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Crise hídrica gera negócios para o setor de seguros

10, Jun. 2021

Crise hídrica gera negócios para o setor de seguros

Richard Mendes Leone, diretor técnico de Property & Commercial Lines da Fator Seguradora, a crise hídrica traz duas vertentes para as seguradoras: gerenciar riscos dos clientes e ofertar seguros para os investimentos na ampliação da rede energética do Brasil

Fonte: Sonho Seguro

Apesar do agravamento da crise hídrica, a pior dos últimos 91 anos, o mercado segurador afirma que este cenário ainda não entrou na agenda de preocupações e sim de oportunidades de negócios. Riscos de apagões, que eram considerados irrelevantes por analistas, começam a entrar no radar de riscos considerando-se as perdas que afetam todos, como empresas paralisarem linhas de produção, comercio online ter vendas reduzidas por falta de acesso a internet e até mesmo cancelamento de voos por falta de energia.

Segundo Richard Mendes Leone, diretor técnico de Property & Commercial Lines da Fator Seguradora, a crise hídrica traz duas vertentes para as seguradoras: gerenciar riscos dos clientes que tem apólice de lucro cessantes e eventuais acidentes que possam ocorrer em máquinas e equipamentos afetados por oscilação energética, e ofertar seguros para os novos investimentos. Dependendo da situação futura dos reservatórios, pode não haver geração suficiente para atender os momentos de forte demanda do sistema elétrico. E isso deixa claro a urgência de investimentos neste setor, avalia.

Com o ONS autorizando o despacho de usinas termelétricas para garantir a segurança energética do país, a geração das usinas hidrelétricas é reduzida com objetivo de desacelerar o esgotamento dos reservatórios durante o período seco. Os riscos cobertos pelos seguros de lucros cessantes são as perdas geradas pela paralisação total ou parcial nos negócios do segurado resultante de dano material. Ou seja, se não houver um dano material, a simples paralisação das plantas por falta de recursos naturais, não acionará o seguro de lucros cessantes.

Com o acionamento das termoelétricas neste momento de falta de recursos naturais, a partida e o desligamento das máquinas ao longo do ano, geram tensões em seus eixos, que podem ocasionar quebra de máquinas, que por sua vez causará prejuízos às seguradoras tanto em danos materiais como em lucros cessantes. Um outro ponto de atenção das seguradoras está no mercado de spot de energia. As geradoras podem precisar comprar energia no mercado de curto prazo para honrar seus contratos, o que pode acionar a cobertura de lucro cessante do contrato de seguro.

Segundo o advogado especializado em responsabilidade civil, Walter Polido, boa parte dos seguros ofertados no Brasil tem o não fornecimento ou a falha no fornecimento de energia elétrica como risco excluído pelas apólices de Responsabilidade Civil Operacional das empresas geradoras, distribuidoras e vendedoras de energia. Então, a questão da crise hídrica é algo bem complexo, mas que não deverá afetar as seguradoras que atuam no segmento, avalia.

Assim, o foco dos executivos de seguros está nos investimentos. De acordo com estudos divulgados pelo governo, a participação da geração de energia vindo das hidrelétricas caiu de 67% em 2014 para 62% em 2021, puxado por uma maior participação da energia eólica, com 10% (4% em 2014) e outras fontes renováveis. Se houver investimentos estratégicos, como a construção de hidrelétricas com reservatórios para reduzir a dependência das chuvas, o risco de apagões será reduzido. Outra opção são os investimentos em fontes renováveis de energia, como solar, eólica e biomassa para complementar a geração energética de maneira limpa, respeitando o meio ambiente, comenta Leone.

Rodrigo Belloube, CEO da Munich Re, compartilha da mesma opinião. Lucros cessantes são geralmente muito pouco comercializados. O sistema energético no Brasil se auto-protege com compensações de um Estado para o outro. Já investimentos são uma necessidade inequívoca e daí surge sempre a oportunidade de novos negócios, principalmente em seguros de Riscos de Engenharia (incluindo RC e Transportes) e Garantia, diz.

