Seguro de Crédito e a Retomada da Economia
07, Mai. 2021
Seguro de crédito pode ser um ótimo aliado para retomada
da economia
Fonte: Revista Apólice
A Revista Apólice realizou no final da tarde de ontem, 04
de maio, mais uma edição do evento Diálogos CEO, que dessa vez contou com a
participação da nova presidente da Coface, Rosana Passos. A executiva falou um
pouco sobre como está sendo sua experiência no cargo, comentando também sobre a
importância do seguro de crédito e a evolução do segmento no Brasil.
Rosana assumiu a presidência da empresa há apenas dois
meses e é graduada em Matemática com MBA em Finanças e Riscos, além de ser
mestre em Ciências Atuariais e Contábeis. A sucessora de Marcele Lemos afirmou
que está orgulhosa de fazer parte de uma companhia na qual a diversidade não é
apenas discutida, mas sim praticada. 57% do nosso quadro de colaboradores no
Brasil é formado por mulheres, No grupo de liderança, representamos 62%. A
representatividade de gênero nos últimos tempos tem sido muito discutida, o que
leva os conselhos de administração a se preocuparem em ter um número
igualitário de homens e mulheres. Equipes diversas são mais inteligentes e
produtivas, e quem descobriu isso já está na vantagem.
A presidente da Coface disse que sua primeira missão na
seguradora é seguir promovendo a diversidade na seguradora, difundindo também
práticas ESG de forma mais ampla. Essa pandemia trouxe muitas incertezas e é
meu papel mostrar para o mercado que, além de contarmos com os melhores
produtos e serviços nessa área, temos um excelente time. Queremos ajudar as empresas
de realizarem seus negócios de forma mais segura, ressaltou Rosana.
Falando sobre seguro de crédito, a executiva afirmou que
ainda há muito espaço para o segmento crescer no Brasil. No ano passado, a
carteira teve uma arrecadação de R$ 500 milhões em prêmios contra um PIB de R$
7,5 trilhões, o que significa uma baixa penetração. O seguro de crédito ajuda
na mitigação de riscos das empresas, sendo relativamente barato em comparação
aos benefícios que traz às organizações. Entendemos em momento de crise e
incertezas é natural que as companhias busquem ferramentas para se proteger, e
o produto é um ótimo aliado nesse quesito.
Rosana disse também que, apesar de ser mais comum
empresas multinacionais contratarem o seguro de crédito, qualquer companhia pode
usufruir do benefício, pois o produto é aderente a qualquer porte, segmento e
nacionalidade. Antes de qualquer coisa, buscamos entender qual é a dificuldade
e a realidade daquela empresa para construir junto com o cliente uma solução
customizada para o seu negócio. Ela ainda ressaltou que a tecnologia é uma
grande aliada nesse processo, oferecendo mais agilidade e agregando na
experiência do consumidor.
A executiva abordou a importância do papel do corretor
para que o segmento cresça, pois é ele quem tem contato direto com o cliente e
sabe exatamente quais são suas necessidades. Mas para isso, é necessário que o
profissional seja um especialista neste produto e busque sempre conhecimento
técnico para orientar o segurado. O seguro de crédito pode ser um ótimo aliado
para a retomada da economia, e esse é o momento das organizações pararem para
refletir sobre quais riscos estão expostas. Corretores devem aproveitar essa
oportunidade para expandirem a carteira.
A Coface cresceu 37% de 2019 para 2020 e Rosana disse que
o principal desafio da seguradora neste ano é continuar essa escalada, mesmo
com um cenário de incertezas. Talvez não iremos conseguir repetir essas cifras
por conta da pandemia, mas mais do que crescer nos números, o que a gente quer
é que o mercado conheça os benefícios do seguro de crédito. Esperamos um
crescimento do PIB na ordem de 2.8% em 2021 e, embora estejamos em crise, a
sinistralidade vem se reportando abaixo das nossas expectativas. Podemos
contribuir para a economia do país de uma forma generalizada, por isso o seguro
cumpre um papel tão importante na sociedade.
