Plano de Saúde: Otimizar Custos e Gerar Melhorias
30, Ago. 2021
Rever plano de saúde empresarial pode otimizar custos e
gerar melhorias
Ao mesmo tempo em que empresários estão retomando, as
operadoras e seguradoras também tiveram de se reinventar para enfrentarem a
pandemia
Fonte: Revista Apólice
As empresas preparam-se para a retomada, já debilitadas
pelo caos provocado pela pandemia. Para que a situação melhore, esta é a
oportunidade de rever custos e se adaptar a uma nova realidade para se
reerguer. Umas das opções que podem ser reavaliadas, sobretudo num momento tão
delicado de saúde como a que estamos vivendo, são os benefícios oferecido aos
colaboradores.
Ao mesmo tempo em que os empresários estão retomando, as
operadoras e seguradoras de plano de saúde também tiveram de se reinventar para
enfrentarem a pandemia. Como resultado disso já existem diversas opções no
mercado de planos de saúde empresarial que podem manter ou inclusive melhorar a
entrega dos planos aos funcionários, com menor custo.
Novos produtos sugiram para atender à necessidade
financeira daqueles que não estavam inseridos no mercado de saúde complementar.
Hoje, o mercado já oferece opções de planos empresariais para uma ou duas
vidas. Antes era possível apenas em maiores quantidades nas operadoras e
seguradoras que atuam neste nicho.
A tecnologia também acelerou alguns serviços como testes
rápidos para Covid-19 e exames realizados em domicílio. Além disso, muitas
seguradoras/operadoras ampliaram a oferta de benefícios relacionados a saúde
mental dos colaboradores.
Lembrando que é importante contar com a ajuda de um
especialista em seguros e benefícios para que o empresário tome a decisão
correta pensando na saúde e bem-estar dos seus colaboradores. Esse profissional
vai avaliar a melhor opção para entregar o produto adequado ao perfil da
empresa, otimizando despesas.
Afinal, empresas que entregam melhores benefícios são
mais valorizadas no mercado e conseguem reter talentos e vidas nesse momento em
que a saúde nunca foi tão levada a sério.
Autor: Por Marcelo Spínola, especialista em benefícios na
corretora FXD Seguros & Benefícios
Pacientes processam plano por remédio contra Covid-19 não
pago na internação
Fonte: Folha de SP
Diante da negativa de planos de saúde em cobrir gastos
hospitalares com medicamentos usados no tratamento da Covid-19, pacientes têm
ingressado com ações judiciais para que as operadoras arquem com despesas que
ultrapassam R$ 30 mil.
Alguns dos remédios são usados fora da bula (off-label)
na internação e, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), não têm
cobertura obrigatória. Mas há jurisprudência favorável aos pacientes. Outros
estão aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e devem
ser cobertos.
Segundo a Folha apurou com gestores de hospitais privados
de São Paulo, o imbróglio envolve principalmente dois medicamentos: o antiviral
remdesivir, aprovado pela Anvisa desde março para uso na Covid-19, e o
anticorpo monoclonal tocilizumabe, indicado para artrite reumatoide e ainda sem
aprovação no Brasil para o coronavírus.
Não há um levantamento do número de ações contra os
planos, mas quatro escritórios de advocacia de São Paulo contabilizam ao menos
120 casos desde o início do ano, entre ações ingressadas na Justiça e acordos
extrajudiciais.
No caso do remdesivir, a Anvisa aprovou a indicação para
pessoas com quadro de pneumonia e que precisam de suporte de oxigênio, mas não
para aqueles que estejam em ventilação mecânica, por exemplo. São situações
como essa, fora da indicação, que têm provocado mais embates judiciais.
Segundo a médica intensivista Suzana Lobo, presidente da
Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), o remdesivir tem
demonstrado diminuição do tempo de ventilação mecânica do paciente internado
com Covid-19. Quanto mais precoce o uso, melhor. A impressão clínica é uma
melhora mais rápida.
A aposentada Célia, 65 -o nome é fictício porque ela
disse que não quer se indispor com o plano de saúde, conta que viveu momentos
de muita angústia quando viu o filho de 42 anos internado às pressas na UTI,
com níveis de oxigenação abaixo de 50%, devido à Covid. A internação durou um
mês, metade na UTI.
Ele estava com os dois pulmões muito comprometidos,
chegou a ser intubado. Começou a medicação [remdesivir] e foi melhorando dia
após dia até sair da UTI.
Na alta hospitalar, porém, veio a surpresa: uma conta de
R$ 33 mil, porque o plano de saúde não pagou o medicamento. O plano faz a
jogada dele. E a gente corre atrás dos nossos direitos, diz. Por meio de um
escritório de advocacia, ela fez um acordo extrajudicial, e a dívida já foi
quitada.
Já o medicamento tocilizumabe obteve autorização da FDA
(agência reguladora de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) para uso de
emergência em tratamentos de pacientes hospitalizados com quadros graves de
Covid-19. A autorização foi baseada nos resultados de quatro estudos com mais
de 5.500 pacientes hospitalizados.
Segundo Suzana Lobo, que participa de várias pesquisas
sobre drogas para a Covid no uso hospitalar, o medicamento vem sendo utilizado
em conjunto com o corticoide. Usamos em casos moderados que estejam evoluindo
com piora clínica. Há médicos que utilizam frequentemente e relatam uma boa
experiência.
Mas o uso não é consenso. Estudo de janeiro deste ano
feito pela Coalizão Covid-19, aliança que reúne vários hospitais e redes de
pesquisa, revelou que o remédio não se mostrou melhor do que o tratamento
padrão sozinho em pacientes internados com quadros graves da doença. Segundo
pesquisadores, houve um aumento do número de mortes no período de 15 dias em
pacientes recebendo tocilizumabe, resultando na interrupção precoce do estudo.