Atualmente, os investimentos em construção de PCHs e de parques fotovoltaicos são os que mais demandam programas de seguros, comenta o diretor da Fator Seguradora. Segundo dados do governo e de especialistas, o setor de energia demanda investimentos de R$ 2,7 trilhões nos próximos 10 anos. Já para petróleo, gás natural e biocombustíveis, outros R$ 2,3 trilhões. Desses valores, R$ 365 bilhões para geração centralizada, geração distribuída e transmissão de energia elétrica; R$ 89,6 bilhões em empreendimentos de transmissão no período de 10 anos, além de 40 mil quilômetros de novas linhas de transmissão devem ser erguidas até 2030.

Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) aponta que o Brasil acaba de ultrapassar a marca histórica de 9 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar em usinas de grande porte e pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos. Desde 2012, a fonte já trouxe mais de R$ 46 bilhões em novos investimentos ao País e gerou mais de 270 mil empregos acumulados. De acordo com a associação, somente na geração própria de energia, o setor solar pode trazer mais de R$ 139 bilhões em investimentos e gerar mais de 1 milhão de novos empregos ao Brasil até 2050, com o marco legal proposto pelo PL nº 5.829/2019.

Estamos atentos a este movimento no setor elétrico e nos preparando para a demanda dos investidores. A Fator Seguradora atua com todo o ciclo de investimento, desde o seguro garantia de performance, passando por riscos de engenharia, apólices que cobrem riscos que podem paralisar a obra; seguro construção, para acidentes nos parques; e, por fim, o seguro operacional, que garante perdas durante o dia a dia do parque energético, finaliza Leone.

Operação em seguros atrai megainvestidor e Nubank recebe aporte de USS 500 milhões

Fonte: CQCS

O sucesso da operação em seguros do Nubank no Brasil atraiu a atenção do megainvestidor Warren Buffett. Foi, inclusive, uma das principais razões para a Berkshire Hathaway, pertencente a Buffett, assinar um investimento de US$ 500 milhões no Nubank. Segundo pipeline do Valor Econômico, essa é uma de suas raras apostas do grupo no mercado brasileiro, especialmente em companhia de capital fechado. Durante a negociação, que começou em março, a gestora ficou particularmente atraída exatamente pelo ritmo de crescimento da operação de seguros.

Como o CQCS noticiou no final do ano passado, o Nubank passou a comercializar seguros de vida, oferecendo planos com preço médio de R$ 9,00 em parceria com a seguradora Chubb.

O Nubank Vida pode ser simulado e contratado pelo aplicativo da startup. Segundo explicou o CEO e fundador da startup, David Vélez, a ideia é abandonar pacotes pré-definidos e a linguagem técnica. Ainda de acordo com o executivo, os clientes terão autonomia para só pagar o que realmente valorizam e utilizam.

Além da Berkshire, outros investidores estrangeiros estão aportando mais US$ 250 milhões no negócio. Com isso, a avaliação do Nubank, que é uma empresa de capital fechado, chegou a US$ 30 bilhões. O novo aporte é uma extensão da rodada realizada em janeiro, que levantou US$ 400 milhões. Assim, a rodada se encerra em US$ 1,150 bilhão, a maior já registrada na América Latina.

Em 10 anos, rodovias brasileiras tem mais de 1,5 milhão de sinistros

Fonte: Cesvi Brasil

As rodovias brasileiras foram palco de mais de 1,5 milhão de sinistros de trânsito, na sua maioria colisões traseiras (27,1%), envolvendo mais de 3,3 milhões de pessoas entre os anos de 2009 e 2019. Os dados foram coletados junto à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o estudo Dimensão e Impacto dos Sinistros de Trânsito no Brasil: Características Gerais e Descrição de Indicadores, elaborado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) com o suporte da agência 360° CI, e que traz uma notícia alentadora: um terço dos envolvidos saíram ilesos e a incidência de sinistros tem registrado declínio na década.

Apesar disso, alerta o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, o número de sinistros nas rodovias brasileiras ainda é alto e o que se espera é que o Brasil reduza ainda mais esses indicadores nos próximos anos. O objetivo final, que toda a sociedade deve buscar, é um trânsito menos violento e mais seguro.

Esse alto índice de sinistros sem vítimas, que é muito positivo em si, não atenua o fato de o trânsito ser a segunda causa de morte não natural no País. Nós, na Abramet, estaremos sempre buscando prover o conhecimento e as propostas necessárias para reverter isso.

Entre o total de indivíduos envolvidos nos sinistros ao longo da década, 2 milhões saíram ilesos, 755 mil tiveram ferimentos leves, 260 mil sofreram ferimentos graves e 79 mil foram a óbito.

