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O protagonismo das empresas na agenda climática pós-COP 26

06, Dez. 2021

O protagonismo das empresas na agenda climática pós-COP 26

Fonte: Blog do Fausto Macedo - Estadão 

por Fábio Galindo e Daniel Lança*

Passada a Conferência da ONU sobre o Clima, realizada em Glasgow, Escócia (COP 26), é momento de pragmática reflexão sobre o modo como transformaremos as ricas discussões ali tratadas em ação concreta e palpável. E não há dúvida: a iniciativa privada será a grande protagonista da concretização da nova agenda climática. 

Para quem vê de longe, o cenário pós COP 26 pode expressar uma aparente assimetria entre a expectativa da sociedade – sedenta por transformações sustentáveis – e a falta de capacidade governamental de articulação em prol da proteção das florestas ou da redução das metas de emissão de CO2 ou de metano, por exemplo. 

De fato, a COP 26 trouxe extensa e desafiadora agenda para os próximos anos que prevê a redução gradativa do uso do carvão, coloca em xeque o financiamento de combustíveis fósseis e avança nas regras sobre o mercado internacional de carbono, visando limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, ainda que com metas insuficientes para tal ambição e que serão revistas na próxima COP. Em suma, enormes desafios que demandam forte ação orquestrada. 

É exatamente nesse contexto que as grandes corporações podem ter um papel de destacado protagonismo. O dinamismo da iniciativa privada potencializa essa necessidade de ação rápida, assertiva e contundente, com sua característica aptidão por planejamento eficaz e execução assertiva e capacidade de inovação, que pode acelerar uma transição justa e inclusiva. Além disso, é natural que o setor produtivo tenha mais fácil acesso a capital, amplamente disponível para iniciativas ESG (sigla para ambiental, social e governança). 

Para tanto, é preciso que as empresas de fato se engajem com a agenda climática discutida na COP 26. A boa notícia é que já há forte sensibilização do setor financeiro e das grandes indústrias, no Brasil e no mundo; sobretudo quanto aos primeiros, que lideram as discussões da nova agenda climática ao modular corajosamente as regras de empréstimo que secam, a cada dia, o financiamento a empresas poluidoras, inviabilizando a continuidade desses negócios a longo prazo e disseminando boas práticas em cadeias de valor complexas, o que amplia o impacto positivo para toda a economia. 

O Brasil dúvida pode ser a maior potência sustentável do mundo – uma grande oportunidade e talvez a mais viável da história. A concretização desta ambição dependerá de como iremos implantar a transição e desenvolver soluções adequadas para os novos tempos. Nossas empresas detêm a potencialidade de explorar essa agenda, que ajuda o planeta e busca lucro com propósito. 

Para este desafio, é fundamental pensar sobre cultura. Precisamos moldar uma forma de pensar direcionada ao longo prazo e à responsabilidade com as próximas gerações. O melhor caminho para isso é o das artes, que provocam reflexões e instigam a criação de novas possibilidades. Sustentabilidade é um espaço de interseção entre ciência, eficiência e consciência. 

Os desafios dos próximos anos são enormes e a força motriz da mudança para superá-los virá de um setor produtivo consciente, inspirado, sustentável, vanguardista e engajado com políticas públicas baseadas em evidências. O ativismo corporativo é a chave da mudança na década da ação. 

*Fábio Galindo é conselheiro de Administração da Aegea e Águas do Rio. Foi promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais e secretário de Estado de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso

*Daniel Lança é Head de ESG do Instituto Inhotim, sócio da SG Compliance e professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC). Mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de PUBLICIDADE Lisboa e especialista em Gestão de Riscos pela Universidade Harvard

  

Donos do Ifood e Zé Delivery investem em ferramenta para Corretores de Seguros

Fonte: CQCS 

Nesta segunda-feira (06), a Exame publicou no seu portal que a Agger, uma das principais empresas de gestão para corretoras de seguros do Brasil, acaba de ser adquirida pelo search fund Arco Capital, que tem entre seus investidores nomes reconhecidos no cenário nacional como Raphael Klein (Kviv Ventures), Guilherme Bonifácio (cofundador do iFood) e Diego Libanio (cofundador do Zé Delivery), além de fundos e investidores internacionais com vasta experiência no mercado de tecnologia e de seguros nos EUA. 

A aquisição objetiva consolidar a posição da marca de principal parceira dos corretores e expandir sua atuação no país e no exterior. Somente nos últimos três anos, a insurtech dobrou o tamanho de seu faturamento e tamanho de equipe. Com o diferencial de efetuar cotações de 12 ramos diferentes de seguros, a empresa hoje é responsável por realizar mais de 18 milhões de cálculos mensais no país. 

