
Coriolano.
O setor sente o impacto das crises sanitária e econômica.
Em 2020, houve uma “queda brutal” no ritmo de geração de receitas, na visão de
Coriolano. O agravante é que, um ano depois, sequer temos horizonte de controle
do vírus. A arrecadação em prêmios da indústria avançou 1,3% em 2020, em
relação ao ano anterior, para R$ 273,7 bilhões, também sem saúde e DPVAT.
Embora o crescimento indique resiliência em um ano em que
o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 4,1%, o maior da série histórica, o
resultado significa queda real de receita, resultado atípico para um segmento
que se acostumou a entregar crescimentos anuais de dois dígitos em vários
momentos da década passada.
A heterogeneidade foi a marca da indústria em 2020 e, ao
que tudo indica, tende a se repetir em 2021. Alguns ramos sofreram com a queda
abrupta da demanda, a exemplo do seguro-viagem (-59,1%). Outros, com o cenário
de crescente desemprego, que atingiu 13,5% da população em dezembro, conforme o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e da deterioração da
renda.
Um exemplo é a carteira de automóveis, cuja arrecadação
recuou 2,1%, em um ano em que as vendas de veículos novos, principal
combustível dessa carteira, recuaram 26,6%, conforme a Fenabrave, a associação
das concessionárias. O resultado está longe de um desastre, segundo executivos
do setor, mas impacta os números gerais da indústria por se tratar de uma das
maiores carteiras em prêmios.
Voltamos ao patamar de vendas de veículos novos de quase
20 anos atrás. Se antes a estimativa é que chegaríamos em 2023 com vendas de
cinco milhões de veículos, hoje, com muito custo, chegaremos a três milhões,
diz Murilo Riedel, presidente da HDI. As restrições de mobilidade e o
fechamento de comércios, ainda que implantados de maneira errática e
concentrados nos meses iniciais da pandemia, também impactaram carteiras como
transportes (-0,4%) e garantia estendida (-6,3%) - essa proteção adicional a
bens duráveis como eletroeletrônicos tem nas lojas físicas um forte canal de
vendas.
Os planos de previdência PGBL e VGBL merecem um capítulo
à parte. Após o forte desempenho em 2019, a carteira sentiu o impacto da
recessão e da volatilidade no mercado de capitais em 2020 e viu contribuições
recuarem e resgates aumentarem em relação a 2019. O saldo ainda foi positivo:
captação líquida de R$ 41,8 bilhões, segundo a Fenaprevi.
O comportamento do investidor também foi heterogêneo.
Houve quem resgatasse recursos para cobrir rombos no orçamento, como precaução
(o dinheiro foi sacado e ficou parado em conta), ou para migrar para outra
classe de ativos. Lançamos um produto alternativo para que as pessoas não
fizessem resgates, o SOS Prev, como forma de conceder crédito com lastro nas
reservas de previdência. Foi uma alternativa para que os clientes não sacassem
de um fundo de longo prazo para uma utilização de emergência, diz Ricardo
Bottas, que assume a presidência da SulAmérica em abril.
Enquanto alguns ramos encolheram ou andaram de lado,
outros passaram ao largo da crise. O crescimento expressivo do e-commerce gerou
frutos para carteiras de seguros marítimo e aeronáuticos (+44%). Único setor da
economia que apresentou crescimento em 2020, o agronegócio viu a busca pelo
seguro rural aumentar 29,5%. O receio de calote nas transações entre empresas
turbinou a receita do seguro de crédito em 17,8%.
A pandemia também traz como legado a aceleração na
educação dos consumidores, fenômeno que tende a se repetir em 2021. O home
office compulsório e o aumento de demanda por pequenas reformas para adaptar a
casa ao novo normal turbinaram em 6,1% as receitas do seguro residencial, historicamente
subpenetrado no Brasil.