Muitos médicos, explica Lobo, temem eventuais infecções
oportunistas que possam acometer o paciente com o uso do remédio. Na minha
impressão, o que ocorre é que já usamos a droga em pacientes com acometimento
pulmonar muito grave e, é claro, quando eles complicam, têm mais infecções
oportunistas.
O aposentando Antonio, 66, fez uso do tocilizumabe
durante internação na UTI por Covid-19. Segundo ele, foi a última alternativa
antes da intubação. Ele foi avisado de que o plano não cobriria a medicação.
Mas você está lá na UTI deitado, sabe que o remédio pode dar certo, é claro que
eu autorizei. De três a quatro horas depois, eu já comecei a me sentir melhor.
Já de alta hospitalar, recebeu o boleto do hospital no
valor de R$ 10,5 mil. Liguei para tentar negociar com o meu convênio, mas,
nessas horas, ninguém te atende.
Depois de ingressar com uma ação judicial, conseguiu
fazer acordo com o plano, que quitou a conta hospitalar.
De acordo com a advogada Renata Vilhena, especialista em
direito da saúde, no caso do remdesivir, qualquer recusa do plano é abusiva
porque o medicamento está aprovado pela Anvisa, e as operadoras devem oferecer
a cobertura integral em ambiente hospitalar, como determina a Lei dos Planos de
Saúde.
No caso do tocilizumabe, segundo ela, existe uma farta
jurisprudência mostrando que, mesmo no uso off-label, se houver uma
justificativa e estudo clínico demonstrando eficácia e segurança, o plano tem
que cobrir.
Suzana Lobo pondera, no entanto, que os recursos são
finitos e é preciso avaliar a relação de custo e efetividade no uso dessas
medicações sem aprovação na Anvisa.
Os estudos de fase 3 e 4 vão acabar respondendo quais
drogas trarão o maior benefício ao paciente. Operadoras e médicos devem
procurar juntos o melhor caminho.
Em nota, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)
diz que são de cobertura obrigatória os medicamentos registrados pela Anvisa
desde que a indicação de uso conste na bula do medicamento.
No caso do remdesivir, a agência explica que ele está
indicado para o tratamento da Covid-19 em adultos e adolescentes (com idade
igual ou superior a 12 anos e com peso corporal de, pelo menos, 40 kg) com
pneumonia que requerem administração suplementar de oxigênio (oxigênio de baixo
ou alto).
Se prescrito pelo médico assistente durante a internação
e atendidas as condições definidas na bula, será de cobertura obrigatória.
Já o tocilizumabe é indicado no tratamento de alguns
tipos de artrites, como a reumatoide grave ativa, moderada a grave, e a
idiopática juvenil. O medicamento tocilizumabe não tem indicação de uso para o
tratamento da Covid-19 em sua bula. A indicação para este fim é considerada uso
off-label e não tem cobertura obrigatória pelas operadoras de planos de saúde,
informa a ANS.
Também em nota, a Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde
Suplementar) emitiu posicionamento parecido ao da ANS em relação ao remdesivir
e ao tocilizumabe.
Nathália Pompeu, superintendente jurídico da Abramge
(Associação Brasileira de Planos de Saúde), diz que as orientações passadas aos
associados são as mesmas da ANS. Ela reforça que o uso de medicamentos
off-label não é liberado pelas operadoras, pois elas se guiam pela medicina
baseada em evidências.
Sobre o fato de gestores hospitalares afirmarem que há
operadoras que bancam a medicação off-label, ela diz que é possível que a
liberação ocorra em situações excepcionais.
Em relação às decisões judiciais obrigando os planos a
bancarem a medicação off-label, Pompeu afirma que as operadoras sempre recorrem
da decisão porque existe uma regulação a ser seguida. É até uma questão de
segurança do próprio paciente.
Austral Re oferta capacidade para seguradoras entrarem no
segmento de seguro cibernético
Fonte: Sonho Seguro
A Austral Re quer ampliar sua atuação no segmento de
seguros cibernéticos para pequenas e médias empresas (PMEs). O grande fluxo de
transação digitais, as atividades de home office e o medo de ataques e falhas
nos sistemas têm feito do seguro cyber um destaque em contratações. Em 2019, o
faturamento do seguro cyber chegou a R$ 100 mil em prêmios. Agora a expectativa
da companhia é fechar 2021 com movimento de R$ 1,2 milhão. A proposta é ter um
modelo de produto massificado, pulverizado no mercado, a exemplo do que já
ocorre em outros países do mundo.
Inovamos ao organizar um questionário focado, com apenas
seis perguntas pontuais, que nos ajudam a entender e dimensionar os riscos. É
voltado para empresas com faturamento de até R$ 100 milhões, explica a head de
P&C Treaty da companhia, Maria Victoria Bárbara. Segundo ela, depois de
muitas pesquisas sobre o que é negociado no exterior, sobretudo no mercado
inglês, o clausulado trouxe as coberturas obrigatórias, como as de
responsabilidade pela segurança de dados, e também atividades para prevenção
aos ataques. Temos um contrato que oferece um antivírus, que é caro e muitas
vezes não é devidamente adquirido pelas PMEs. No dia a dia, o administrador
acabava tendo outras preocupações, mas sua rede precisa estar protegida para
evitar ataques e vazamentos de dados. Isso passou a ser urgente, explica Maria
Victoria.