Lucro da Munich Re sobe para € 589 milhões no 1o.
trimestre de 2021
Devido às condições positivas do mercado de resseguro, a
Munich Re aumentou sua meta para prêmios de resseguro de 37 bilhões de euros
para 39 bilhões para o ano
Fonte: Sonho Seguro
A gigante de resseguros global Munich Re reportou um
sólido trimestre de lucros para o primeiro trimestre de 2021, uma vez que gerou
589 milhões de euros de lucro, acima dos 221 milhões do mesmo período do ano
anterior. O segmento de resseguro contribuiu com 410 milhões de euros do lucro,
com resseguros de bens e acidentes com 358 milhões de euros do total. Apesar do
impacto de grandes perdas e catástrofes, a maior das quais foram as tempestades
de inverno nos EUA e o clima congelante, estamos no caminho certo para cumprir
nossa meta anual de 2,8 bilhões de euros, graças a ganhos operacionais
robustos, disse o diretor financeiro, Christoph Jurecka, segundo comunicado.
A empresa relatou outros 167 milhões de euros em perdas
relacionadas à pandemia COVID-19. Enquanto isso, as renovações de resseguro de
abril ajudarão a gerar mais lucros sólidos para a Munich Re, já que a empresa
relatou 17,1% de crescimento de prêmio, junto com preços 2,4% mais altos.
A pandemia tem testado nossa solidariedade e
autodisciplina todos os dias. A única maneira de realmente melhorar a situação,
entretanto, é um ritmo mais rápido de vacinações COVID-19. Faremos nossa parte
em sete unidades da Munich Re e ERGO na Alemanha assim que a equipe médica de
nossa empresa tiver permissão para administrar as vacinas. Em termos de
negócios, esperamos que o impacto da pandemia em 2021 seja limitado para Munich
Re, afirmou Jurecka.
As perdas por catástrofes naturais durante o primeiro
trimestre totalizaram 646 milhões euros, bem acima dos 208 milhões do primeiro
trimestre de 2020 e acima da média do trimestre. O principal fator para isso
foi a tempestade de inverno Uri e o congelamento do Texas, que contribuíram com
450 milhões de euros para as perdas.
Enquanto a Munich Re aproveitou as oportunidades de
crescimento durante as renovações de resseguro de abril, a empresa também disse
que continua a podar sua carteira, interrompendo negócios não lucrativos ao
mesmo tempo. Explicando os preços do resseguro, a empresa disse: Os preços
subiram em geral, com aumentos variando em relação à experiência de sinistros e
situação específica em cada mercado individual. Os preços da cobertura de
resseguro aumentaram consideravelmente em alguns lugares, incluindo o Japão. Em
contraste, os preços aumentaram apenas ligeiramente em regiões e classes de
negócios com baixa experiência de sinistros, como a Europa. Ao todo, os preços
do portfólio da Munich Re aumentaram 2,4%.
Olhando para o futuro, a Munich Re acredita que as
condições do mercado de resseguro persistirão: A Munich Re antecipa que o
ambiente do mercado irá melhorar ano a ano na próxima rodada de renovação em
julho, como foi o caso com as renovações anteriores. Devido às condições
positivas do mercado de resseguro, a Munich Re aumentou sua meta para prêmios
de resseguro de 37 bilhões de euros para 39 bilhões para o ano.
A tecnologia é chave para transformação
Fonte: CQCS
Nesta quinta-feira (06), foi o último dia do evento
KOLMEYA INNOVA SUMMIT (KIS21), evento que acontece desde a última segunda-feira
(06), em um ambiente totalmente virtual de navegação 3D chamado Cidade da
Saúde. O objetivo foi conectar o setor da Saúde por meio de suas lideranças,
gerando conteúdo e grandes discussões visando a melhoria do acesso da população
ao sistema de Saúde.
Um dos debatedores do painel Reinventando Setores
Tradicionais e o que a Saúde pode Aprender, exibido nesta tarde, foi Eduardo
Kolmar, VP de Saúde & Benefícios da THB.
No debate, Kolmar falou sobre os aprendizados na
transformação que vive na indústria e seus desafios. De acordo com o
vice-presidente, no setor de seguros, que é extremamente tradicional, os
atuantes do mercado estão insatisfeitos. Nós conversamos com as empresas, que
estão insatisfeitas com os valores que pagam dos planos, no seguro saúde, eles
não aguentam mais os incrementos aos reajustes que são aplicados, contou.