O medo do coronavírus e a busca por uma proteção
financeira adicional para a família também despertou as pessoas físicas e o
segmento PME para a contratação do seguro de vida e coberturas como morte,
invalidez permanente e despesas médicas e hospitalares. A arrecadação da
carteira aumentou 11,2%.
Sempre nos perguntamos o que faltava no Brasil para o
seguro de vida se tornar um produto demandado, dado que quando alguém toma
decisão de acumular recursos em previdência por 30 anos, faz todo sentido
contratar uma cobertura para morte e invalidez para fazer frente a uma eventual
surpresa, diz o presidente da Icatu, Luciano Snel. A pandemia mostrou o quão
frágil é a vida. Quebrou-se o tabu de se falar de morte, diz.
A expectativa da seguradora é que a carteira cresça 20%
em 2021, frente aos 13% do ano passado. Chegar ao final do ano com taxa nominal
de crescimento positiva exigiu esforço. As seguradoras ofereceram renovações
simplificadas, ampliaram prazos de pagamentos e, no caso de saúde, postergaram
reajustes, de forma a manter em carteira um segurado que sofreu com a
deterioração da renda e emprego.
Se no passado recente as receitas cresciam a taxas
chinesas e as energias eram vocacionadas ao processo de vendas, hoje há
investimentos massivos em performance operacional e racionalização de custos.
Um exemplo é a internalização de atividades correlatas que eram terceirizadas,
como call center, assistência 24 horas e inspeções, que o mercado de forma
geral terceirizava. O movimento ocorreu em 2020 e 2021 será um repeteco, diz
Riedel, da HDI.
A digitalização foi acelerada. Lançamento de plataformas
para treinamento de corretores e novas funcionalidades como avisos de sinistros
e pagamentos de indenizações de forma 100% digital, autovistoria e autoinspeção
veiculares via apps são inovações que ganham tração. As vendas pelos canais
digitais da Bradesco Seguros cresceram 52% em 2020, atingindo R$ 1 bilhão. Em
Previdência, incluímos uma ferramenta específica para mobile e assinatura eletrônica
por biometria. Em vida, disponibilizamos o aviso de sinistro 100% digital para
todas as coberturas e contratos, diz o presidente Ivan Gontijo.
A telemedicina também veio para ficar. Investimos em uma
plataforma de cuidado coordenado e mais de 800 mil pessoas passaram pela
plataforma, ou 25% da população segurada. Não adianta apenas ter um bom
produto, o canal é sempre importante no mercado de seguros, diz Gabriel
Portella, presidente da SulAmérica e que no fim do mês assumirá uma cadeira no
conselho da empresa. Em 2020, foram realizados 641 mil atendimentos, dos quais
528 mil a distância, entre teleconsultas e terapias, pela plataforma Médico na
Tela.
Em um fenômeno que ganhou força nos últimos quatro anos,
as seguradoras também reforçaram parcerias com outras seguradoras ou fintechs
como forma de ampliar canais de vendas, ganhar escala e fincar pés em mercados
e ramos em que não atuavam sem a necessidade de começar uma operação do zero.
Icatu e HDI lançaram um seguro de vida PME, aproveitando a expertise da
primeira nessa área e a capilaridade (26 mil corretores e 2,5 milhões de
clientes) da segunda para ampliar a distribuição.
Seguradoras terão que registrar o valor da comissão do
Corretor
Fonte: CQCS
As seguradoras terão que registrar no SRO (Sistema de
Registro de Operações) as informações referentes à intermediação nos contratos
de seguros, incluindo o valor da comissão paga ao Corretor de Seguros. É o que
estabelece a Circular 624/21, publicada nesta terça-feira (23/03) pela Susep.
Além do valor da comissão, deverá ser identificado o
intermediário responsável pelo contrato (corretor, agente, representante, etc…)
e registrado o tipo de intermediação adotada.
De acordo com a norma, esses dados passam a integrar o
núcleo básico de informações para o registro das operações de seguros de danos
e de seguros de pessoas estruturados em regime financeiro de repartição
simples.