O produto oferece aos segurados atendimento com advogados
especialistas em crimes cibernéticos, a partir de uma parceria da Austral Re
com a Crawford Reguladora de Sinistros. Esse é outro diferencial para esse tipo
de empresa que, em caso de ataque virtual, não pode perder tempo na resolução
dos danos causados e tem acesso a um profissional que conhece questões como a
Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) e o funcionamento do mercado segurador.
Entre as seguradoras do mercado, a Tokio Marine já
oferece o seguro desenvolvido pela Austral Re. Vemos uma tendência por aumento
de demanda nos portfólios das empresas. Lançar um novo produto é algo complexo,
que exige investimentos financeiros e de tecnologia. Como resseguradora, a
ideia é justamente oferecer esse conhecimento às empresas do setor e, ao mesmo
tempo, ampliar nossa participação nas operações de resseguros, dando suporte a
essa estrutura de negócios, explica.
O mercado brasileiro de seguro contra riscos cibernéticos
movimentou R$ 41 milhões em prêmios no primeiro semestre de 2021.
Inclusão é prioridade para o mercado segurador
Fonte: Ideia e Conteúdo / Sindseg SP
O presidente do Sindseg SP, Rivaldo Leite, participou
ontem (24) do painel Lideranças do Seguro, na Maratona da Inovação em Seguros,
promovida pelo JRS. No debate, defendeu que o setor deve trabalhar para incluir
mais brasileiros e criar produtos para todas as classes sociais, como as
companhias já estão buscando fazer.
De acordo com o executivo, “é preciso ter mais gente
adquirindo apólices” para o setor avançar no PIB e ainda existe um imenso
potencial a ser atendido. O país é enorme e diverso, e a desinformação sobre os
seguros continua muito grande. Por isso, continua, além de produtos mais
adequados, é preciso falar mais sobre seguros com a população, como vêm fazendo
a CNseg, a Fenacor e os sindicatos.
Rivaldo citou uma inovação em especial que, em sua
opinião, pode impulsionar a inclusão no setor. Os novos meios de pagamento, que
dispensam a emissão de boleto, tornam viáveis parcelas com valores mais baixos.
Isso abre muitas possibilidades, ressaltou.
Sobre inovação, aliás, o presidente do Sindseg SP
acredita que o mercado acompanhou a evolução da sociedade e hoje está
completamente integrado a um mundo tech. Desmentimos aquela história de que o
setor é atrasado, que as companhias e os corretores seriam incapazes de se
adaptar às transformações tecnológicas. A pandemia acabou com qualquer dúvida de
que somos todos muito conectados. Ao mesmo tempo, completou, as companhias
estão atentas para diferenciar o que é modismo do que realmente agrega valor à
operação e ao cliente.
Rivaldo destacou que, em sua opinião, a telemedicina é a
inovação mais marcante do mercado nos últimos meses. Um excelente projeto que
há anos tinha dificuldade para deslanchar e que, quando chegou a emergência,
começou a rodar a todo vapor em 30 dias multiplicando o acesso e reduzindo
custos, avalia.
Por fim, o presidente do Sindseg SP lembrou o desempenho
do setor durante a pandemia, especialmente o pagamento de todas as
indenizações, inclusive de sinistros não cobertos, no meio de uma das maiores
crises que o mundo enfrentou nos últimos tempos. Não existem mais dúvidas sobre
a capacidade das companhias de honrar os compromissos, finalizou.
Também participaram do painel os presidentes do Sindseg
PR/MS, Altevir Prado, do Sindseg RS, Guilherme Bini, e do Sindseg SC, Luciano
Vicente da Silveira.
Veja aqui o painel na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=4zX8L2lw0BM
Mudanças climáticas põem hidrelétricas em xeque
Fonte: DW
Antes considerada particularmente confiável entre as
energias renováveis, a energia hidráulica se vê ameaçada diante de grandes
períodos de seca e chuvas intensas. As mudanças climáticas seriam o fim da
hidreletricidade?
Uma vez construída, uma usina hidrelétrica pode produzir
eletricidade a qualquer momento de maneira confiável: por muitos anos, esse tem
sido o principal argumento para gerar eletricidade a partir da energia da água.
Segundo o think tank Ren21, sediado em Paris, mais da metade da eletricidade
renovável do mundo em 2019 foi gerada por hidrelétricas.
Mas essa vantagem parece estar se perdendo com o avanço
das mudanças climáticas. Em 2021, secas relacionadas ao clima foram
responsáveis pela maior queda na geração de energia hidráulica em décadas.
Perdas mundiais na geração de energia
No Lago Mead, não muito longe da metrópole americana Las
Vegas, a Represa Hoover retém o Rio Colorado e abastece mais de 140 milhões de
cidadãos com água. Atualmente, porém, o grande reservatório contém apenas um
terço de seu potencial. Em julho de 2021, devido aos baixos níveis de água, sua
usina gerou 25% menos eletricidade do que o normal. Recentemente, a Agência
Federal de Recursos Hídricos decretou que as localidades a jusante da barragem
deveriam receber menos água a partir de janeiro de 2022.
No sul do continente americano, a situação é semelhante
em muitos lugares. O Rio Paraná, que atravessa o Brasil, Paraguai e Argentina,
está passando por uma baixa histórica, pois o Sul do Brasil, onde nasce o
Paraná, vem sofrendo uma forte seca há três anos.
Em comparação com a média das últimas duas décadas, os
níveis de água nos reservatórios do Centro e Sul do Brasil caíram mais da
metade, retendo atualmente pouco menos de um terço de sua capacidade. Como o
Brasil obtém 60% de sua eletricidade a partir de hidrelétricas, o país corre
risco de apagões.
Nesta quinta-feira (26/08), o presidente Jair Bolsonaro
chegou a pedir que a população apagasse um ponto de luz em casa para economizar
energia: Ajuda, assim, a economizar energia e água das hidrelétricas. E em
grande parte dessas represas já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento.