Para Kolmar, o cenário atual de pandemia em virtude da
Covid-19 é um cenário à parte. Além da insatisfação dos agentes, de acordo com
o VP, há problemas regulatórios, onde a cada ano os procedimentos são
aumentados, sem substituição ou evolução. Se encurta mais procedimentos para
que sejam cobertos pela saúde privada, acrescentou.
Na sua visão, existem também problemas de judicialização.
Hoje é muito comum, se tornou corriqueiro, por qualquer demanda não atendida,
essa procura judiciaria, contou. Segundo Kolmar, em 90% dos casos essa decisão
é conferida, muitas vezes para cobrir uma cláusula que sequer está no contrato
assinado.
Por último, existe a estabilização que é acompanhada nos
últimos anos, do número de beneficiários com acesso a saúde privada. O VP
revelou que o setor fica dependente do cenário econômico, mas mantém um número
estável. Essa equação não fecha. Temos um pouco de sinistros, as empresas não
suportam mais os reajustes, mas não temos mais volume, mais prêmio para ser
acrescentado dentro deste ecossistema. Então criamos uma necessidade de uma
transformação, de soluções muito rápidas, pontuou.
Kolmar também falou sobre as dificuldades de engajamento,
de conscientização, seja pelo entendimento do valor ou do benefício oferecido,
ou até pelas gerações diferentes presentes no mercado. Como acessamos a essas
gerações com percepções diferentes? Com entendimentos diferentes, com um único
objetivo?, questionou. De acordo com o VP, há uma unanimidade por essas
soluções digitais. Não há dúvida que 100% das pessoas planejam e querem
investir. Só que também esbarramos numa questão de custo, contou.
No bate-papo, o executivo falou que a ideia é que eles
consigam uma saúde viável, acessível e de qualidade para todo mundo. E na
questão de dados relacionados à saúde, a informação é ouro para ser trabalhada.
A tecnologia acaba sendo um fator decisivo para essa transformação, concluiu Kolmar. De acordo com o VP, a única alternativa viável para transformar, considerando todo esse cenário, é usando a tecnologia. Seja com inteligência artificial, telemedicina, entre outros. O grande entendimento é a conscientização. Temos que entender que o ecossistema é único. O grande trabalho que temos é conseguir acessar cada vez mais pessoas disponíveis e transformar o mercado em um mercado sustentável para todo mundo, finalizou.
Balança Comercial do País terá minério de ferro como
protagonista
As receitas de exportação de minério de ferro do Brasil
devem aumentar 60% este ano e substituir a soja como a principal fonte de
receita cambial do país pela primeira vez em seis anos. A informação é da
Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Nos primeiros quatro meses deste ano, os preços de
exportação do minério de ferro subiram 77,6%, enquanto os preços de exportação
da soja subiram 18%, segundo dados do Ministério da Economia. As exportações
brasileiras de minério de ferro alcançaram um preço médio de US $ 129,8 por
tonelada em abril, em comparação com US $ 67,6 por tonelada no mesmo mês do ano
passado.
As novas previsões da AEB estão baseadas nos preços em
alta e a forte demanda da China. No final do ano passado, a AEB previu que as
exportações de minério de ferro em 2021 atingiriam US$ 35,7 bilhões,
substancialmente mais do que os US$ 26 bilhões estimados de receitas de
exportação em 2020.
Fonte: Revista Portos e Navio
Eletropaulo deve excluir nome de cliente de cadastro de
inadimplentes
A mulher alegou ter sido negativada indevidamente e não
reconheceu a legitimidade do débito apontado pela empresa de energia.
O juiz de Direito Rafael Meira Hamatsu Ribeiro, da 5ª
vara Cível de Osasco/SP, determinou liminarmente que a Eletropaulo exclua o
nome de consumidora dos cadastros de órgãos de proteção ao crédito. A mulher
alegou ter sido negativada indevidamente e não reconheceu a legitimidade do
débito apontado pela empresa de energia.
O juiz, na análise de urgência, verificou que estão
presentes os elementos que evidenciam a probabilidade do direito.
Em paralelo, o risco de dano em se tratando de inserção
de nome em órgão de proteção ao crédito é presumido.
Assim, deferiu a tutela e determinou a exclusão.