Nesse sentido, deverá ser feito também o registro de
informações referentes à apólice, certificado e bilhete, incluindo a
identificação da apólice/bilhete e do estipulante/subestipulante, incluindo sua
remuneração (no caso de apólice coletiva).
Será preciso também identificar cada endosso feito, as
datas das propostas (assinatura e protocolo) e de emissão da apólice,
certificado, bilhete ou endosso; início e fim de vigência; discriminação das
alterações objeto do endosso; e da filial/sucursal referente à emissão.
As seguradoras precisarão ainda identificar o segurado e
objetos segurados; cada cobertura contratada; limite máximo de indenização (ou
capital segurado) por cobertura contratada e limite máximo de garantia (LMG);
data de início e fim de vigência de cada cobertura contratada, além do tipo,
valor, prazo e forma de aplicação de franquias.
VIGÊNCIA.
Como o CQCS noticiou, a partir do dia 02 de agosto, o
registro no SRO será obrigatório para os seguros classificados no grupo de
riscos financeiros com exceção dos ramos de crédito interno e de crédito à
exportação, nos quais a data de início da obrigatoriedade será o dia 1º de
dezembro.
De acordo com regulamentação do CNSP, todas as operações
do setor deverão integrar o sistema até 2023.
Antes tarde do que mais tarde
Governo publica decreto que cria comitê nacional de
combate à pandemia
Comitê que terá duração de 90 dias, podendo ser
prorrogado
Fonte: Agência Brasil
Foi publicado hoje (26) no Diário Oficial da União o
decreto que institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da
Pandemia da Covid-19, que terá duração de 90 dias, podendo ser prorrogado. A
medida foi assinada na tarde de ontem (25) pelo presidente Jair Bolsonaro.
O comitê é uma instância de discussão entre os poderes da
República e os estados para articulação de medidas de combate à pandemia no
âmbito nacional, bem como no enfrentamento dos problemas econômicos, fiscais,
sociais e de saúde decorrentes dela.
Um ano após o início da crise sanitária, a criação do
órgão foi decidida durante uma reunião ampliada com diversas autoridades
federais e locais e representantes de instituições, ocorrida na quarta-feira
(24), no Palácio da Alvorada.
De acordo com o decreto, o comitê é composto pelo
presidente da República, que o coordenará; pelos presidentes do Senado Federal;
da Câmara dos Deputados; e, na condição de observador, por uma autoridade
designada pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz
Fux. Autoridades representantes de órgãos e entidades, públicos e privados, e
especialistas de notório conhecimento poderão ser convidados a participar das
reuniões.
O comitê também poderá criar grupos de trabalho para
estudar e articular soluções para assuntos específicos relacionados à pandemia.
Os integrantes do comitê e dos grupos de trabalho se reunirão, a critério de
cada membro, presencialmente ou por videoconferência.
O cronograma de reuniões ordinárias ainda será definido e
poderão acontecer encontros extraordinários, sempre que solicitado por qualquer
de seus membros. A secretaria executiva do colegiado será exercida pelo
Ministério da Saúde.
Ações
Após a reunião da última quarta-feira, o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, explicou que fará a coordenação com os governadores
dos estados e do Distrito Federal, recebendo as demandas e encaminhando ao
comitê.
De acordo com Pacheco, o comitê será um grupo permanente
de trabalho e sem delegação por parte dos presidentes do Executivo e do
Legislativo, com o objetivo de definir políticas nacionais uniformes.
O Judiciário terá um representante observador pois não
pode, por força de lei, participar de comitês dessa natureza. Ainda assim
deverá atuar para que haja um controle prévio da constitucionalidade das
medidas que serão adotadas, evitando a judicialização das decisões.
Também deverá ser criado, no âmbito do Ministério da
Saúde, uma assessoria científica para discussão das melhores práticas de
assistência à saúde. Além disso, a pasta trabalhará em protocolos para
tratamento de pacientes.