Estamos no limite do limite. Algumas vão deixar de funcionar se essa crise
hidrológica continuar existindo, apelou Bolsonaro nas redes sociais.
De volta aos combustíveis fósseis
Para evitar que isso aconteça, as autoridades brasileiras
decidiram reativar as termelétricas, movidas a gás natural. Isso acarreta um
novo aumento nas emissões de gases de efeito estufa, assim como dos custos da
luz.
Algo semelhante está acontecendo nos EUA: o governo do
estado da Califórnia permitiu que os consumidores industriais e os navios
atendessem às suas demandas de eletricidade com geradores a diesel. As usinas
de gás natural também deverão obter permissão para queimar mais gás a fim de
gerar eletricidade.
Não só períodos de seca ameaçam paralisar a geração de
eletricidade pelas hidrelétricas, mas também fortes chuvas e inundações. No
Malawi, por exemplo, duas grandes usinas hidrelétricas foram danificadas pelas
enchentes após o ciclone Idai, em março de 2019, provocando colapso do
fornecimento de energia em partes do país, por vários dias.
África ainda aposta na hidreletricidade
Em países como Malawi, República Democrática do Congo,
Etiópia, Moçambique, Uganda e Zâmbia, a participação das hidrelétricas na
geração de eletricidade é superior a 80%, de acordo com a Agência Internacional
de Energia (AIE). No total, cerca de 17% da eletricidade na África era gerada a
partir de energia hidrelétrica no fim de 2019. De acordo com as previsões, a
proporção deve aumentar para mais de 23% até 2040.
Outro problema, segundo a AIE, é que na maioria dos
planos de novos projetos hidrelétricos na África os possíveis efeitos das
mudanças climáticas não são levados em consideração ou apenas de forma
insuficiente.
Muitas das usinas hidrelétricas em funcionamento também
enfrentam outro problema: a idade. Segundo estudo da Universidade das Nações
Unidas, as barragens chegam ao fim de sua vida útil 50 a 100 anos após a
construção. devido ao desgaste do material de construção, que aumenta o risco
de rompimento de barragens.
Advertências contra a expansão hidrelétrica
De acordo com os autores do estudo, construções de 25 a
35 anos já podem exigir medidas de manutenção de barragens passíveis de elevar
consideravelmente os custos operacionais das usinas hidrelétricas.
Neste contexto, seria desastroso se, ao eliminar os
combustíveis fósseis, fossem feitos investimentos justamente na expansão da
energia hidrelétrica em países mais pobres, diz Thilo Papacek, da organização
não governamental alemã Gegenstrom, que defende ações social e ambientalmente
compatíveis de empresários alemães no exterior.
Geralmente, as usinas hidrelétricas têm não só um grande
impacto no ecossistema, mas também podem representar uma ameaça para os seres
humanos, alerta Papacek. Isso porque as barragens e açudes não apenas impedem a
migração dos peixes, mas também o transporte de sedimentos, ou seja, matéria
sólida, mais a jusante.
Sem a acumulação de sedimentos nas margens do rio, o rio
se afunda mais e mais estreitamente na paisagem atrás da barragem. Em chuvas
fortes, ele pode desenvolver uma força enorme, especialmente se a água também
tiver que ser drenada do reservatório. Isso aumentaria, portanto, o risco de
inundações nos assentamentos vizinhos.
De fato, não poderemos abrir mão da energia hidrelétrica
no futuro, admite Klement Tockner, diretor geral da Sociedade Senckenberg para
Pesquisa Natural e professor de Ciência do Ecossistema na Universidade Goethe,
de Frankfurt. Mas a questão é: onde construímos, como construímos e como vamos
operar usinas hidrelétricas no futuro?
Energia mais natural em vez de mega barragens
Segundo Tockner, as usinas de energia não devem ser
construídas em áreas protegidas. onde ainda haja bastantes rios de fluxo livre.
Se necessário, deve haver medidas compensatórias aos efeitos negativos das
usinas no ecossistema, como a restauração das águas prejudicadas ou o
desmantelamento de barragens.
Novos sistemas teriam que ser construídos de forma que os
rios permanecessem tão permeáveis quanto possível, tanto para as correntes de
água durante as enchentes quanto para peixes e sedimentos. E a gestão dos
sistemas também deve imitar a dinâmica natural das águas.
Isso significa que a velocidade do fluxo não deve ser
alterada em demasia, e o rio deve reter água residual suficiente, assim como
contemplar áreas de inundação, explica Stefan Uhlenbrook, hidrólogo do
Instituto Internacional de Gestão da Água (IWMI, na sigla em inglês). Se
necessário, os sedimentos devem ser trazidos mecanicamente de volta para o rio.
Conforme Uhlenbrook, grandes sistemas tendem a se tornar
cada vez mais ineficazes como resultado das mudanças climáticas. Em princípio,
aponta, as usinas hidrelétricas teriam que ser menores e o abastecimento mais
descentralizado.
Tecnologia só não basta
As chamadas turbinas ecológicas, que ficam suspensas no
meio de rios e geram eletricidade a partir da velocidade do fluxo da água, são
particularmente permeáveis. Elas também funcionam quando o nível de água está
baixo, não exigem nenhuma obra complexa e são adequadas para áreas remotas. Só
que não podem ser usadas para abastecer áreas metropolitanas.
A usina de eixo da Universidade Técnica de Munique (TUM),
aprovada para áreas de preservação da natureza, também promete um alto grau de
permeabilidade e segurança contra inundações. Um sistema piloto no estado da
Baviera, no sul da Alemanha, abastece cerca de 800 famílias.