Os advogados Rodrigo Lopes e Fernanda Giorno, do
escritório Lopes & Giorno Advogados, atuam na causa.
Fonte: Migalhas
Porto Seguro: Muito além do seguro de automóveis
Roberto Santos, CEO da seguradora, conversou com o
InfoMoney sobre como a empresa foi atingida pela pandemia e quais são os planos
daqui para frente
Líder em seguros de automóveis, a Porto Seguro (PSSA3)
tem conseguido depender cada vez menos desta categoria, ampliando a autonomia
de outras verticais do negócio. O objetivo é dobrar a quantidade total de
clientes, que hoje são 8,5 milhões, em um prazo de cinco anos.
A companhia evoluiu muito ao longo dos anos, deixando de
ser uma seguradora de automóveis somente. O mercado enxerga muito a Porto
Seguro como uma seguradora de automóveis, mas a gente quer mostrar ao mercado
que somos mais, disse Roberto Santos, CEO da Porto Seguro, em entrevista ao
InfoMoney.
Em seguro de automóveis, a companhia tem 5,5 milhões de
veículos segurados, o que corresponde a 28% de market share. Ela acredita que o
espaço de crescimento nesta área ainda é imenso, já que 70% da frota de carros
em circulação no país não têm seguro. Mas a concorrência tem aumentado,
especialmente das associações que vendem a chamada proteção veicular.
Enquanto inova em seguros de veículos, ela também investe
em produtos diversos, que vão desde seguros para pets até consórcios, cartão de
crédito e empréstimo pessoal. O braço financeiro da companhia, inclusive, foi
responsável por R$ 270 milhões do lucro total de R$ 1,7 bilhão do grupo em
2020.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista com
Roberto Santos, CEO da Porto Seguro.
InfoMoney: Como foi 2020 para a Porto Seguro? A empresa é
líder em seguros de automóveis, mas a circulação de carros diminuiu bastante
com a pandemia. Isso prejudicou a empresa? E como está agora?
Roberto Santos: No início do ano passado, nós tivemos uma
retração forte de vendas por conta do isolamento social. Principalmente no segundo
trimestre e até no terceiro trimestre, embora os seminovos tenham apresentado
alguma melhora entre julho e setembro. O quarto trimestre foi totalmente
diferente do resto do ano, e nós conseguimos ter uma recuperação de vendas. No
ano como um todo, a receita de seguro de automóveis até cresceu um pouco sobre
2019.
Como havia menos carros em circulação, especialmente nos
grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, houve uma queda no número de
sinistros [pedidos de indenizações por roubo ou colisões, por exemplo], o que
compensou em partes as vendas menores. Isso reduziu nossa taxa de
sinistralidade [relação percentual entre vendas e sinistros].
No momento atual, volta o isolamento e também a receita
cai. É algo parecido com o que a gente viu ano passado, mas mais com o terceiro
trimestre do que com o segundo trimestre. Há uma queda na receita, não tão
grande quanto tivemos no segundo trimestre de 2020, mas é uma queda. Por outro
lado, o número de ocorrências [sinistros] também caiu.
IM: Mesmo sendo líderes no segmento de automóveis, vocês
precisam inovar para manter o share elevado. O que tem sido feito em relação a
isso?
RS: Lançamos um produto novo na linha de seguros de
automóveis que é o Bllu, um produto que é gerido pela Azul Seguros, que é uma
das empresas do grupo. É como se fosse uma assinatura mensal de seguro de
automóveis. Totalmente digital, pode ser adquirido diretamente pelo cliente
pela internet, mas o produto é alocado na carteira de um corretor de seguros,
que vai auxiliá-lo em caso de dúvidas.
Outra característica principal é que ele é um produto um
pouco mais enxuto e mais barato do que o seguro tradicional da Azul, que por
sua vez é um pouco mais barato do que o da Porto. Em média, é 20% mais barato
do que o seguro tradicional da Azul. O intuito é conseguir penetrar naqueles
70% da frota de veículos sem seguro que estão em circulação pelo país.
IM: O Bllu foi criado para concorrer com os players que
estão oferecendo a chamada proteção veicular, um produto mais barato que o
seguro tradicional?