Os bancos de dados não apresentaram o desfecho de 144,7 mil vítimas envolvidas nos sinistros analisados na série histórica. Por este motivo, e como opção metodológica, o estudo da Abramet foi baseado nos sinistros e não nas vítimas envolvidas, explica Meira Júnior.

FATOR SAÚDE

Segundo a análise da Abramet, cerca de 283,5 mil sinistros de trânsito registrados em rodovias brasileiras, entre 2014 e julho de 2020, tiveram como causa principal ou secundária questões relacionadas à condição de saúde dos condutores no momento da ocorrência. Esse volume de colisões deixou como saldo 247.475 feridos e 14.551 mortos.

Os especialistas, com base na catalogação da PRF, agruparam os sinistros em grandes grupos, sendo que as categorias mais recorrentes incluem: falta de atenção durante a condução, ingestão de álcool e/ou de substâncias psicoativas, condutor dormindo, mal súbito e restrição de visibilidade.

Para a Abramet, essas situações denotam cenários diretamente ligados ao quadro de saúde dos condutores, como déficit de atenção (permanente ou circunstancial), deficiências visuais, distúrbios do sono ou comprometimento motor ou de raciocínio.

Em termos globais, as informações contemplam apenas os sinistros registrados nas estradas e rodovias sob supervisão da PRF. Não foram contabilizados transtornos em colisões que aconteceram em pistas, ruas e avenidas dos centros urbanos. Com isso, avaliam os especialistas da Abramet, o quadro poderia ser bem pior, pois um número importante de colisões não entra nas estatísticas.

RISCO NO FIM DE SEMANA

O estudo mapeou a gravidade dos sinistros registrados no período, com foco no tipo de vítima envolvido. Os dados mostram que sinistros sem vítimas compuseram 54% dos casos relatados; os sinistros com uma ou mais vítimas feridas representaram 42%; e 4% foram os casos com ao menos uma morte.

Nesse escopo, 10,6 mil casos não especificaram a tipologia de vítima. De forma geral, aponta o documento, está caindo a gravidade dos sinistros nas rodovias brasileiras.

Em Dimensão e Impacto dos Sinistros de Trânsito no Brasil: Características Gerais e Descrição de Indicadores, a Abramet também avalia, ainda, os tipos de ocorrência e os dias da semana em que foram registradas. Os dados da PRF mostram que mais da metade dos sinistros aconteceram entre segunda e quinta-feira (53%) e entre sexta e domingo (47%).

A comparação entre os índices sugere uma maior frequência de colisões nos finais de semana, incluindo a sexta-feira. Os dados da PRF também permitem concluir que, neste período, os eventos também costumam ser mais graves. Do total de 65,2 mil mortes relatadas entre 2009 e 2019, um total de 35,5 mil (54%) aconteceram em sextas-feiras, sábados e domingos, diz o estudo.

Em outro aspecto pesquisado, o documento aponta a falta de atenção e excesso de velocidade como principais causas dos sinistros registrados nas BRs brasileiras. O estudo mapeou, também, as rodovias com a maior incidência de sinistros.

No topo da lista, aparece a falta de atenção, anotada como causa provável em 38,5% dos casos. Na segunda posição, está a velocidade incompatível em relação à estipulada pelos órgãos de controle e fiscalização, com 9,4% dos registros.

Na sequência está a distância não segura de outros veículos (9,0%), a ingestão de álcool (4,8%), defeitos mecânicos (4,2%), dormir ao volante (2,8%), animais na pista (2,6%), ultrapassagens indevidas (2,2%) e defeitos na via (1,5%).

MAIS SOBRE O ESTUDO

Dividido em seis capítulos, acompanhado por anexos que apresentam mapas e dados estaduais, trata-se de um estudo amplo sobre a epidemia de violência que atinge motoristas, motociclistas, passageiros e pedestres em vias públicas, ruas e rodovias. O documento tem como base séries históricas de dados oficiais das áreas de saúde, demografia, infraestrutura e segurança pública.

Para a sua formulação, também foram agregados aspectos da literatura médica e de gestão no setor, assim como outros estudos realizados ao longo de 40 anos de história da Abramet.

Em suas 220 páginas, estão expostos a evolução da frota de veículos, o perfil das vítimas do trânsito, os tipos de sinistros mais frequentes, os custos para tratamento, entre outras informações.