“Além de preservarmos todos os pilares estratégicos que já temos, o objetivo é dar ainda mais robustez para nossa operação, tendo nossos corretores parceiros sempre no centro de nossas ações. A Agger é uma empresa que já está revolucionando o mercado de seguros no Brasil com soluções tecnológicas que facilitam a vida destes profissionais. O que queremos agora é levar mais ferramentas para mais pessoas”, diz o diretor de operações André Marques. 

Para André, o segmento de seguros é extremamente analógico, o que leva 25% dos corretores a não usarem nenhuma ferramenta de gestão. “Pretendemos levar mais tecnologia para esses profissionais, de uma maneira simples e intuitiva. Além de facilitar a vida do corretor, também ajudará as seguradoras a terem um portfólio mais ágil e eficaz. Por isso, pretendemos novamente dobrar o tamanho da nossa operação em até três anos”, diz Marques.

Além disso, o diretor de operações da marca ressalta que a experiência internacional dos investidores da Arco Capital vai ajudar na oferta de produtos e aceleração do processo de digitalização do corretor. “Estamos liderando uma revolução no segmento de seguros e agora teremos ainda mais insumos para acelerar essas mudanças”, afirma.

 

Nova Conjuntura CNseg avalia economia e desempenho do setor de seguros

Segmentos avançam no ano, mas ritmo de recuperação é desigual

CNSeg

Fonte: CQCS

 A nova edição da Conjuntura CNseg (nº 58), publicação da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, apresenta um balanço da economia neste ano, suas perspectivas para 2022 e examina o comportamento do setor segurador nesse contexto, com os impactos desiguais nos segmentos de Danos e Responsabilidades, Previdência e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização. 

O capítulo sobre conjuntura econômica analisa “uma recuperação apenas parcial do forte choque da pandemia da Covid-19” neste ano. Destaca que a recuperação em “V”, alimentada pelos efeitos do Auxílio Emergencial, sobretudo no ano passado, começa a se dissipar agora, afetada pela inflação elevada, câmbio permanentemente desvalorizado e indicadores de atividade com baixo crescimento ou viés negativo nos últimos meses. 

De acordo com a análise, nesse quadro, são grandes as chances de o PIB no terceiro trimestre do ano apresentar retração e, portanto, consolidar a chamada recessão técnica (ou seja, dois trimestres de queda seguidos).

Apesar do sucesso da campanha de vacinação e de sua contribuição para a reabertura econômica e a retomada do setor de serviços, a recuperação ainda incipiente dos indicadores de trabalho e a alta da inflação comprometem a renda da população, diminuindo a capacidade de crescimento do consumo, destaca a Conjuntura CNseg. 

Em resposta ao quadro macroeconômico, cada segmento do setor de seguros teve um comportamento próprio, informa a publicação. O segmento dos seguros de Danos e Responsabilidades cresceu 14,3% em setembro (R$ 7,8 bilhões) quando comparado com o mesmo mês de 2020. No acumulado do ano, o crescimento é de 15,1% sobre os nove primeiros meses de 2020, totalizando um volume de R$ 65,9 bilhões em prêmios. Sob a ótica de 12 meses móveis, o crescimento deste segmento mostra estabilidade, com avanço de 14,2%, após tendência de alta registrada até o mês de agosto. 

Já o segmento Cobertura de Pessoas, em setembro, gerou o montante de R$ 15,6 bilhões em prêmios de seguros e contribuições nos planos de previdência. No acumulado do ano, o volume de R$ 140,5 bilhões é 13,8% maior do que o volume arrecadado no mesmo período de 2020. Os Planos de Risco arrecadaram, em setembro, R$ 4,4 bilhões em prêmios, avanço de 3,6% sobre o mesmo mês do ano anterior e, no acumulado do ano, o total de R$ 37,8 bilhões é 13,7% maior do que o mesmo período no ano anterior.

Nos Planos de Acumulação, que são responsáveis pela maior parte (71%) da arrecadação do segmento de Cobertura de Pessoas, foram quase R$ 11 bilhões em contribuições em setembro, aumento de 1% sobre o mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, as contribuições ultrapassam R$ 100 bilhões, valor 14,2% maior do que o mesmo período de 2020, indicando que pode estar ocorrendo um movimento de maior conscientização sobre a importância de se estar preparado financeiramente para o futuro.

Na Capitalização, houve uma redução de 5,5% no seu faturamento líquido em setembro, em relação ao mesmo mês de 2020. No acumulado do ano, o volume de faturamento é de R$ 18 bilhões, uma evolução de 5,6% sobre 2020, mantendo ainda um resultado positivo para agregado no ano. 