RS: Há cinco anos, percebemos a entrada no mercado de
associações que vendem um produto, que não é seguro, que chama proteção
veicular. Não tem fiscalização do órgão regulador, da Susep [Superintendência
de Seguros Privados], não recolhe impostos e não é um mercado regulado. O nosso
produto, o Bllu, ele é regulado, é um seguro mais enxuto, e tem objetivo de
competir com a proteção veicular.
Por este motivo, o produto foi lançado nas praças do Rio
de Janeiro e Minas Gerais, onde as associações de proteção veicular são mais
fortes. Ele foi lançado há pouco mais de um mês e a recepção foi muito boa.
Estamos acompanhando a reação do mercado ao produto para darmos sequência com a
estratégia de divulgação.
IM: Além do seguro de automóveis, quais outras proteções
também foram prejudicadas pela pandemia?
RS: O seguro patrimonial também foi bastante afetado na
receita, principalmente os empresariais, por causa da crise econômica. Somos
líderes em seguro patrimonial de empresas de pequeno e médio portes, e foi um
segmento bastante afetado pela crise. Muitas empresas fecharam as portas. Mas
conseguimos recuperar também no quarto trimestre.
Diferentemente do seguro de automóveis, em que tivemos
junto com a queda da receita uma queda dos sinistros, nos seguros patrimoniais
os sinistros não caíram tanto. Nós tivemos principalmente no primeiro trimestre
de 2020 eventos naturais que geraram sinistros, como o ciclone bomba.
Já o seguro residencial é um caso à parte. Como as
pessoas agora ficam mais dentro de casa, elas passaram a valorizar mais os
lares. Houve uma demanda maior pela proteção dos lares. As vendas deste seguro
estão impulsionadas por isso. Tem uma demanda pela cobertura de serviços, para
arrumar por exemplo uma pia que entupiu ou outros tipos de manutenção domiciliar.
IM: Da mesma forma que houve uma demanda maior para o
seguro residencial e serviços na pandemia, também aumentou a procura por seguro
de vida?
RS: Você tem duas vertentes: individual e o que as
empresas contratam aos funcionários. Esse segundo teve uma queda nas receitas
por conta de empresas que demitiram pessoas, empresas que fecharam. Já o
individual tem um efeito diferente: as pessoas estão mais preocupadas com suas
vidas e, por isso, contrataram mais seguros.
O seguro de vida individual é o produto que mais vai
crescer no futuro. Já vem crescendo a dois dígitos e vai continuar nessa
tendência por conta necessidade das pessoas por proteção. Por outro lado, o
seguro de vida tem sido impactado por conta do aumento de sinistros
relacionados à Covid.
IM: Vocês não eram obrigados a pagar indenizações por
Covid, mas estão pagando?
RS: O seguro de vida não cobre o risco de pandemia porque
você não consegue precificar isso. É assim no mundo inteiro. Quando a pandemia
chegou ao Brasil, as seguradoras conversaram entre si, cada um fez suas contas,
e optaram por cobrir os sinistros relacionados à Covid. Nós chegamos à
conclusão que isso não afetaria a saúde financeira da empresa, mas é claro que
houve um impacto nos números, tanto no ano passado como neste ano.
O capital segurado, o valor da indenização, não é linear,
depende do que cada pessoa contratou. Mas, no geral, o que podemos dizer é que
no ano passado isso aumentou de três a quatro pontos a nossa sinistralidade. Os
novos produtos vendidos já incluem o risco de pandemia, mas com uma pequena
carência. Em média, as principais seguradoras estão adotando uma carência de
três meses no caso da Covid.
Nós já percebemos um aumento próximo a 20% das vendas de
seguro de vida individual no começo deste ano em relação ao mesmo período do
ano passado. Temos cerca de 800 mil vidas seguradas atualmente.
IM: E os planos de saúde da Porto Seguro?
RS: As receitas de todo o mercado foram afetadas pela
decisão da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] de suspender o reajuste
dos planos de saúde. Isso atingiu a todos, não só a Porto Seguro. Também fomos
impactados pelas demissões das empresas, já que muitos planos são empresariais.
Teve também um movimento de downgrade dos planos, com
empresas procurando opções mais baratas para diminuir o custo em seus balanços.
Os planos de saúde dos funcionários geralmente são o segundo maior custo das
companhias, depois das folhas de pagamento. Por causa disso, perdemos clientes
na pandemia, mas também ganhamos em planos mais acessíveis.