O estudo oferece uma linha do tempo e comenta as mudanças mais importantes no Código de Trânsito Brasileiro até 2020, entre elas a que coíbe o consumo de álcool antes de dirigir; a imposição de limites de velocidade; o exercício da profissão de motorista e outros.

Do Zero ao Topo

Focus Energia: a história da empresa que foi do zero ao faturamento bilionário em dois anos

A história da construção da companhia, que levantou R$ 773 milhões em seu IPO, é tema de episódio do podcast Do Zero ao Topo.

Depois de passar anos trabalhando no mercado financeiro, Alan Zelazo decidiu que queria ter uma vida mais calma. Em 2015, comprou uma pequena sala, montou uma equipe de seis pessoas e construiu uma boutique de compra e venda de energia.

Eu tinha decidido que iria ser um negócio pequeno porque não queria administrar um grupo enorme de pessoas, afirmou Zelazo em entrevista.

Seis meses depois, a Focus Energia (POWE3) já estava procurando um escritório maior e em apenas dois anos de operação chegou a um faturamento bilionário.

A história da construção da empresa é tema do 93º episódio do programa Do Zero ao Topo. É possível seguir o programa e escutar a entrevista completa via Youtube

Hoje, a Focus atua na geração, gestão e comercialização no promissor mercado livre de energia no Brasil.

Para continuar crescendo, a empresa estreou na Bolsa em fevereiro 2021 com uma oferta de R$ 773 milhões. Os recursos são a base para o mais ambicioso plano da companhia até aqui: o Projeto Futura, um empreendimento de energia solar que segundo a companhia deve se tornar o maior projeto solar das américas. O projeto deve entrar em operação entre abril e maio de 2022.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.

O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit.

Fonte: InfoMoney

A governança corporativa e o mercado de capitais

Nova edição do estudo evidencia o avanço e a importância das práticas de governança corporativa nas empresas abertas brasileiras

Em sua 15ª edição, o estudo A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais, elaborado pelo ACI Institute Brasil em conjunto com o Board Leadership Center da KPMG, demonstra como as práticas de governança corporativa se desenvolveram ao longo dos anos, o que avançou e o que ainda exige de melhorias.

O material abrange 241 empresas abertas brasileiras (Novo Mercado, N2, N1 e Básico), tendo como base os seus formulários de referência divulgados em 2020. Neste ano, analisamos também as informações divulgadas pelas companhias no modelo Pratique ou Explique, acerca do Código Brasileiro de Governança Corporativa, conforme a Instrução CVM 586. Dessa forma, é possível oferecer uma visão holística das práticas de governança corporativa no Brasil e o seu desenvolvimento nesses últimos 15 anos.

A pressão dos acionistas e as ações dos stakeholders, em conjunto com os efeitos da pandemia e a disrupção digital, tem trazido uma maior preocupação dos administradores com relação às práticas de governança adotadas pelas empresas, seja considerando suas responsabilidades, seja na preocupação no retorno e perpetuidade do negócio.

De fato, alguns reflexos da pandemia já podem ser observados pelos dados do estudo, como, por exemplo, o crescimento significativo de 13% para 33% das empresas que reportaram uma expectativa de aumento da exposição aos seus riscos relevantes, em relação ao ano anterior. Algumas mudanças devem permanecer, inclusive, para além do período pós-Covid-19 e, nesse cenário, o gerenciamento de riscos é um tema que tem ganhado relevância, considerando temas que junto com as oportunidades de negócio, também trazem riscos caso não sejam adequadamente endereçados, tais como a digitalização nos negócios, que já não é mais uma opção para as empresas; a crescente pressão dos stakeholders por mais transparência na condução dos seus negócios, os aspectos do ESG indo além das questões ambientais e abrangendo os aspectos da inclusão, equidade e a diversidade e como as práticas de governança das empresas estão estruturadas para endereça-las.

Com relação à diversidade, o estudo destaca um dado inédito, é a primeira vez, ao longo de 15 anos, que mais da metade (54%) das empresas analisadas divulgam ter ao menos uma mulher em seus Conselhos de Administração. O percentual de cargos em Conselhos ocupados por mulheres, apesar de ainda baixo, também cresceu, passando de 5,6% em 2013 para 11% nesta edição.