Devem haver ainda ações no campo diplomático, com o
objetivo de buscar parcerias com outros países e com empresas e instituições de
pesquisa científica.
Brasil sem rumo e à beira do caos sanitário
O Brasil continua sem rumo. E o povo continua esperando
ações efetivas do Governo Federal em relação às políticas públicas relativas ao
Plano Nacional de Imunização. Enquanto nada acontece, ao colapso do atendimento
hospitalar, soma-se a falta de oxigênio em diversas regiões do país, e, agora,
o risco iminente de falta de anestésicos e de kits para intubação, algo que vem
sendo alertado às autoridades federais desde meados do ano passado, sem que
nenhuma atitude fosse devidamente pensada ou alguma ação efetivamente
executada.
Nas duas últimas semanas, o brasileiro assistiu incrédulo
a dois fantoches no comando do Ministério da Saúde. Um de saída, o
general-ministro Pazuello, que nada fez à frente da Pasta a não ser concordar
com os desmandos do presidente da República; e o outro, entrante, que seguia os
passos do militar, a que tudo assistia e concordava, sem nada fazer, sem um
pronunciamento digno e esperançoso ao povo e à altura nessa situação de
tragédia.
A existência de dois ministros em um mesmo ministério era
tão vergonhosa que os parlamentares, à frente os presidentes do Senado Federal
e da Câmara dos Deputados, colocaram pressão em Bolsonaro, assim como outras
autoridades, exigindo dele a troca imediata na Saúde.
E, pressionado, vejam só o absurdo em que vivemos,
Bolsonaro resolveu de repente, na última terça-feira, dar posse ao médico
Marcelo Queiroga como novo ministro de Estado da Saúde. A cerimônia foi
discreta, sem holofotes, longe da imprensa, no Palácio do Planalto, e sequer
constava da agenda oficial do presidente. Tudo feito às escondidas. Somente a
partir da publicação no DO, o Brasil ficou sabendo, pelos veículos de
comunicação, da novidade. Surreal, nem Dali, em seus delírios, faria algo
assim.
Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
Queiroga substitui Pazuello no mais dramático momento da pandemia do
coronavírus, Covid-19, com recordes sucessivos de mortes e contaminações, dia
após dia. E assim o Brasil caminha para chegar às quase 300 mil mortes pela
Covid.
Na terça-feira, dia 16, um dia após ser indicado para
suceder o então general-ministro, Queiroga afirmou que era necessária a união
da nação para o enfrentamento da nova onda da pandemia da Covid-19. Ora, bolas,
que bela manifestação! Obviamente, todos sabemos, homens e mulheres de bem e
responsáveis, comprometidos com a educação, com a saúde, que esse momento já
passou e há meses… e somente agora o médico, sendo investido de ministro,
pensou nisso. Chega a ser ridículo. E é!
Ele também, na oportunidade, defendeu o Sistema Único de
Saúde, o SUS, e citou a importância das evidências científicas em futuras ações
da pasta, mas estragou tudo, quando sinalizou que fará uma gestão de
continuidade. Como assim? Parece-me que gestão de continuidade é permitir que
mais mortes aconteçam, que não seja implementada uma ação nacional de combate
ao vírus, que seja negada a eficácia das vacinas e por aí vamos… Convenhamos,
que médico e ministro é esse?
Demonstrando estar afinado com as preocupações de
Bolsonaro, Queiroga se mostrou igualmente preocupado com o impacto da pandemia
da Covid-19 na economia. E ingenuamente disparou: É preciso unir esforços do
enfrentamento da pandemia com a preservação da atividade econômica. Ora, ora,
senhor Queiroga… isso é claro e evidente, mas uma política sanitária eficaz e
efetiva precisa ser imediatamente implementada.