Houve um aumento de internações devido à Covid, mas por
outro lado uma redução nos outros tipos de internações já que consultas e
cirurgias eletivas, que não eram urgentes, foram adiadas em 2020. Isso foi
feito para evitar a superlotação dos hospitais e reduzir o risco de contágio do
coronavírus.
Neste ano, estamos vivendo a mesma coisa. Mas a nova cepa
do vírus atinge mais os jovens e os jovens acabam ocupando os leitos por mais
tempo, já que eles são mais resistentes. Isso também está afetando nossos
resultados de 2021.
Temos uma carteira de saúde relativamente pequena, 270
mil vidas em planos de saúde e 630 mil em plano odontológico. Nosso share é pequeno
e uma operação bastante focada em São Paulo, com alguma coisa no Rio.
IM: A Porto Seguro também atua em serviços financeiros,
uma área que tem crescido. Pode falar um pouco sobre isso?
RS: Nós temos dois milhões de clientes ativos usando
nosso cartão de crédito. É um negócio muito importante para a empresa, porque
ele gera sinergia com outros produtos da companhia. Somos a única empresa que
permite que o cliente do cartão de crédito utilize sua pontuação para ter
desconto no preço do seguro. O ponto tem muito mais valor dentro do ecossistema
da empresa, para usar com outros produtos, do que fora dela.
Temos também uma financeira, que opera muito na parte CDC
[crédito direto ao consumidor], com financiamento de automóveis e empréstimo
pessoal. Temos crescido essa operação geograficamente. Era muito focada no
Sudeste e expandimos para Sul, Centro-Oeste e Nordeste. Temos ainda muito
espaço para crescer. Esse segmento já tem crescimento de dois dígitos.
Outra linha é a de consórcios, tanto de automóveis quanto
de imóveis. Também temos crescido dois dígitos nesta área. Na pandemia vem com
forte demanda, já que você consegue comprar um imóvel fazendo uma poupança
através do consórcio.
IM: E a inadimplência, como ficou? Aumentou na pandemia?
RS: Sim, no ano passado experimentamos um aumento da
inadimplência, assim como os bancos. Muitas pessoas vieram nos procurar para
renegociar as dívidas. Nós tivemos uma postura pró-ativa sobre isso, procurando
as pessoas para renegociar contratos antes de elas se tornarem devedoras. Isso
foi muito bom.
Fizemos também provisões com base em cálculos
matemáticos. Uma postura bastante conservadora para proteger o business. As
provisões afetaram um pouco o resultado, mas foram importantes. Neste ano,
percebemos uma pequena alta na inadimplência, mas muito pequena em relação ao
que foi ano passado. Nada que assuste, tanto no CDC quanto no cartão.
IM: E qual é a agenda de crescimento da Porto Seguro para
os próximos anos?
RS: A Porto Seguro tem hoje 8,5 milhões de clientes
pessoas físicas. Temos um objetivo, um sonho, que em cinco anos a gente quer
dobrar a nossa carteira de clientes. Temos hoje 20 negócios para as pessoas
físicas, temos uma oportunidade muito grande de vender produtos a novos
clientes. Queremos ser cada vez mais um porto seguro para as pessoas.
Temos muito investimento na área de tecnologia,
utilizando Analytics, modelos de propensão para identificar as necessidades que
as pessoas têm de produtos. Você traz o cliente para dentro de casa com um
produto e depois você oferece para ele, no momento certo, outros produtos que
nós temos e que ele precisa.
IM: O crescimento previsto é só orgânico ou podemos
esperar algo na área de M&A (fusões e aquisições)?
RS: Sim, M&A é uma possibilidade. Temos olhado com
muito carinho muitas opções. Algumas em conversas avançadas. Não só para
crescimento de carteira de clientes, mas sim empresas que tenham tecnologia que
possam se incorporar dentro do nosso processo de transformação digital.
Nós criamos há pouco menos de dois anos uma diretoria de
transformação digital dentro da companhia. Numa agenda em que colocamos o
cliente no centro das nossas decisões, a gente tem buscado revisar toda a
jornada dos nossos clientes, tirando pontos de dor com novas tecnologias.