O levantamento aponta, ainda, as tendências com relação à atuação, remuneração e composição dos conselhos de administração (CA), comitês de auditoria (CoAud), conselhos fiscais (CF) e diretoria, com destaque para o aumento de conselheiros independentes no CA, que eram 20% em 2010 e já representam 36% em 2020. Vale ressaltar, também, o crescimento na porcentagem de empresas que afirmam ter comitê de auditoria: eram 35% em 2010 e agora são 68%. Além disso, o levantamento traz capítulos específicos sobre auditoria interna, gerenciamento de riscos, qualidade dos controles internos, seguro D&O, entre outros.

A importância do gerenciamento de riscos e da Auditoria Interna

Hoje, uma abordagem abrangente e o acompanhamento permanente do gerenciamento de riscos é essencial para qualquer empresa. Nesta edição do estudo, 69% das organizações informaram ter uma área específica para o gerenciamento de riscos, percentual superior aos 62% do levantamento anterior. Ao mesmo tempo, o número de companhias que têm Auditoria Interna aumentou passando de 50% em 2010 para 85% em 2020.

Confira os demais resultados relativos ao gerenciamento de riscos:

72% das companhias informaram ter uma política formalizada de gerenciamento de riscos;

58% das organizações divulgaram que o controle de verificação de efetividade do gerenciamento de riscos está adequado;

33% das empresas reportaram uma expectativa de aumento da exposição aos seus riscos relevantes. Em 2019, esse número foi de 13%.

Muito se aprendeu e muito se desenvolveu nesses 20 anos de Novo Mercado da B3 e 10 anos de formulário de referência da CVM 480, e a 15ª edição do Estudo A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais comprova isso.

Fonte: KPMG

Transição energética coloca em risco milhões de empregos no setor de petróleo

Fonte: Estadão

Citado no Acordo de Paris, o termo transição justa, que prevê a inserção dos trabalhadores no processo de limpeza da matriz energética mundial, ainda é um conceito sem muitos efeitos práticos na indústria do petróleo. A conclusão faz parte de estudo encomendado pela federação sindical global IndustriAll, que representa cerca de 50 milhões de trabalhadores de diferentes setores em mais de 140 países.

Segundo a pesquisa, são raras as iniciativas das multinacionais do petróleo para preparar seus funcionários para as mudanças. Ao mesmo tempo, entre os empregados, prevalece o ceticismo quanto às transformações do mercado de trabalho.

Funcionários de diferentes empresas e países entrevistados na elaboração do estudo demonstraram mais preocupação com a manutenção dos seus empregos e salários após a pandemia de covid-19 do que com a transição energética, fase em que o petróleo será gradualmente substituído pelas fontes renováveis até deixar de concentrar os investimentos e a mão de obra do setor de energia. Para a maior parte dos trabalhadores, esse será um problema das gerações futuras, ainda sem grandes consequências no curto prazo.

Para Rodrigo Leão, coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), contratado pela IndustriAll para realizar o estudo, há um descompasso entre o movimento sindical de funcionários da indústria petrolífera, mais atento ao tema da transição justa, e os profissionais envolvidos no dia a dia das empresas. Isso porque a maioria dos que participam da rotina da indústria de óleo e gás ainda não vive a realidade da transição energética.

O segmento de renováveis ainda representa uma parcela muito pequena dos ativos das grandes petrolíferas. Essas empresas estão se associando a outras, como a startups, para participar da transição. Com isso, muitos dos profissionais envolvidos não são da própria indústria de óleo e gás. Para os trabalhadores petroleiros entrevistados, as mudanças estão no campo da retórica, afirmou Leão.

O que está por vir, no entanto, é uma profunda transformação do mercado de trabalho a partir da transição para uma economia de baixo carbono. Ao mesmo tempo em que serão criados empregos verdes nos setores de renováveis e eficiência energética, outros vão ser extintos em segmentos produtivos responsáveis pela emissão de expressivos volumes de gases de efeito estufa. Algumas profissões ainda vão ser adaptadas à nova realidade e vão exigir esforço de capacitação.

A petrolífera anglo-holandesa Shell é um exemplo dessa transformação. A empresa anunciou em fevereiro a revisão da sua estratégia de atuação para se adequar à transição energética. A reestruturação prevê a saída de 7 mil a 9 mil funcionários até o fim do ano que vem, dos quais 1,5 mil devem aderir ao programa de demissão voluntária lançado no Reino Unido, Holanda e Estados Unidos.