Por si só, no entanto, a nova tecnologia não ajuda contra
secas intensas. Podemos reduzir os efeitos das secas através de mudanças no uso
da terra. Florestas mais preservadas armazenam muita água, que posteriormente
liberam durante as secas. Precisamos descobrir como reduzir as secas e as
inundações com medidas sustentáveis, propõe o pesquisador Tockner. Mas uma
coisa é clara: Em vista do aumento dos eventos climáticos extremos, a energia
hidráulica não será mais a fonte confiável de energia que tem sido até agora.
O hidrologista Uhlenbrook também lembra um aspecto, a seu
ver muitas vezes negligenciado, quando se fala da energia do futuro: Precisamos
nos concentrar, acima de tudo, em futuramente economizar o máximo de energia
possível.
Legislação limita programa de enfrentamento da crise
energética
Fonte: Poder360
O programa RVD (Redução Voluntária de Demanda) lançado na
semana passada pelo Ministério de Minas e Energia já nasce com quase 3 GW de
energia comprometidos. O Poder360 apurou que, pela Lei 14.182/2021, que
permitiu a desestatização da Eletrobras, 90% da capacidade da Hidrelétrica de
Sobradinho, na Bahia, e 80% da de Itumbiara, entre Goiás e Minas Gerais, são
destinadas exclusivamente ao contratos já fechados no mercado livre. Isso
equivale a aproximadamente 2,6 GW de potência. Esse volume de energia não pode
ser comercializado ou revendido pelos consumidores da indústria que o tenham
contratado.
Na última semana, o ONS (Operador Nacional de Sistema)
afirmou que, para não haver racionamento, o país precisa expandir sua
capacidade energética em aproximadamente 5,5 GW de setembro até novembro, fim
do período de seca. Nesse cenário de escassez, 2,6GW são significativos, quase
48% da meta. Se o ONS agregar esse volume à disponibilidade total de energia,
isso pode refletir de forma positiva no mercado regulado, reduzindo os custos
de geração, hoje bastante elevados em função do acionamento de usinas termelétricas,
que utilizam diesel, biocombustível ou gás.
À medida que houver adesão desses consumidores ao RVD,
caberá à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fiscalizar a origem da
energia poupada e ofertada ao ONS. Isso porque, além da proibição em lei, a parcela
de energia referente a esses contratos foi adquirida por uma espécie de
subsídio, a valores abaixo dos do mercado de curto prazo. O objetivo era
incentivar a indústria nacional e aumentar a competitividade.
Os beneficiados foram consumidores livres com energia
contratada com a Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e Furnas. Esse
benefício foi estabelecido pela Lei 13.182/2015, na ocasião da autorização para
as duas empresas participarem do Fundo de Energia do Nordeste e do Fundo de
Energia do Sudeste e do Centro-Oeste.
Os valores das cotas de energia adquiridas por meio
desses contratos foram acordados entre as partes. O Poder360 apurou, que eles
saíram bem mais em conta do que se esses consumidores tivessem comprado no
mercado de curto prazo, o chamado spot.
A venda dessas cotas, portanto, representaria um ganho
dessas empresas em cima de um subsídio do governo. Hoje, o PLD (Preço de
Liquidação das Diferenças, usado na modalidade spot) está na faixa de R$
583/MWh nos subsistemas Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os mais impactados pela
falta de chuva. Já se as ofertas feitas pela indústria usarem como referência o
custo atual de geração térmica, o parâmetro sobe para quase R$ 2 mil/MW.
O Brasil está secando
Fonte: Estadão
O Brasil está secando. Segundo o projeto MapBiomas, que
reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia, nos
últimos 35 anos o País perdeu 16% da superfície de água e as queimadas
atingiram 20% do território nacional.
Dois terços do fogo ocorreram em áreas de vegetação
nativa. Cerrado e Amazônia concentram 85% da área queimada ao menos uma vez.
O padrão do fogo evidencia a relação com causas humanas.
Entre 1985 e 2020, 61% das áreas afetadas foram queimadas duas vezes ou mais.
No caso da Amazônia, 69% das áreas afetadas queimaram mais de uma vez; 48%
queimaram mais de três vezes. A Amazônia, advertiu a coordenadora do MapBiomas
Fogo, Ane Alencar, é uma floresta úmida, o fogo não faz parte do seu regime
natural, mas temos visto esse avanço puxado por fatores como o avanço das áreas
de pastagem.
Desde 2004, quando o desmatamento na Amazônia atingiu o
pico das duas últimas décadas, ou 27,8 mil km², o País o reduziu
expressivamente, ainda que insuficientemente, chegando ao menor índice da série
histórica em 2012: 4,6 mil km². Mas nos últimos dois anos o desmate se
acelerou.
A perda de água é em certa medida mais preocupante,
porque desde os anos 90 a desidratação é quase contínua e nos últimos 10 anos
se acentuou, revelando que as crises hídricas deverão ser mais recorrentes e
intensas. O que assusta é a tendência de longo prazo. Cada vez que temos um ano
de seca mais forte, o País pode se recuperar um pouco depois, mas parece que
não consegue voltar ao patamar anterior, disse o coordenador do MapBiomas,
Tasso Azevedo. Nesse ritmo, vamos chegar a um quarto (25%) de redução da
superfície de água antes de 2050.
A primeira das causas apontadas são as mudanças
climáticas, que tendem a acentuar dois extremos: estiagens mais longas e
extensas e chuvas mais curtas e intensas. Chove muito, de forma concentrada, a
água escorre e vai embora.