Um exemplo é a nossa parceria com a Raízen. Nós
construímos um super app, que está em fase final de teste, onde o cliente
consegue usar o cartão de crédito e outros produtos do grupo no mesmo
aplicativo. Nós colocamos a solução da Raízen, o Shell Box, dentro do nosso
cartão. Você dentro do carro, para em frente à bomba, com três cliques acessa o
Shell Box, coloca o número da bomba e faz o pagamento sem ter que sair do carro
para passar o cartão.
A Porto Seguro é mais que uma seguradora, é quase uma
empresa de tecnologia. A gente quer ser uma empresa de tecnologia, ou o mais
parecido com isso possível. Não como uma seguradora com prédios antigos. Uma
coisa sólida, mas antiga, difícil. Não. Queremos ser leves, somos leves.
A era da fratura social
Fonte: Monitor Mercantil
A instabilidade inerente às sociedades das economias
capitalistas afeta profundamente seus membros e seus ciclos longos estudados
por Nikolai Kondratiev. Indicam, aliás, que em 2020 presenciamos o final de
período de expansão, atingido frontalmente por uma pandemia de grandes
proporções.
Nesse contexto, começa a surgir uma nova ordem social
pactuada para o novo ciclo com mudança tecnológica, talvez diferente dos
anteriores caracterizados por busca do pleno emprego, acesso à seguridade
social, autonomia no trabalho e tempo livre.
Só numa sociedade onde toda expansão da oferta de bens e
serviços úteis gere, ao mesmo tempo, distribuição do andar de cima para o andar
de baixo, ou onde os indivíduos trabalhem menos tempo, semanalmente, para
surgir oportunidade para a maioria, teremos uma ordem social que beneficie o
homem médio, atualmente profundamente ressentido com tanta desigualdade de
oportunidades.
O conflito distributivo está posto na ordem do dia, entre
os segmentos dependentes de salários, em relação aos dependentes de lucros
(proprietários do capital industrial, financeiro, imobiliário etc.). O andar de
cima promove uma coordenada greve de investimentos kaleckiana, muito bem
assessorado por think tanks, agências de risco, escritórios de advocacia e consultorias
privadas, reclamando de profit squeze (esmagamento dos ganhos), ou pela rigidez
dos mercados de trabalho e alta tributação sobre ganhos de capital.
Isso resulta num forte desequilíbrio social mantido hoje
por uma ilimitada inundação/expansão de dinheiro pelos bancos centrais das
economias ricas, no sentido de assegurar, via remuneração do capital fictício
(dívidas públicas e ações) a coesão social mínima e a estabilização do regime
de acumulação, mas tornando inescapável e previsível uma nova crise, logo ali à
frente, pelo acúmulo de bolhas.
Nesse contexto, os meios disponíveis para os masters of
universe dominarem as crises de legitimação, mediante a criação da ilusão do
crescimento perpétuo, parecem esgotadas, até pela crise ambiental que se
avizinha. Baixo crescimento, elevada desigualdade e crescente endividamento de
famílias pobres e governos geram crescente concentração de renda e riqueza no
segmento de 1% mais rico, exigindo uma sociedade militarizada e de controle da
democracia vigiada e parcial. A magia do dinheiro digital farto revela-se um
perigo crescente, bem como uma tentativa de comprar tempo que não se sustentará
por muito tempo, em associação com as pirâmides das dívidas.
Os bancos centrais independentes se tornaram o verdadeiro
governo da pós-democracia do tempo presente, independentes do controle social,
de eleições, parlamentos, governos e contribuintes. Prevenir o colapso consome
noites de sono de autoridades, diante de uma rastejante economia e dos
conflitos sócias que se avolumam ao redor do planeta.
Alguns advogam reformas que eliminem a proteção social ao emprego, comprimam salários reais, retirem poder dos sindicatos e façam austeridade. São tempos em que alguns não dormem por sentir fome, e outros com medo das revoltas.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/03/edicao-263/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-230/#1
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-164/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/03/25/edicao-216-saude-privada-registra-aumento-em-numero-de-beneficiarios/
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed34_2021.pdf
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-915.html
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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O CURSO E INSCRIÇÕES, ACESSE O LINK: https://mba.ens.edu.br/curso/gestao-de-riscos-e-seguros