Sobre a capacitação dos funcionários para a transição energética, como disse o CEO da Shell, Ben Van Beurden, a companhia não está iniciando a caminhada do zero, afirmou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Os funcionários brasileiros estão inseridos no plano da companhia de utilizar o pré-sal para gerar caixa e financiar a transição energética.

Nesse caso, não será necessária nenhuma capacitação importante para preparar os profissionais para a descarbonização da economia. Na área de renováveis, o plano é construir usinas solares. Estão em estudo projetos em Minas Gerais e na Paraíba.

A avaliação da IndustriAll, no estudo, é que os investimentos das petrolíferas em energia limpa ainda são incipientes. Quando se trata de transição justa, as ações praticamente inexistem, diz o documento.

Entre as medidas concretas de inserção de trabalhadores na transição energética, a entidade destacou a da norte-americana Chevron, que criou incentivos de remuneração variável para os funcionários que ajudarem a empresa a atingir metas de redução de emissão de gases de efeito estufa até 2023. No Brasil, a Petrobrás inclui ativos de geração de energia a partir de fontes renováveis e biocombustíveis em seu programa de desinvestimento. A estatal tem reafirmado a intenção de focar na produção de petróleo e gás no pré-sal.

Mastercard e Ambev se desvinculam da Copa América no Brasil

Na semana passada, a Confederação Sul-Americana de Futebol transferiu inesperadamente o torneio, que começa no domingo, ao Brasil

Fonte: Reuters

A Mastercard e a Ambev (ABEV3), grandes patrocinadores do futebol sul-americano, desistiram da Copa América no Brasil nesta quarta-feira, enquanto jogadores criticam os organizadores do evento por transferirem o torneio ao país, que vem enfrentando uma das piores epidemias de Covid-19 no mundo.

Na semana passada, a Confederação Sul-Americana de Futebol transferiu inesperadamente o torneio, que começa no domingo, ao Brasil depois que a Colômbia foi descartada devido a protestos e a Argentina desistiu após um aumento nos casos de Covid-19 no país.

O presidente Jair Bolsonaro, que minimiza a gravidade do coronavírus e é contra isolamento social, apoiou a transferência do torneio para o Brasil. Mas especialistas em saúde pública, juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e jogadores da seleção brasileira questionaram a decisão.

Inflação rumo aos 2 dígitos?

Maior alta em 25 anos assusta investidores.

Fonte: Monitor Mercantil

A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, chegou a 0,83% em maio, divulgou nesta quarta-feira o IBGE. O aumento foi de 0,52 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de abril (0,31%).

Foi o maior resultado para um mês de maio desde 1996 (1,22%). O acumulado no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses, de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa havia sido -0,38%, destacou o IBGE.

Rossano Oltramari, sócio e estrategista da 051 Capital, gestora especializada em alocação de recursos e planejamento patrimonial com R$ 2 bilhões sob custódia, disse à reportagem do Monitor Mercantil que a subida do índice marcou negativamente o dia dos investidores que acreditavam numa alta de no máximo 0,70%. O Ibovespa (principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3) fechou em leve alta, 0,20%, e se manteve nos 130 mil pontos, mesmo com a notícia negativa da manhã (da inflação), frisou.

Oltramari destacou que as principais altas na B3 foram das empresas de commodities, com destaque para a Vale (que subia 2,5%), o setor siderúrgico, que subia 2,5% a 3%, e o setor exportador, principalmente papel e celulose em função da alta do dólar. Por outro lado, setores de shopping, de varejo e energia elétrica registraram queda, disse.

O IPCA tem assustado bastante os investidores e colabora para uma política monetária mais restritiva. Ou seja, de aumento das taxas de juros, disse o especialista. Segundo ele, a inflação de maio foi muito impactada pelo preço de alimentos, combustíveis e energia elétrica. A expectativa é que o BC seja um pouco mais duro em seus comunicados e em sua política monetária, assinalou.

Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apresentaram alta em maio. O maior impacto (0,28 p.p.) e a maior variação (1,78%) vieram da Habitação, que acelerou em relação a abril (0,22%). A segunda maior contribuição (0,24 p.p.) veio dos Transportes, cujos preços subiram 1,15% em maio, após recuarem 0,08% em abril.

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