Outro fator está ligado à expansão das fronteiras
agrícolas. O aumento das represas em fazendas provoca o assoreamento e a
fragmentação da rede de drenagem, desencadeando um ciclo vicioso: Estas
represas privadas tiram água do curso natural. Menos água, menos
evapotranspiração das árvores da floresta, o que causa menos chuva, e mais
seca. E para combater a seca, conclui Azevedo, mais reservatórios privados.
Por fim, o desmatamento, sobretudo na Amazônia, está
reduzindo, a um tempo, as chuvas e o efeito esponja das vegetações nativas, ou
seja, a capacidade de absorver a água no solo e liberá-la aos poucos.
O Pantanal é o maior emblema da correlação nefasta entre
queimadas e desidratação. Mato Grosso, que abriga Amazônia, Cerrado e Pantanal,
é o Estado com maior área afetada pelo fogo e o segundo em perda de água, atrás
apenas de Mato Grosso do Sul. Comparativamente, o Pantanal foi o bioma que mais
queimou nas últimas três décadas, 57% de sua área queimou ao menos uma vez, e
também foi o que mais secou, 74% de sua superfície aquática foi perdida. É
outro ciclo vicioso: menos água deixa a matéria orgânica no solo mais
vulnerável ao fogo. Mais fogo elimina a vegetação fundamental para proteger a
nascente dos rios. Em 2020, o Pantanal registrou o recorde de queimadas, e
neste ano já atingiu o mesmo patamar de área destruída até o mesmo período do
ano passado.
Todos os biomas estão conectados; a degradação ambiental
hoje está conectada à perda de capacidade agrícola amanhã; e as causas dessa
degradação também estão conectadas. No caso das queimadas e da desidratação,
entre as três causas, as mudanças climáticas, as interferências nos mananciais
e o desmatamento, a primeira é mais difusa e global. Já as últimas podem ser
contidas imediatamente com políticas públicas enérgicas. Aprimorar a
regulamentação e fiscalização das represas privadas é indispensável. Mas o
maior freio é a repressão ao desmatamento ilegal.
Do atual governo não se pode esperar nada positivo. O
melhor a fazer é um esforço de contenção de danos. Mas políticas ambientais
propositivas deveriam estar no centro dos debates para as eleições de 2022.
Venda dos Correios deve render pequeno valor, diz
secretária de privatizações
Fonte: Poder360
A secretária especial do PPI (Programa de Parcerias de
Investimentos), Martha Seillier, afirmou que a venda dos Correios será feita
pelo governo federal em troca de um valorzinho. A declaração foi dada durante
entrevista ao portal UOL.
Seillier disse que o preço mínimo, que será pedido no
leilão, será muito inferior ao do valor dos ativos da empresa porque quem
arrematar a estatal terá que assumir diversos custos. Entre eles estão impostos
que hoje não são pagos pelos Correios, como IPTU, ICMS, ISS e IRPJ.
Essa é a conta que estamos fazendo. Vai sobrar um
valorzinho, vamos dizer assim, que é o quanto a gente vai pedir no leilão,
disse a secretária.
Diante da repercussão da declaração, Martha Seillier foi
às redes sociais explicar-se. Ela disse que quando a privatização só foca na
venda o valor é X. Quando o contrato de venda obriga o comprador a investir,
modernizar a empresa e levar serviços para todos os brasileiros, o valor da
venda é menor que X, mas o resultado é melhor para o Brasil.
A privatização dos Correios já foi aprovada pela Câmara
dos Deputados. Restam, ainda, a apreciação pelo Senado Federal e a sanção do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com Seillier, só será
possível estimar o lance mínimo após a segunda fase dos estudos de privatização
e após a aprovação pelo Congresso. A previsão é que os estudos sejam concluídos
em setembro.
No fim das contas, o valor será simbólico. É claro que é
uma empresa muito grande e a tendência é a gente ir para o leilão. Se tiver
muita concorrência, haverá um ágio e a gente vai acabar tendo um valor
relevante na venda. Mas esse não é o foco, afirmou a secretária.
Apesar de terem tido um desempenho deficitário entre 2013
e 2016, os Correios registraram, no ano passado, um lucro líquido de R$ 1,53
bilhão. Foi o quarto ano seguido com resultados positivos.
3ª dose: posso tomar imunizante diferente das primeiras
doses? Entenda
Fonte: IstoÉ
Os estudos sobre a terceira dose da vacina contra a
Covid-19 são recentes, mas apontam que a combinação de vacinas diferentes tem
apresentado resultados positivos. O Ministério da Saúde (MS) anunciou o início
de uma nova aplicação de imunizante para 15 de setembro em idosos acima de 70
anos e imunossuprimidos.
O governo federal tirou a CoronaVac, produzida em São
Paulo, das recomendações para a terceira dose. Para a pasta, a resposta imune
aumenta com um reforço heterólogo, com uma vacina diferente das tomadas na
primeira e segunda doses. O tema é mais um embate entre o governo federal e o
governo de São Paulo.
Após o anúncio, o governo de São Paulo se apressou para
também anunciar o início da vacinação no estado em 6 de setembro para idosos
acima de 60 anos. Para Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, e João
Doria, governador de São Paulo, a decisão do MS não é técnica e o estado de São
Paulo usará a vacina que tiver disponível.
Em meio a desemprego recorde, País tem bolsões de vagas
não ocupadas
Fonte: Folha Metropolitana
Em meio a 14,8 milhões de brasileiros desempregados, a
maior marca desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), em 2012 -, há setores que estão contratando e vivem uma realidade
completamente diferente da que predomina no País. Na construção, faltam
pedreiros, azulejistas e outros trabalhadores para funções básicas. No campo,
há leilão de salários para admitir vaqueiros e operadores de máquinas. E, com o
avanço da digitalização, empresas de logística e tecnologia viraram grandes demandantes
de mão de obra.