Em Saúde Suplementar, os planos de assistência médica tiveram crescimento de 3,3% no número de segurados em relação a setembro de 2020, atingindo 48,5 milhões de usuários. Desse total, 39,6 milhões de beneficiários são oriundos dos planos coletivos, responsáveis pela maior parte (81%) do total de beneficiários de planos de assistência médica. Na comparação interanual, em setembro, o número de beneficiários de planos coletivos cresceu 4,4%, com a entrada de 1,6 milhão de pessoas. Nos planos individual e familiar houve retração de 1,2%, traduzindo-se na saída de 106 mil pessoas dos referidos planos, na mesma comparação interanual. Nos planos exclusivamente odontológicos, a assistência alcançou mais de 28,7 milhões de pessoas, um avanço de 9,9% sobre setembro de 2020, e os planos coletivos, mais uma vez, representam a maior parte dos beneficiários (82%).

  

ESG: por que a tecnologia é decisiva?

Por Fabiano Sant Ana 

Fonte: Nathalia Bellintani-SEGS.com.br - Categoria: Seguros 

O tema ESG, sigla em inglês para environmental, social and governance, que é usado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, nunca esteve tão em alta. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), promovida em novembro pela Organização das Nações Unidas (ONU), trouxe ainda mais holofote para o assunto. O desafio das corporações agora é colocar em prática as principais inciativas acordadas no evento. Para isso, a tecnologia é fundamental na aceleração da agenda ESG. 

Uma pesquisa feita pela Toro Investimentos mostrou que empresas com boas práticas ESG correm menos riscos de enfrentarem problemas jurídicos, trabalhistas, fraudes e sofrer ações por impacto ao meio ambiente. Segundo o estudo, essas empresas são mais responsáveis, eficientes e tendem a ser mais perenes. 

Apesar dos benefícios serem visíveis, um dos maiores desafios encontrados pelas empresas atualmente está na gestão do ESG. Capturar, organizar e analisar dados sobre diferentes iniciativas, com públicos, impactos e objetivos diversos, é imprescindível para garantir a assertividade das ações, promovendo a gestão do ESG de ponta a ponta. É aí que a tecnologia tem feito a diferença, contribuindo para que as empresas entendam como estão na jornada de adoção das práticas e, também ajudando a evoluírem em cada um dos pilares. 

Para representar e hierarquizar essas iniciativas de ESG, a ferramenta mais utilizada é a matriz de materialidade. Ela é complementar aos relatórios anuais de sustentabilidade (GRI - Global Reporting Initiative), que traz indicadores ambientais, sociais e econômicos dentro das empresas. Além disso, a materialidade é o princípio que determina quais tópicos relevantes são suficientemente importantes para o relatório. 

Para se definir a matriz de materialidade de um tópico é feita uma combinação de fatores internos e externos. Para isso, é preciso ouvir todas as partes interessadas, como clientes, fornecedores, acionistas, comunidade, entre outros. Além de ser uma ferramenta importante para a auxiliar no direcionamento estratégico das organizações, a matriz de materialidade é fundamental em vários aspectos, inclusive para avaliar se há omissão ou distorção de uma informação.

A tecnologia contribui para o desenvolvimento sustentável, principalmente quando aliada a soluções inovadoras para a mensuração de dados e informações. Ela auxilia na estruturação, organização e no acesso às informações que ajudam na tomada de decisão. A velocidade das ações ESG não permite mais um relatório anual, que apenas retrata o passado. É preciso transformar dados em informações em tempo real, permitindo a visibilidade, acompanhamento, além da identificação de perdas e de oportunidades.

A adoção de tecnologias como inteligência artificial, machine learning, deep learning e cloud é uma grande aliada para um correto acompanhamento da matriz de materialidade, permitindo não apenas o acesso aos dados da própria empresa como também das médias das iniciativas de ESG adotadas por outros players do mercado. A partir da geração dessas informações, as empresas podem ajustar suas métricas, visando estabelecer requisitos mínimos e máximos para suas práticas. 

Fazer uma gestão unificada, integrada e inteligente do ESG é fundamental para ajudar empresas de todos os portes e segmentos na adoção das práticas de sustentabilidade de maneira real e constante – e não apenas como estratégia de marketing. O consumidor está cada vez mais informado e exigente, demandando que as empresas assumam e cumpram seus compromissos ambientais, sociais e de governança. E a tecnologia é um dos pilares que traz ainda mais facilidade à prática ESG, ampliando as possibilidades para que seu negócio se mantenha em dia.

Fabiano Sant Ana é Head de Inovação, Digitalização e Práticas ESG na Seidor Brasil, consultoria Global na área de Negócios e Inovação


Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado 

Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/11/edicao-271/

Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-237/#1

Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed38_2021.pdf

Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-168/

Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/10/08/edicao-221-quiver-30-anos-de-parceria-com-o-corretor-de-seguros/

Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed38_2021.pdf 

Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/131000/Bia471/2/index.html