Marcelo Queiroga é o quarto ministro da Saúde desde o
começo da pandemia de Covid, há pouco mais de um ano. Antes de Queiroga,
comandaram o ministério o médico e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta
(DEM-MS), o médico Nelson Teich, e o general do caos Eduardo Pazuello, de
triste lembrança que, para ser resguardado da imunidade, deverá ganhar novo
cargo no Planalto…
Natural de João Pessoa e formado, em Medicina, pela
Universidade Federal da Paraíba, Queiroga fez residência em cardiologia no
Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, e possui especialização em
cardiologia, na área de hemodinâmica e em cardiologia intervencionista.
Em dezembro do ano passado, Queiroga foi indicado por
Bolsonaro para ser um dos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). A indicação não chegou sequer a ser votada pelo Senado Federal, mas
agora, por suas ligações com o senador das rachadinhas, abocanhou o cargo
máximo da Saúde brasileira.
E assim vai caminhando o Brasil, sem vacinas e sem
qualquer plano federal de combate ao novo coronavírus e suas novas variantes. O
Brasil está, na realidade, entregue à própria sorte, ops, azar mesmo, pois não
dá para enxergarmos saída desse labirinto que nos enfiaram nem a curto e nem a
médio prazos.
Bolsonaro fez um curto discurso televisionado à Nação
brasileira na noite de terça, dia 23. Discurso surpreendente, diga-se de
passagem. Isso se fosse sério. As palavras utilizadas, lamentavelmente, não
traduzem a verdade dos fatos que têm acontecido no Brasil. Se ele, na
realidade, tivesse tomado todas as providências que descreveu, a situação dos
brasileiros seria outra. E centenas de mortes poderiam ter sido naturalmente
evitadas. Um discurso para inglês ver, como se diz popularmente.
Até porque todos sabemos e acompanhamos, com asco,
indignação e vergonha, a lista dos malfeitos de Bolsonaro: negacionismo;
contrário ao uso de máscaras; contrário à vacinação; incentivador de
aglomerações; devoto fervoroso da cloroquina; recomendações de tratamentos
fictícios e de remédios sem comprovações eficazes; desprezo pela vida, quando
menciona ser a Covid19 uma simples gripezinha; descaso total pela doença e seu
trato, em consequência e mais e mais…
A política do Governo Federal é mais do que omissa ou
incapaz, é sim, verdadeiramente, homicida. Mais do que desrespeitar a
Organização Mundial de Saúde; desrespeitar os médicos e sanitaristas
brasileiros; criar confusão com os governadores e ir ao STF para barrar a ação
de três deles (o ministro Marco Aurélio de Mello votou contra o pedido de
Bolsonaro); e fazer troça com a vida dos brasileiros, Bolsonaro e seus
assessores e comandados renovam, e diariamente, um pacto do Brasil com a
inércia e com o despreparo de governar uma Nação.
Fonte: Monitor Mercantil / Autor: Paulo Alonso é jornalista.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/02/edicao-262/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/2021/02/26/edicao-228/
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-163/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/02/18/edicao-215-os-desafios-da-lei-geral-de-protecao-de-dados-para-os-consumidores/
Revista Insurance Corp: https://drive.google.com/file/d/12w69vF247xS6P6Jc4caYZnldQp3kiMQ1/view?usp=sharing
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AXA XL CONVIDA / FFF Webinar / Modalidades de Colecionismo
A AXA XL terá como convidado especial João Correia, fundador da Collezionista e Historiador de Arte, no FFF Webinar: Modelos de Colecionismo.
Data: 06/04/2021 (terça-feira) / Horário: às 17h00
Em Modalidades de Colecionismo será investigado três estudos de caso representativos de abordagens distintas na prática do colecionismo. Primeiro, a caça a talentos, que desafia a compreensão cultural do nosso tempo, fenômenos com NFT (non-fungible token) e a identificação de produções artísticas relevantes entre as opções mais recentes. Segundo, a formação de coleções particulares de médio porte, a partir de princípios de curadoria inspirados nas práticas curatoriais dos principais eventos do calendário internacional das artes. Por fim, a prática do colecionismo como um portfólio de ativos gerenciado a partir de perspectivas tanto econômicas quanto culturais.
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