Os bolsões de aquecimento do mercado de trabalho com e
sem carteira assinada estão concentrados em praticamente três de dez setores,
agropecuária, construção e serviços prestados a empresas, revela um estudo
feito pela consultoria IDados, a pedido do Estadão, com base na PNAD Contínua.
Em maio deste ano, a construção empregava quase 12% a mais do que em maio de
2020, o auge da crise sanitária. Em seguida, vem a agropecuária, com avanço de
cerca de 10% no pessoal ocupado. Por fim, estão os serviços prestados a
empresas, com crescimento perto de 6%.
É uma recuperação frágil do mercado de trabalho, já que
muitos setores hoje não têm aumento na ocupação em relação ao auge da crise, em
maio de 2020, afirma Bruno Ottoni, economista da consultoria e responsável pelo
estudo. Ele ressalta que cinco setores têm queda da ocupação e dois, emprego
doméstico e indústria, permanecem estáveis na comparação com maio de 2020.
Também em relação ao período pré-pandemia, maio de 2019, quando o desemprego era
alto, a maioria dos segmentos continua com o nível de ocupação no vermelho.
Pesquisa da firma de consultoria e auditoria PwC Brasil,
feita com 62 empresas de 16 segmentos entre outubro de 2020 e março de 2021,
atesta esse resultado. A enquete revelou que 79% das companhias ampliaram os
quadros, com crescimento de até 30% nas contrações, puxadas pelo agronegócio e
tecnologia. O resultado surpreendeu positivamente, quando a gente vê os índices
de desemprego tão elevados, diz Flávia Fernandes, sócia da PwC.
Campo
Impulsionada pelo boom das commodities, a ocupação na
agropecuária hoje supera o auge da crise e é maior do que antes da pandemia.
Atualmente, há 8,7 milhões trabalhadores no campo e a ocupação cresce por sete
meses seguidos.
Com o aumento da cotação da soja e do boi, produtores
estão ampliando as safras e os rebanhos. Isso aumentou muito a procura por mão
de obra, inclusive com leilão de salários e crescimento da rotatividade, afirma
Jaqueline Lubaski, sócia da consultoria de RH Destrave Desenvolvimento.
Há 25 anos atendendo a grandes empresas do agronegócio,
ela não havia presenciado um aumento generalizado da procura por trabalhadores:
do gerente ao vaqueiro. Estamos desesperados porque não temos vaqueiros nem
capataz.
Um ano atrás, o salário de um capataz no Centro-Oeste
estava em R$ 2,5 mil, com moradia, água, luz, internet. Hoje, Jaqueline conta
que oferece R$ 3,5 mil, mais vale alimentação de R$ 618, e não consegue
contratar.
O quadro se repete na construção, especialmente na
capital paulista. Empreiteiras de São Paulo, que virou um grande canteiro de
obras na pandemia, enfrentam a falta de pedreiros, encanadores, eletricistas,
conta o vice-presidente de Relações Institucionais do Sinduscon-SP, Yorki
Estefan. A demanda está sendo puxada pelo aumento dos lançamentos, que foi de
183% no primeiro semestre deste ano ante 2020.
Hoje, precisamos de dez pintores e não encontramos,
afirma Gilvan Delgado, dono da empreiteira Atacama. Para suprir a falta ele
contratou Marcos Paulo Viana, de 33 anos, que veio do setor de panificação, sem
experiência na construção.
O reflexo dessa escassez já bateu nos salários. O
dissídio dos trabalhadores em maio foi por volta de 7% e estamos tendo de pagar
15%, diz Mario Rocha, CEO da construtora Rocontec. Com os prêmios, Antonio de
Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção Civil de São Paulo, conta que há pedreiro tirando R$ 8 mil, enquanto
o piso é de R$ 2.030.
Outro setor com alta na ocupação é o de serviços
prestados às empresas, que inclui logística, serviços financeiros online e
tecnologia da informação. No primeiro semestre, foram feitas 100 milhões de
compras online, segundo o Ebit-Nielsen. E, por trás de cada transação, há uma
massa de trabalhadores.
O Mercado Livre, por exemplo, um dos gigantes do setor,
vai ter recorde de admissões neste ano. Fechou 2020 com 4,9 mil empregados
diretos, hoje tem 10 mil e vai encerrar 2021 com 16 mil. Crescemos muito as
contratações por conta de logística, tecnologia e serviços financeiros, diz
Patrícia Monteiro, diretora de People.
Brasileiro troca de área para ter emprego
Mesmo sem qualificação adequada, trabalhadores são
forçados a mudar de ramo em busca de ocupação. Setores que perderam o brilho
por causa da pandemia, como comércio e serviços, são trocados pela construção,
comércio online e o agronegócio.
A troca foi detectada por empregadores na hora em que
recebem os currículos dos candidatos. Diante da escassez de mão de obra
qualificada, investir na formação tem sido uma das saídas para preencher as
vagas.
Aumentou a migração de trabalhadores de outras áreas para
construção, afirma Gilvan Delgado, dono da empreiteira Atacama. Com déficit de
mão de obra, ele contratou Marcos Paulo Viana, de 33 anos, que desde os 16
trabalhava na microempresa de panificação do pai. Inclusive, carregava no
currículo só cursos desse setor.
O negócio de pão de forma integral, vendido a pequenos
comércios e diretamente a consumidores, não foi para a frente quando veio a
pandemia. A microempresa fechou e Viana encontrou na construção civil uma nova
oportunidade.
Um ano atrás, quando começou na empreiteira, não tinha
conhecimento da área. No início, trabalhava como ajudante em diversas funções
para aprender. Hoje, coordena os serviços operacionais, como encarregado do
controle de qualidade.
Entrei na empreiteira achando que iria sair rápido, que
seria algo transitório, mas fui aprendendo, evoluindo e crescendo, diz. Na
construção, Viana ganha quase o dobro do que tirava na panificação e planeja
fazer um curso técnico na área ou até uma faculdade de Engenharia.
Esse também é o plano de Jacqueline Torres, de 27 anos.
Formada em Administração, desde maio ela trabalha na área de saída de
mercadorias no centro de distribuição do Mercado Livre, em Cajamar (SP).
Pretende cursar uma pós graduação em logística, tema que entrou para o seu
radar faz três meses.
Durante oito anos, Jacqueline foi funcionária de uma loja
de calçados da rua 25 de Março, tradicional polo do comércio atacadista.
Cuidava da parte administrativa e vendia.
Apesar do bom salário, Jacqueline decidiu procurar outro
emprego porque se via estagnada. Em 2019, conseguiu uma vaga na área de
tecnologia de outra companhia, mas com a pandemia foi demitida. Depois de quase
um ano procurando uma ocupação, foi admitida em março de 2021 na área de
marketing de uma empresa de alimentos. Mas logo apareceu a chance de trabalhar
no Mercado Livre.
Hoje, ela coordena uma equipe de 75 pessoas, gerenciando
desde a separação do pedido até a saída da mercadoria. Ganha o dobro do que recebia
no último emprego e 20% a mais em relação ao salário do comércio tradicional.
Tive de aprender tudo desde o começo, foi muito rápido, afirma. Há três meses
na empresa, ela diz que parece que está há um ano, diante da carga de novos
conhecimentos.
Treinamos e formamos pessoas, diz Patrícia Monteiro,
diretora de People do Mercado Livre. Para serviços de logística, a diretora
conta que tem admitido trabalhadores vindos de outros setores que não vão bem.
Mudança. Após quatro anos como motorista de ônibus em
Piraju, interior de São Paulo, Antônio Márcio Sanches, de 41 anos, fez uma
manobra radical: trocou o transporte coletivo pelo trator.
Com a pandemia, as viagens de ônibus diminuíram, e ele
teve o contrato suspenso. Passou a receber o auxílio do governo, e a renda
caiu. Com a pandemia, ficou enrolado e sai por conta.
Sanches conhecia o produtor rural e zootecnista Miguel
Abdalla e aceitou o desafio de mudar de ramo. Pouco mais de um mês, começou a
pilotar trator e colheitadeira. Decidiu ir para o agronegócio em busca de um
ganho maior e conseguiu. Tiro cerca de 50% a mais do que ganhava como
motorista.
Além da receita maior como autônomo, ele diz que o
ambiente de trabalho no campo é mais sossegado. Cursando o ensino fundamental,
Sanches quer fazer um curso técnico para pilotar máquina agrícola, assim como
fez para dirigir ônibus.
BB e Caixa decidem deixar a Febraban
O Banco do Brasil (BB) e a Caixa resolveram deixar a
Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e já avisaram a decisão ao ministro
da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos
Neto. O motivo da saída se deve a um manifesto que a Federação das Indústrias
de São Paulo (Fiesp) deve publicar na terça-feira, 30, com um pedido de
harmonia entre os três Poderes. A Febraban é signatária do documento.
O entendimento dos bancos públicos, de acordo com fontes,
é que a instituição, que representa o setor no País, é privada e está se
posicionando de forma política, o que ambos, controlados pelo governo,
discordam.
A informação sobre o desembarque de BB e Caixa da
Febraban foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo.
Os dois bancos teriam encaminhado nota à Febraban,
comunicando a saída da entidade caso o manifesto seja publicado. Segundo
relatos colhidos pela reportagem, ambos se posicionaram contra a adesão à
iniciativa, que foi votada na instituição e teve concordância da maioria. O
assunto tem sido discutido há uma semana. O manifesto não cita o presidente
Jair Bolsonaro, mas traz críticas implícitas à gestão de Paulo Guedes e foi
encarado pelos bancos públicos como uma claro ataque à política econômica. Isso
porque no texto as entidades que o assinam pedem medidas urgentes e necessárias
para o Brasil superar a pandemia, voltar a crescer e gerar empregos para, assim,
reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
No governo, quem liderou o movimento de ruptura dos
bancos públicos com a Febraban foi o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que
mantém grande proximidade com Bolsonaro.
A relação dos bancos públicos com os privados já estava
ruim na Febraban, ao ponto de uma associação nacional dos bancos públicos estar
sendo cogitada. O manifesto da Fiesp, intitulado A praça é dos três Poderes,
foi assinado por diversas entidades da sociedade civil. Juntas, destacam no
documento, que veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades
entre as autoridades públicas.
O documento pede a harmonia como regra entre o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Nenhum dos Poderes, defende, é superior
em importância, nenhum invade o limite dos outros e um não pode prescindir dos
demais.
A cúpula dos dois bancos oficiais contesta o diagnóstico
de grave crise do texto. Para eles, o Brasil já está crescendo, a economia está
em retomada em V, gerando empregos. Por essa avaliação, o manifesto não faria
sentido.
Nas duas instituições, há uma ala que se preocupa se a saída da Febraban pode ser questionada por órgãos de controle, como Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF), ficando caracterizado como ingerência política. Além disso, o desligamento dos dois maiores bancos da associação que representa as instituições financeiras pode ter consequências em objetivos comuns, como a reforma tributária, em que todos estão do mesmo lado.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/05/edicao-265/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-edicao-231/#2
Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_166_
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/
Revista Insurance Corp:
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html
Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html
2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html